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Como ex-aluno da USP, de graduação e pós, e filiado ao PSDB, gostaria de registrar que tenho achado fraquíssima a cobertura da mídia para a invasão da reitoria da USP.
Em geral, apenas se critica a invasão, tida como um absurdo, que não vai ajudar em nada nas reivindicações dos alunos etc. mas não se discutem as reivindicações.
Oras, mas os alunos vão reivindicar como? Tomando um cafezinho? Com quem?
Os Decretos 51.460 e 51.461, que teve um artigo reescrito pelo Decreto 51.535, não foram negociados, não foram discutidos, foram impostos. E não foram inicialmente bem aceitos nem por professores, nem por funcionários, nem pelos próprios reitores da USP, Unicamp e Unesp. Como então resistir, se ninguém concorda com alguma coisa que é imposta? Parece que toda a mídia tem a fórmula mágica para a resistência, mas guarda segredo, mesmo porque a mídia não resiste a nada.
Nossa sociedade está tão desacostumada a resistir, tão acostumada a aceitar tudo goela abaixo, que quando alguns decidem se mobilizar contra uma medida tida como autoritária, além de inadequada, preferimos ficar cegos em relação às idéias e condenar quem faz o que deveríamos fazer em vários momentos da nossa vida.
Mas que tipo leitura da resistência se pode esperar da mídia de uma sociedade que re-elege para cargos públicos aqueles que são acusados de roubar o dinheiro público?
Não tem sentido enviar a polícia para desocupar a USP. É preciso discutir esses Decretos e as outras reivindicações dos alunos.
Este é o link para o Blog da Ocupação da USP.
OK, JM. Vamos então, organizar as invasões ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional (só pra começar), já que desses dois lugarem nos impõe coisas muito piores.
Abraços!!!
Pois é, Vinícius, quando alguém resiste, nos lembra de quanto somos passivos em vários sentidos, e isso incomoda!
Como aluna do doutorado da Educação da USP, também já manifestei meu apoio ao movimento de ocupação da reitoria junto ao grupo de alunos da pós-graduação que tem discutido este assunto por e-mail.
É necessário que o governo, bem como a reitoria, apresente de forma mais elucidativa o que vem acontecendo e as mudanças propostas, possibilitando-nos participar das decisões.
Não descarto a hipótese das mudanças propostas pelo governo não trazerem prejuízos para a universidade e para os estudantes, mas no momento em que essas mudanças não são apresentadas de forma clara, tudo fica nebuloso, com um ar sinistro e aterrorizante.
Professores, alunos e funcionários se sentem desrespeitados.
Vejam a que ponto se chega por conta de falhas graves de comunicação!
Caro João Mattar e demais, assim como vcs também fui aluna de graduação e pós-graduação da USP; inclusive participei da invasão da Reitoria em 1987, quando questionamos a forma como o Conselho Universitário impunha suas decisões.
Agora, os estudantes e funcionários, novamente despossuídos do direito de falar, invadiram a “bendita” Reitoria. Aliás, a Reitoria da USP é o lugar mais ocupado nas últimas duas décadas de movimento estudantil no Brasil rsssssssssssssssss.
E, o que acho mais estranho neste fenômeno é que ninguém fala absolutamente nada. O que será o Governo planeja para a USP e para as universidades públicas de São Paulo? O ensino em nosso país já é uma vergonha e os únicos lugares que ainda possuem verdadeiramente uma produção intelectual desvinculada da política e dos interesses privados de forma geral é justamente as universidades públicas (salvo algumas particulares que possuem linhas de pesquisas sérias). Assim, o que será que o governo está maquinando???? Vejo Maquiavel e Hobbes sentados ao lado do governador, soprando “idiotices arbitrárias”. GENTE……….ESTOU SINCERAMENTE CANSADA DE TUDO O QUE VEJO ULTIMAMENTE………SERÁ QUE SOU SÓ EU????
Abraços a todos,
É isso mesmo João.
“Engole-se tudo goela abaixo”.É o que se costuma fazer, é o que é feito normalmente. E quando alguém ousa sair do conformismo ou é tido como ingênuo, sonhador ou o que é pior, considerado anarquista. É preciso prestar mais atenção aos descontentes e ouvir o que têm a dizer. E nao só ouvir. Agir a respeito.
Um abraço.
Concordo com a ocupação em partes… a reivindicação procede… mas depredar patrimonio publico, que é meu, seu, de todos nós, eu não concordo… o problema é que no meio de pessoas interessadas em lutar existem vandalos que só sabem fazer uma coisa: destruir!!!
e vai uma pergunta: neste cenário, como separar os vandalos de pessoas que lutam pelo ideal????????
Abrs…
Caro Carlos, será que esse seu posicionamento não é justamente aquela velha desculpa de quem não quer se posicionar. Pois afinal, sabemos que todos os movimentos possuem pessoas realmente engajadas e pessoas curiosas. E a invasão da reitoria da USP não foge a regra. E, sobre depredar o patrimônio público, é outra desculpa “esfarrapada” para colocar-se “encima do muro”. Desculpe a franqueza, mas como disse na mensagem anterior, estou realmente de “saco cheio” da situação que vivemos em nosso país e só vejo uma saída: uma REVOLTA SOCIAL mesmo…….com cabeças rolando, seguindo o bom exemplo do Terror Francês ou mesmo do “paredón” de Fidel Castro. Nosso país está corrompido e as pessoas estão sendo corrompidas por “inércia”. Pense nisso. Se eu fosse estudante da USP e estivesse lá na reitoria já teria botado fogo em tudo……….feito uma linda fogueira em homenagem à ignorância dos administrados públicos de nosso país. VIVA A REVOLUÇÃO………… estou pra lá do radicalismo hoje……………
Abraços,
Diretores da Unicamp pedem fim da nova Secretaria de Ensino
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u301073.shtml
Serra cede e muda decretos que diminuiriam autonomia de universidades
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u301134.shtml
Confira a íntegra do decreto de José Serra
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u301245.shtml
Para jurista, decreto de Serra representa vitória dos alunos da USP
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u301244.shtml
E só para deixar registrado, totalmente ridícula a capa da última Veja, sobre a invasão da reitoria da USP. Incrível como uma mídia de comunicação possa ignorar tantas variáveis em um assunto tão sério quanto este.
Caro João, infelizmentes todas as publicações de grande circulação estão mancomunadas com os governos. É isso aí, a ainda ficam falando em liberdade de imprensa. A imprensa brasileira é uma piada. Veja a imprensa de outros países: o conteúdo crítico é o que sobressalta frente aos interesses do governo. E não precisa ir muito longe não, veja-se as circulações na Argentina, país vizinho, onde a imprensa é bem menos “pelega” do que aqui.