Hoje tivemos nosso primeiro encontro oficial no Second Life, para o curso ABC da EaD no SL 2.0.
Começamos no espaço De Mattar, e há um monte de pôsteres por lá, para quem perdeu a aula explorar – comece pelo do livro (vermelho, do lado direito), clique nele com o mouse esquerdo, veja o que acontece, vá para o seguinte e repita a operação, até o final (quando voltar da Edtech, terá ainda o poster do livro Second Life e Web 2.0 na Educação para finalizar).
[photopress:Aula_01_001.jpg,full,centralizado]
O primeiro poster linka para a página do livro ABC da EaD, que vamos usar como bibliografia básica para o curso.
Falamos então do Paulo Freire, e clicando no poster com a foto dele você recebe um notecard com os conceitos de Educação Bancária x Educação Dialógica. Alguém disse que com o computador a educação bancária teria sido condenada, mas eu lembrei do conceito de Educação Bancária a Distância (EBaD), definido pelo Pedro Godoy em uma comunidade do Orkut – fica fácil depositar conhecimentos no aluno, como ficou fácil depositar dinheiro no banco pela Internet. No limite, a EBaD sonha com a morte do professor: o depósito direto, sem intermediários! Um post já antigo aqui no blog é Paulo Freire e a EaD. Os comentários na discussão foram muitíssimos interessantes, e deu para prever que o curso vai ser quente.
O click no poster seguinte produz um texto no chat (lido apenas pelo avatar que clicou, não por todo mundo), com o conceito de EaD que usamos no livro: “A EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação.”
Em seguida, eu introduzi a oposição Autonomia x Interação, que discutimos no livro em várias passagens, e como disse o Breno, na provocação na aula eu fiz uma extrema simplificação da pedagogia da autonomia. Houve uma unanimidade rápida e incrível que é necessário combinar adequadamente autonomia e interação, em projetos de EaD. Muitos comentários interessantes. O Banana ficou de nos passar um texto, para enriquecer essa discussão. Quem quiser reproduzir o que falou por lá, sinta-se à vontade. Acho que o Breno também ficou de resumir algum texto para nós.
Gostaria de ter discutido a importância do corpo, para Dreyfus e Borgmann, mas não deu tempo. Quem tiver passado por essa parte no livro, e quiser fazer algum comentário, aproveite aqui!
O poster seguinte tem um notecard com uma citação do Michael Moore sobre distância transacional, com um link para o artigo Teoria da Distância Transacional, traduzido pelo professor Wilson Azevedo.
Falamos então rapidamente das gerações da EaD, e o poster seguinte tem um notecard sobre o que classificamos como a terceira – há autores que falam de 5, por exemplo.
Não tivemos tampouco tempo de falar sobre a breve história da EaD no Brasil, que traçamos no livro – mas fica como sugestão de leitura.
Por fim, um pôster com um notecard orientando para a visita que fizemos à EdTech. Visitamos juntos o Center for Education:
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e em seguida a Holodeck Classroom:
[photopress:Holodeck_Classroom.jpg,full,vazio]
que todos adoraram – num click, você muda o ambiente da sala – incrível potencial para a educação. A vidafeliz comentou que muitos avatares atrapalham um pouco a visão, e tem toda razão. Mas procurem praticar o controle de câmera, para ajudar um pouco nisso.
Divirta-se com um vídeo sobre a ilha:
Enfim, foi um começo muito promissor.
Aqui nós nos comunicamos assincronamente durante a semana – e na próxima segunda nos encontramos de novo no Second Life – logo passo as coordenadas. Vamos discutir o capítulo 3 na próxima aula, então procurem lê-lo durante a semana.
Aliás, quem tirou umas fotos legais, me mande por email (se possível já menos pesadas) para eu colocar por aqui.
