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William James, Princípios de Psicologia, Cap. IX.
“Imagine que quatro homens vão fazer um tour pela Europa. Um trará para casa apenas impressões pictóricas – roupas e cores, parques e paisagens, obras de arquitetura, quadros e estátuas. Para outro, tudo isso será não-existente; e distâncias e preços, populações e sistemas de drenagem, fixações de portas e janelas, e outras estatísticas úteis tomarão o seu lugar. Um terceiro terá reparado com detalhes nos teatros, restaurantes e salões públicos, e nada mais; enquanto o quarto terá talvez permanecido tão recolhido a suas meditações subjetivas, que não será capaz de dizer muito mais do que alguns nomes de lugares por que passou. Cada um selecionou, da mesma massa de objetos apresentados, aqueles que combinavam mais com seus interesses particulares, e a partir deles construiu sua experiência.”
Cada pessoa capta o mundo ao seu redor conforme seu repertório, sua visão de mundo, sua história, suas sensações naquele dado momento.
Ao olharmos para um mesmo objeto, cada um o interpreta de uma maneira diferente.
Nossas singularidades nos tornam maravilhosamente únicos, porém lamentavelmente solitários.
“Antes que meu professor houvesse aparecido, eu sequer sabia de minha existência. Vivia em um mundo que era um não-mundo. Não posso esperar descrever de maneira adequada esse tempo inconsciente, e ao mesmo tempo consciente do nada. (…) Como eu não possuía nenhuma capacidade de pensamento, não podia comparar um estado mental com outro” (*).
HELEN KELLER [1908](**)
(*) “Before my teacher came to me, I did not know that I am. I lived in a world that was a no-world. I cannot hope to describe adequately that unconscious, yet conscious time of nothingness. (…) Since I had no power of thought, I did not compare one mental state with another”.
(**) Helen Adams Keller (1880-1968) – Escritora e conferencista norte-americana, nascida cega, surda e muda – símbolo de tenacidade na superação de suas próprias deficiências.