Do Impostutor ao Aututor

Já venho prometendo faz tempo neste blog um post sobre o tema, que acabei antes desenvolvendo nos meus livros, principalmente no Second Life e Web 2.0 na Educação.

Gravei então um vídeo, mas prometo ainda uma nova versão (ou mais de uma), mais trabalhada, além de um post de texto. Mas ja dá para discutirmos o assunto:

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13 respostas a Do Impostutor ao Aututor

  1. kariene disse:

    Professor, estamos usando um texto seu em nosso curso de DI ao falarmos do SL. Claro! Não poderia faltar o senhor do SL.

    o texto é: O USO DO SECOND LIFE COMO AMBIENTE VIRTUAL
    DE APRENDIZAGEM.

    Um forte abraço,
    kariene

  2. João Mattar disse:

    Oi, Kariene. Legal. Eu na verdade apresentei uns 2 ou 3 trabalhos mais ou menos com esse título, neste ano. Alguns dos arquivos estão disponíveis na web, mas as apresentações acabaram sendo diferentes, em função do público dos congressos.
    Se eu puder contribuir com alguma coisa na discussão de vocês, diga para o professor que estou à disposição.
    Inclusive, nesta semana, vou produzir um vídeo gravado de educação no Second Life, até terça que vem eu o postarei por aqui. Espero que vocês ainda possam aproveitar.

  3. Jurandir Rafael disse:

    Olá Professor João Mattar

    Também utilizo suas palavras como referência na minha pós em design instrucional que faço pela UFJF, a mesma da Kariene.
    Uma vez que atuo como designer instrucional não poderia de deixar de “puxar a sardinha” para o meu lado, claro. A centralização de atividades não gera a queda no padrão de qualidade ?

    Abraços.

    Att,

    Jurandir Rafael.

  4. João Mattar disse:

    Oi, Jurandir. Não sei se entendi muito bem a sua pergunta. A centralização da EaD em departamentos de EaD, que tornam-se a única fonte de produção de conteúdos, os designers dos cursos, os avaliadores etc., cria justamente as figuras dos impostutores, mal remunerados e treinados, e sem liberdade para fazer nada nos cursos. Eu defendo que é possível os professores se tornarem os próprios designers dos seus cursos, escolherem, remixarem ou produzirem seus próprios conteúdos, e serem também os tutores dos seus cursos. Qual seria então a função de um designer instrucional, nesses casos? Não a de desenvolver o design de um curso, produzi-lo e entregá-lo fechado para um impostutor, mas orientar os professores na produção do seu material, na própria tutoria etc. É claro que há espaço para projetos maiores, em que equipes multidisciplinares tenham que trabalhar, e aí há um espaço especial para o designer instrucional. Mas, novamente, não um espaço de centralização, de que apenas ele tenha capacidade e condições de desenhar um curso, mas num sentido de colaboração, de maneira que o designer possa trabalhar junto com os professores, na elaboração de cursos. Eu passei por situações em que designers se juntaram a burocratas, com alguns professores eleitos para produzirem alguns conteúdos, e então uma legião de impostutores teve que dar aula com aquele conteúdo, já com as atividades traçadas para todo o semestre, semana a semana. Isso não faz nenhum sentido, é um retrocesso, é pior, muito pior, do que aula presencial, porque na aula presencial há um programa, mas o professor acaba tendo liberdade de adaptá-lo com a sua turma, enquanto nesses modelos o impostutor fica preso.

  5. João Mattar disse:

    Apenas completando – é possível dizer que a minha “carreira” em EaD teve um pontapé inicial no contato com esses modelos de impostutores. Ao mesmo tempo em que eu pesquisava intensamente EaD, testava novas tecnologias e pedagogias, eu assisti de dentro a constituição de um modelo dominado pela combinação de designers instrucionais e burocratas. É possível dizer que tudo o que escrevi nos últimos anos, toda a minha energia para pesquisa e produção em EaD, de alguma maneira se constituiu como uma reação a esse tipo de modelo. Aquela história de transformar ameaças em oportunidades – toda a energia negativa que você teria para reagir à suposta ameaça, você tenta usar criativamente, no sentido de libertação.