Achei a aula de hoje muito bacana, já foi um aprendizado e tanto. Somente participando para sentir o potencial educacional desse meio. Os recursos que o meio oferece podem ser úteis desde a educação infantil até pós-gradução. uma coisa que me chama muito atenção é que todos os seus sentidos ficam absorvidos pelo ambiente, é imersão total (ou quase). isso abre espaço para uma aprendizagem muito mais significativa.
Hj já foi suficiente para abrir muito minha mente quanto as possibilidades do meio.
Uma coisa que ainda sinto falta no second life é da interaçao em comunidade, parece que nesse meio, mais dispersivo, fica mais difícil de vivenciar uma comunidade virtual. nao sei se vc e os outros têm essa mesma sensação, mas sinto que é bem diferente das CVAs das interfaces bidimensionais.
Professor,
Não consegui ainda instalar o second life em minha máquian. Ontem tentei várias vezes e fiquei triste por não ter participado da aula.
VEjo qua as discussões foram muito enriquecedoras, falaram de Pulo Freire, educação, autonomia, interação, gerações da ead.
Farei o possível para participara d próxima aula.
abraços,
Nicéia, me explique por email o que está acontecendo, para eu tentar ajudá-la. Mas de qualquer forma você pode participar por aqui, fazendo as leituras e deixando seus comentários.
Eri, você tem toda razão, só dá para avaliar o que chamamos de imersão participando, não adianta ficar falando de fora. Existem os grupos no Second Life, e uma classe, depois de algumas aulas, acaba formando uma comunidade. Vamos ver o que você sente em relação a isso durante o curso.
Muito boa a aula de ontem. Discussões fervilhantes e aquecedoras numa noite gelada em Belo Horizonte.
Como disse o Mattar no resumo da aula, fiquei de disponibilizar um texto, que particularmente acho muito interessante, sobre autonomia X heteronomia. O texto é de Yves de La Taille com o título: “Uma interpretação psicológica dos limites do domínio moral: os sentidos da restrição e da superação”.
É uma excelente discussão sobre o processo de autonomia do indivíduo. Lembrando que discutimos sobre autonomia X interação. Porém, o sucesso da autonomia passa pela heteronomia (aconteceu conosco na aula de ontem), só seremos autônomos no ambiente depois de abdicarmos da autonomia no início do processo. E como disse na aula: não é possível educar só com o construtivismo ou comportamentalismo, não devemos pensar só na autonomia e/ou interação, existem momentos e momentos, são etapas que devem ser transpostas à medida “evoluímos”.
O texto pode ser acessado em http://201.80.136.18:8180/Interpretacao_dos_limites_dominio_moral_GERAL.pdf
Excelente, banana, vou conferir o texto já, não tinha outro da Eliane que você também iria indicar?
Olá Mattar… tinha sim o texto da Eliane Schlemmer no livro Ambientes Virtuais de Aprendizagem de Rommel Melgaço Barbosa (organizador).
No capítulo da Eliane: “Metodologias para a educação a distância no contexto da formação de comunidades virtuais de aprendizagem”, ela comenta sobre o ensino a distância, a educação a distância e as comunidades virtuais… segue:
“O ensino a distância não é algo novo, pois vem sendo realizado há muito tempo e utiliza como meios de comunicação o correio, o rádio e a TV. Com a revolução tecnológica gerada pela utilização dos microcomputadores e posteriormente da internet começam a surgir algumas outras alternativas.(…) Porém, o nível de interação obtido pela utilização desses meios é questionável.(…) Assim, novas metodologias precisam surgir, levando em consideração a potencialização do processo de interação.
Nesse contexto, surge o que chamamos de educação a distância (EAD), que consiste em utilizar as tecnologias da internet para propiciar um amplo conjunto de soluções que objetivam servir de suporte para que a aprendizagem ocorra. A EAD possibilita soluções de aprendizado que vão além dos paradigmas tradicionais de treinamento, de estímulo-resposta (…) Ela é a interação constante entre os sujeitos, as tecnologias e a informação e não há uma razão específica para que imite o que poderia ser realizado em sala de aula ou pelo menos anteriormente utilizados no ensino a distância.(…) A EAD consiste, então, em um processo que enfatiza a construção e a socialização do conhecimento, assim como a operacionalização dos princípios e fins da educação, de modo que qualquer pessoa, independente do tempo e do espaço, possa tornar-se agente de sua aprendizagem, devido ao uso de materiais diferenciados e meios de comunicação que permitam a interatividade (síncrona ou assíncrona) e o trabalho colaborativo/cooperativo.
