No seguinte paper, Terry Anderson trabalha a metáfora da dança para ilustrar as relações entre tecnologia e pedagogia (que depois ele retomará em outros artigos), aplicando a metáfora à análise das gerações de educação a distância:
Anderson, T. (2009). The dance of technology and pedagogy in self-paced distance education. Paper presented at the 17th ICDE World Congress, Maastricht.
Traduzi algumas passagens em que a metáfora da dança aparece no artigo. Vou aperfeiçoando a tradução e, quem sabe, me animo a fazer a tradução do artigo completo.
A Dança da Tecnologia e da Pedagogia na Educação a Distância de Ritmo Autorregulado
Terry Anderson – Athabasca University, Canadá
Este artigo descreve as relações em estilo de dança entre a pedagogia e as tecnologias que criam programas de educação a distância. Usando uma metáfora da dança, o artigo [...]
[...] é apenas em uma complexa dança entre tecnologias e pedagogias que a educação a distância de qualidade emerge. A tecnologia define o ritmo e o timing; a pedagogia define os movimentos. Tanto a concepção quanto a tecnologia se transformam em reação aos desenvolvimentos ou mudanças nas características da teoria e da tecnologia. Além disso, a energia e o contexto criativos criados pelos participantes também afetam a dança. Quando qualquer mudança ocorre, a dança perde a sincronização e todas as partes ajustam suas atividades e seus planos para retornar ao fluxo criativo da dança. Neste artigo [...] analiso a capacidade de criar uma dança muito enriquecida entre os alunos de estudo a distância em ritmo autorregulado que, até muito recentemente, eram forçados a dançar sozinhos!
Durante o desenvolvimento de 150 anos da educação a distância, a dança entre tecnologia e pedagogia deu muitas voltas, mergulhos e tempos, mas continua a crescer em popularidade e, mais importante, praticidade, como o único meio para atender às necessidades emergentes dos alunos do século 21 em todas regiões do mundo.
A primeira geração de educação a distância foi concebida como uma forma de dança individual. Os alunos estavam livres para interpretar o design e o conteúdo como quisessem, dentro dos limites temporais estabelecidos por eles mesmos, apenas com contato infrequente com os tutores. [...] No entanto, a dança era confinante [...]
A segunda geração da educação a distância pode ser considerada a idade de ouro da grande mídia. A orquestra completa tornou-se disponível para os dançarinos, mas, como para aqueles que assistem aos filmes de dança de Hollywood dos anos 60, a experiência foi vicária, já que os aprendizes consumiam a dança através dos movimentos dos outros.
A terceira geração de educação a distância desafiou as noções de tempo e sociabilidade, introduzindo a batida de tecnologias que apoiaram interações síncronas e assíncronas […]. Coreógrafos de dança eram agora capazes de escolher entre um-para-um, um-para-poucos, um-para-muitos e todas as permutações para criar estruturas complexas de comunicação entre alunos. Na corrida para abraçar as pedagogias da sala de aula, que agora foram oferecidas a distância, muitas das liberdades associadas com a geração inicial da dança da educação a distância foram perdidas. A maioria dos sistemas da terceira geração exige que os indivíduos esperem para o seu estudo até que o salão de dança abra (início do semestre) e que cada série de danças seja espremida ou esticada em um semestre de 13 ou 26 semanas.
Estamos agora no limiar de uma nova dança e talvez uma nova geração de educação a distância, que combina as características de produção de grande mídia, interação colaborativa e ritmo individual. [...] Essa geração emergente de dança a distância permite que os alunos criem seus próprios movimentos sociais e individuais que atendam não apenas a suas necessidades educacionais, mas também suas necessidades sociais, emocionais e econômicas, enquanto eles se envolvem na dança de aprendizagem ao longo da vida.
A pedagogia dessas danças (e há muitos movimentos e ritmos) bate em um tambor conectivista.
O potencial quase infinito de dançar com qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer hora, combinado com as vastas faixas e shows de luz (recursos educacionais abertos) acessíveis na rede, demandam que a aprendizagem seja uma experiência de conectar e aplicar recursos, em vez de memorizar músicas ou passos particulares. A arte da improvisação, de aprender a dançar, torna-se a habilidade de aprendizado durante a vida – acumular dados estáticos ou memorizar scripts torna-se obsoleto.
Presença. […] Esses dançarinos podem se encontrar de forma síncrona (chat ou conferências por áudio, vídeo ou web) ou assíncrona (mensagens de texto ou de voz, e-mail, blogs e Twitter).
Colaboração. [...] Devem operar em ciclos, de modo que os alunos possam sincronizar suas agendas de aprendizagem para períodos curtos ou longos de tempo, a fim de participar no tipo de dança cooperativa que atenda às suas necessidades individuais e temporais.
Este pequeno artigo definiu as características emergentes de uma antiga dança – a capacidade de abrir educação a distância para alunos que definiram seu próprio ritmo e timing para o envolvimento com a aprendizagem. [...] Apesar de perturbador para estes modelos mais antigos, [novas tecnologias e o conectivismo] prometem um modelo de educação que maximiza as liberdades individuais e de escolha, apoia designs de cursos participativos e, portanto, é uma nova dança, apropriada para a era em rede.