  6. Jurandir Rafael disse:

    Professor João Mattar

    Obrigado pelos comentários, agora sim entendi claramente seu ponto de vista em relação à figura do impostutor e as circuntâncias que o geram.
    Admiro-o pelas idéias e pelo compromisso que tem para com a EAD. Seu blog sem dúvida é uma referência para inúmeros profissionais que lidam com EAD. Particularmente sempre o indico para colegas da área.

    Abraços.

    Ps: torço para que aceite meu convite e poste algo no meu ( ainda iniciante ) blog. Já mandei o convite.

    Att,

    Jurandir Rafael

  7. João Mattar disse:

    Jurandir, eu recebi o convite sim, e muito obrigado. Na verdade o email está guardado, porque este final de semestre está sendo absolutamente atribulado, mas logo eu apareço por ali.

  8. Breno disse:

    Oi Mattar, dia de recuperar os dias sem acesso.
    Muito importante esta tua colocação procurando diferenciar pedagogicamente o IM e o AU (analogia ao Ying e o Yang). E nesta analogia já fica minha compreensão ATUAL sobre o tema, dentro de um contexto de “avanços tecnológicos + competências necessárias”. Fazendo outra analogia, precisamos como no presencial, achar um equilibrio entre o plano de ensino fixo rígido, exigido pelo MEC (imposteudo) e a prática didatica em sala de aula (autoteudo). No momento em que tivermos, e acredito que estamos nesta direção, uma massa crítica (não gosto desta palavra -massa-, mas não acho outra no momento) que possua as competências necessárias, a AUTONOMIA do docente fará parte do contexto.

    []s Breno (rápido, desfocado e complicado)

  9. João Mattar disse:

    Breno, desde ontem tenho achado que estou sintonizado com muitas coisas que não sei bem o que são, tive até alguns sonhos muito interessantes nesta noite, nesse sentido. E um exemplo está aqui: acabei de “revisar” um Plano de Ensino de uma disciplina para a Anhembi Morumbi, e escrevi algumas coisas sobre a função desses planos de ensino, e em seguida caí no seu comentário.
    Muito boas as analogias com Ying e Yang, dos neologismos imposteúdo e autoteúdo e da inversão do lema do blog!
    Como você lembrou muito bem, a discussão sem dúvida tem de incluir a questão dos currículos. A maneira como utilizamos os Planos de Ensino na Anhembi Morumbi, por exemplo, é totalmente anacrônica. Há ementa, objetivos gerais e específicos, programa de aulas (semana a semana), justificativa (que antes não tinha), avaliação do aprendizado (com a previsão de todas as avaliações durante o semestre), procedimentos presencias e recursos didáticos (duas partes, que antes eram apenas uma: metodologia), e bibliografia básica e complementar (só com livros, só com textos impressos). Eu entendo a necessidade de algum nível de planejamento, mas esse tipo de planejamento mata um curso (se é que algum professor o segue).

  10. Carla de Fatima Mendes Soares disse:

    Gostei muito das suas colocações nesse vídeo e se vc não se importar, gostaria de apresentá-lo como complemento para meu trabalho sobre didática na EAD, pois acho que ele vai causar um grande choque, pois a faculdade na qual eu estudo é uma dessas onde entregam para o profesor o material e ele tem todo um cronograma para ser seguido com os alunos e agora eu fico me perguntando, mediante a todas essas informações lidas a respeito de EAD, será q vale a pena continuar nessa faculdade que busca apenas lucro financeiro?Ou será possível conseguir mudar essa didática deles mediante argumentos embasados?

  11. João Mattar disse:

    Carla, o vídeo está disponível no YouTube justamente para vocês usarem – use e re-use como quiser. Abraços

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