(…) As comunidades virtuais são redes eletrônicas de comunicação interativa autodefinida, organizadas em torno de um interesse ou finalidade compartilhados. Esse novo sistema de comunicação pode abarcar e interagir diferentes formas de expressão, bem como a diversidade de interesses, valores e imaginações, inclusive a expressão de conflitos. Isso tudo devido à sua diversificação, multimodalidade e versatilidade. O desenvolvimento das comunidades virtuais apóia-se na interconexão, constitui-se por meio de contatos e interações de todos os tipos.(…) As comunidades alimentam-se do fluxo, das interações, das inquietações, das relações humanas desterritorializadas, transversais, livres.” (p30-32)
Desculpem o texto enorme mas esse eu não tenho disponível em arquivo. Tentei resumir ao máximo sem perder o básico das informações.
Vale a pena ler o livro, muita informação bacana pra quem trabalha com EaD e comunidades virtuais.
Referência: BARBOSA, Rommel Melgaço. Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2005.
ISBN 85-363-0515-0
A aula ontem foi muito interessante, estou bem empolgado com o curso.
Banana, eu tenho este livro Ambientes Virtuais…, confesso que ele ta empoeirado, mas agora vou explorá-lo com mais cuidado!
A aula de ontem foi um tanto conturbada, como toda primeira aula virtual. Muita gente falando ao mesmo tempo, discussões interrompidas e sem conlcusões. Mas isso faz parte do aprendizado, filtrar o que se deseja! Me mantenho interessada em analisar a plataforma para o ensino.
Com relação aos posteres do jbanana, instrutivos e interessantes. Com base nele acessei o endereço abaixo sobre um artigo da Eunice.
http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo9/artigos/8aEunice.pdf
oi jbanana,
obrigado pelas referências.
“…não é possível educar só com o construtivismo ou comportamentalismo, não devemos pensar só na autonomia e/ou interação (…).”
Tb concordo com isso. como sempre digo, prefiro entender as diversas teorias da aprendizagem como camadas de conhecimento sobre o mesmo tema. todas têm suas contribuições. não é possível desconsiderar as contribuições dos comportamentalista para a educação: taxonomia de bloom, The Conditions of Learning (robert gagné), além de outros nomes do cognitivismo, como por exemplo, david ausubel (esse eu sou fã), pois não existe aprendizagem social sem conceinto subsunçor etc, suponho.
o que eu quero dizer é que não podemos descartar nenhum possibilidade teórica. assim, como temos nossa caixa de ferramentas (teconológias) tb precisamos ter nossa caixa de teorias da aprendizagem/abordagens pedagógicas. Pois como vc falou, existem diversas situações de aprendizagem, cada uma exigindo um tratamento teórico e prático particular.
abs
Muito legal a idéia, Eri, da caixa de teorias da aprendizagem/abordagens pedagógicas. Muito legal mesmo.
Lenira, talvez por causa do link, seus comentários ficaram preso na caixa de spams – liberei o último agora, pois era igual ao primeiro.
Realmente no chat temos situações em que muitas pessoas falam ao mesmo tempo, mas isso deve se estabilizar durante o curso. Vamos construir nossas regras.
Eu também interrompi várias discussões para podermos cumprir o que eu tinha programado para a aula, mas a idéia é que continuemos as discussões interrompidas sempre nos posts do blog, assincronamente, durante a semana após a aula. Isso vai acontecer em todas as aulas.
Banana, não consigo abrir o link para os limites da moral.