FERRARA, Lucrécia d´Aléssio. Ver a cidade: cidade, imagem, leitura. São Paulo: Nobel, 1988. Resenha de João Mattar.
O livro é uma reunião de artigos publicados em revistas especializadas sobre a semiótica do ambiente urbano, e combina interessantes reflexões conceituais com algumas aplicações da teoria na leitura da cidade de São Paulo. Apresento a seguir alguns flashs do livro.
Introdução
A leitura da cidade pode ser chamada de percepção urbana. A semiótica dos estudos urbanos busca interpretar as características informacionais da cidade. Podemos separar a imagem física da cidade (composta por fragmentos) dos usos e hábitos urbanos, e da conseqüente transformação do ambiente urbano por seus usuários.
O Texto em Silêncio
Para ler a cidade, enquanto texto e linguagem, é preciso ler textos não-verbais, como a arquitetura, o desenho industrial ambiental, a programação visual, a publicidade, a moda, a associação dos veículos de comunicação de massa etc. Essa leitura encontrará muitas vezes significantes fragmentários e sem significado.
A Mudez e a Fala de um Signo
O espaço ambiental pode ser lido semioticamente, em seus diversos signos: traços, tamanho, cor, textura, sons, forma etc., que se encontram ao mesmo tempo juntos mas dispersos.
Divagação ou Concentração
A leitura não-verbal é uma leitura fotográfica que pressupõe desmontagens seguidas de remontagens, e a cidade é um espaço privilegiado para esse tipo de leitura. “À lógica linear do significado verbal substitui-se o flash semântico, o instantâneo do significado.” (p. 36).
O capítulo faz uma leitura da Avenida São João.
Leituras do Ambiente Urbano
A cidade inclui dois setores: o físico e aquele onde as pessoas realizam atividades. O ambiente urbano pode ser lido como um sistema de comunicação, um complexo de signos: formais, lingüísticos, propaganda, indicadores de direção, estéticos, contextuais, usuários etc.
Há no capítulo leituras da Praça Roosevelt e do Minhocão.
Design/Redesign
A leitura da cidade é a leitura do uso que o usuário traçou no espaço urbano. Restauro, renovação e redesenho podem então ser estudados, e o capítulo analisa alguns exemplos em São Paulo.
Uma Pesquisa
A identidade da cidade surge a partir de seu uso. Neste capítulo são sugeridas algumas técnicas de pesquisa para a leitura semiótica da cidade: observação, documentação e depoimentos em jornais e revistas, documentação iconográfica (mapas, croquis, fotos, desenhos, plantas), documentação audiovisual (vídeo), documentação visual (fotos) e entrevistas.
Boa Tarde,
Texto muito interesante e bem facil de compreender, acho que seria legal poder saber mas sobre este livro.
Abraços.
Raul Busch
Design de modas
Professo Matar gostei muito do texto, pois o tema que escolhemos para o inter foi a Arquitetura Moderna na Avenida Paulista e trata justamente de dois tópicos que podem ser encontrados nesse livro que o senhor postou: O Texto em Silêncio e A Mudez e a Fala de um Signo. Temos que justamente olhar para a arquitetura em si e para a sua textura, forma cor, linha entre outros!
Espero que esse livro ajude-nos!
Muito Obrigada,
Thaianna.
Esqueci de falar a turma: NA1 – Design de Moda
Professor, poderia me explicar o significado de signos segundo a autora Lucrécia Ferrara ?
Isabella, não sei de cor qual o conceito que a Lucrécia usa em seus textos para a palavra signo. Teria que voltar aos textos dela.