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Caros, para dar um pontapé pedagógico inicial nesta semana de sexta-feira 13, selecionei e traduzi 3 citações do capítulo “Constructing knowledge at a distance: the learner in context”, do Handbook of Distance Education. Há algumas citações de citações, então para facilitar indico apenas as páginas do Handbook.
É incrível como essas citações sustentam quase tudo o que venho defendendo sobre EaD, nas últimas semanas.
1) Em primeiro lugar, uma reclamação do jornal da Open University (de 1974) em relação ao modelo rígido de seus currículos:
“Um aluno da Open University deve encontrar tempo para estudar e escolher cursos, mas tem muito pouca responsabilidade em relação a qualquer outra coisa em seus estudos: ‘todas as decisões são tomadas por ele: o que deve ser aprendido, em que seqüência, os materiais que ele vai estudar: quando em relação a outros materiais ele deve ler a página trinta e oito… há pouca oportunidade para o aluno adaptar um curso a seus interesses particulares ou relacioná-lo a sua experiência passada.’ Os tutores estão na mesma posição e não podem propor ou modificar atividades.” (p. 70).
Essas preocupações podem servir não apenas para avaliarmos o que estamos fazendo de EaD por aqui (mais de 30 anos depois!), mas também se nossos alunos on-line e tutores não estariam engessados.
2) A segunda citação avalia o que seria essencial para a implementação do “aprendizado distribuído” (distributed learning), uma das expressões utilizadas para a EaD de ponta, que exige uma reengenharia das IES:
“Mais fundamental para o sucesso desses sistemas são as filosofias, regras e práticas subjacentes da instituição. [...] Na prática, equipes funcionais de chefes de departamento devem tomar decisões pelo consenso, deixando para trás o modelo de autonomia de unidade individual atualmente em voga na maioria das instituições. Para que isso ocorra, deve estar claramente visível, na missão e na visão da instituição, o compromisso com o recrutamento e o desenvolvimento contínuo de pessoal que possua a atitude e as habilidades necessárias para a administração participativa.” (p. 175)
Ou seja, não dá para fazer EaD nem ‘blended learning’ sem administração participativa!
3) Por fim, uma breve crítica à idéia do currículo pronto:
“O papel mediador do currículo, e, por conseqüência, sua eficiência com alunos distintos, pode ser ampliado ao se tornar explicitamente mais dinâmico: ou seja, reconhecendo e começando com as contingências do aluno individual, assim como com a indeterminação do campo de estudo. Conceituando o currículo como um processo, mais do que como um curso predeterminado de estudo, podem-se reconhecer com sucesso as contingências e as idiossincrasias do aluno, do campo de estudo e suas intersecções.” (p. 178).
Currículo pronto é sinônimo de EaD-fordista, mas já passamos pelo neofordismo e pós-fordismo, e estamos na era da EaD transacional, em que a interação alunos/tutor constrói conhecimento em turmas (ou groups, ou teams, ou communities… há muitas palavras em inglês.)
João,
Obrigada por seu comentário deixado no Blog de Flavia. O Blog chegou em Portugal está sendo bem divulgado por lá, acho que até mais do que aqui no Brasil. (as pessoas aqui trabalham muito ou então entram no Blog mas não comentam).
A idéia João, não é apenas divulgar o caso de Flavia porque é uma históra que merece ser lida, mas a idéia é principalmente DENUNCIAR esta lentidão de nossa justiça que deixa Flavia esperando por tantos anos, por uma indenização coerente com a gravidade do acidente que a deixou em coma.
Fique com meu carinho
Odele