Parabéns, pai!
Acho que você não imagina como eu gostaria que você estivesse aqui, para eu te dar um abraço e um beijo nos seus 72 anos, para jogarmos uma partida de snooker, para ouvirmos um pouco de jazz, para mexermos um pouco no computador…
Com certeza a gente conversaria um pouco sobre este blog, que você nem viu nascer. Eu te contaria sobre o curso de vídeo que estou fazendo na Boise, sobre minhas novas publicações, sobre os materiais que estou produzindo para EaD, sobre os cursos que estou dando e vou dar, enfim, sobre tudo o que você sempre acompanhou e apoiou com muito orgulho e entusiasmo, mesmo quando não entendia.
Falaríamos provavelmente sobre a alta e baixa do dólar, sobre a família, brincaríamos com o Tuly.
Os meninos te dariam um abração, porque eles te amam muito, até hoje. Nós sempre falamos de você, e o Joãozinho às vezes até chora quando ouve falar de você. E eu chorei o tempo todo em que estava escrevendo este post.
Foi muito difícil dizer tchau para você e eu achei que não conseguiria mais tocar a minha vida. Como a Eliana disse, acho que uma coisa dessas a gente nunca supera. Não deu também para a gente ler juntos o Intermitências da Morte do Saramago, nem para você assistir a filmagem do Ensaio sobre a Cegueira, de que você tanto gostava.
Eu te amo muito e sinto muito a sua falta. Não tinha consciência do quanto você era parte da minha auto-estima e da minha autoconfiança. No fundo, inconscientemente, eu achava que você era imortal. Foi o meu primeiro encontro verdadeiro com a morte.
Um beijão e fica com deus
Johnny
Pingback: De Mattar » Blog Archive » Retrospectiva 2008