M-learning

Há quase um ano, eu registrei neste blog o curto post Mobile Learning, apresentando o m-learning como o futuro da EaD.

Algumas pessoas defendem que a web móvel não decolou como se esperava e estaria inclusive morrendo. Veja o artigo Is the Mobile Web Dead? Some Mobile Entrepreneurs Say Yes.

Nascendo ou morrendo, a pergunta que muitos se fazem é: deve-se restringir ou integrar os dispositivos móveis nas aulas?

Juliet Eve e Tara Brabazon, da University of Brighton, em Learning to Leisure? Failure, Flame, Blame, Shame, Homophobia and Other Everyday Practices in Online Education, publicado no Journal of Literacy and Technology, defendem que a introdução na educação de atividades associadas com o lazer – como os dispositivos móveis e os fóruns de discussão online – corrompem o processo de aprendizagem.

Como controlar, por exemplo, o recebimento de mensagens de texto por parte dos alunos durante as aulas presenciais? Ou insistência na conectividade contínua mesmo em um espaço de aprendizagem físico, com um professor e outros colegas fisicamente presentes?

Ruth Reynard discute esses desafios com mais otimismo, no excelente Mobile Learning in Higher Education, publicado no Campus Technology em 23/04/2008.

Os dispositivos móveis podem, se integrados com eficiência, aumentar o envolvimento dos alunos e fornecer uma experiência de aprendizado mais rica para todos. Reynard fala em múltiplos pontos de input, pelos quais os alunos devem ser capazes de acessar o conteúdo na forma mais adequada para suas preferências e seus estilos de aprendizagem – um processo de customização e individualização do estudo. Essa geração de aprendizes não deve ser submetida ao controle do input no processo de estudo, mas, ao contrário, temos que levar em consideração o conceito de autonomia do aprendiz.

Reynard fala também de múltiplos pontos de output, que permitem maximizar as conexões dos alunos com os professores, alunos em suas classes e outras classes, e inclusive com a comunidade mais ampla. Ou seja, os dispositivos móveis podem ser usados para aumentar a interação e a produção do aprendizado.

Ruth fala também em áreas ou espaços de interação. A interação não deve se limitar às aulas presenciais ou aos tempos pré-agendados de interação online. Pode-se falar então na customização do espaço de aprendizagem por parte dos alunos. Os professores não devem ditar quando e onde a interação deve ocorrer, mas guiar os alunos para reconhecer interações relevantes ou valiosas, em oposição a perdas de tempo ineficientes.

Embora estejamos nos acostumando com as idéias de coach e facilitador, Reynard sugere que pensemos nos professores como uma “conexão” utilizada no processo. Uma conexão expert, capaz de ajustar a abordagem e o método para possibilitar múltiplos espaços de aprendizagem em uma sala de aula. E em vez de pensarmos apenas na educação centrada no aluno, ele sugere que o processo todo é dependente do envolvimento imediato e contínuo do aluno, participação e produção, o que ele chama de educação administrada pelo aluno.

Uma referência interessante utilizada no artigo é: Alexander, B. (2004) Going Nomadic: Mobile Learning in Higher Education. Educause Review, vol. 39, no.5 (September/October 2004): 28–35.

Em Mobile phones in the classroom…. again, Steve Dembo apresenta várias maneiras pelas quais os celulares podem ser utilizados para melhorar o processo de aprendizagem: checar a ortografia e o significado de uma palavra; pesquisar temas, acontecimentos, imagens e mapas; gravar vídeos; enviar perguntas ao professor; receber informações sobre a disciplina; fazer testes; e gravar e ouvir podcasts.

Em The Future of Mobile Social Networks: 4 Promising Services, Covida comenta 4 redes sociais mobiles: Brightkite, Zyb, Groovr e Fon11.

Em 4 de Julho próximo, em Barcelona, ocorrerá a Mobile 2.0 Conference, e em Novembro em San Francisco.

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4 respostas a M-learning

  1. Luciane H Olievira disse:

    Olá, professor, adorei seu blog, pois encontrei muitos conhecimentos e idéias significativas para meu trabalho e dos colegas de minha escola. Certamente volterei a visitá-lo. Parabéns!
    Um abraço

  2. João Mattar disse:

    Luciane, prazer tê-la por aqui conosco! Qual é a escola? Abração

  3. Renato disse:

    Creio que dizer que a web móvel está morrendo é um tremendo dum exagero. De fato acho que ela não cresceu com a velocidade que alguns investidores planejaram, limitada por questões de infra e custo. Mas acredito que sua expansão é inevitável.

    Inclusive acho que na The Economist de abril ou maio saiu um ótimo artigo e longo falando sobre o novo nomadismo. Discutindo e descrevendo como a expansão da web móvel nos EUA está provocando mudanças nos modelos de negócio. Como cafés com wi-fi que se tornam salas de reunião temporárias, ou empresas que só funcionam como pontos de encontro, pois seus funcionários resolver 90% das coisas via web.

  4. Pingback: Twitter Trackbacks for De Mattar » Blog Archive » M-learning [joaomattar.com] on Topsy.com

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