Farrah Fawcett & Michael Jackson no Twitter

Hoje à tarde, quando eu estava no Twitter, fiquei sabendo da morte da Farrah Fawcett, de quem (como muitos adolescentes) tive por vários meses (ou anos?) um pôster no meu quarto. A notícia ainda não tinha saído no Estadão, mas eu já tinha recebido a notícia pelo Twitter.

Mais ou menos na mesma hora, recebi também a notícia de que o Michael Jackson tinha tido um ataque cardíaco e estava internado. Meu filho de 11 anos estava do meu lado quando, um pouco depois, chegou a primeira notícia pelo Twitter de que o Michael Jackson tinha morrido, um (re)tweet da minha querida ex-aluna Ana Paula:

anatradutora RT @ondei: TMZ diz que Jackson morreu!

Não tinha nada no Estadão, não tinha nada na Folha, não tinha nada em fontes internacionais online, ligamos a tv e nada, mas já estava no Twitter, inclusive com várias hashtags e termos já criados para pesquisa (RIP MJ, #MichaelJackson etc.), e com um link para o site da TMZ. Apenas agora, algumas horas depois, o LA Times, em seguida a CNN e aí todo o resto, em efeito dominó, confirmaram a morte dele.

Na hora em que ainda nenhuma fonte (além da TMZ) anunciava a morte de Michael Jackson, eu mostrei para o meu filho o que estava acontecendo – a informação flui hoje mais rápido do que as próprias fontes de informação “oficiais” conseguem disseminar e controlar. Em 1865, levaram 12 dias para a informação sobre o assassinato de Abraham Lincoln chegar à Inglaterra, pois ela teve que ser publicada num jornal e “transportada” de navio até a Inglattera. Meu filho presenciou um momento histórico: antes da confirmação da morte de Michael Jackson pelas autoridades, pelas fontes oficiais, pela mídia etc., a informação já estava circulando a mil pelo Twitter (e pelo mundo), as pessoas já estavam comentando, lamentando, refletindo sobre o dia (Fawcett e Jackson no mesmo dia, come on!), tanto que logo depois o Twitter travou. Antes de Michael Jackson ser confirmado morto, ele já estava morto no Twitter (e, portanto, para um monte de pessoas) – esses foram alguns tweets que pipocaram na minha tela, depois do retweet da Ana Paula:

pritties Reuters says that he died..

andrelemos Na minha infancia gostava dos Jackson 5, na adolescencia, da F. Fawcett…os idolos estão indo e nós, envelhecendo,…ainda bem!

carolbarbiere Michael morto? oh LORD!

corvida I always thought he’d live forever for some reason, like my kids kids would grow up with Michael too. No one can replace him or compare.

catone Sad week in entertainment (Ed, Farrah, Michael) RT @mashable Michael Jackson: A Video Tribute http://bit.ly/14SNRC

sarahintampa Wow, look at that crowd at UCLA Medical Center! It’s going to be a madhouse

billt Home from Norwich to news of Jackson. Definitely time for beer.

Sem dúvida, o jornalismo vai ter que se reinventar para acompanhar essa incrível flexibilidade e capacidade de disseminar informações das redes sociais. Assim como as próprias redes sociais terão que se reinventar, como também já foi refletindo no próprio Twitter “on the fly” o Frederic Lardinois, do ReadWriteWeb, quando o Twitter foi ficando lento (até travar) com o fluxo intenso de informações sobre a morte de Michael Jackson:

fredericl Looks like MJ’s death is bringing Twitter to it’s knees… Search is running pretty slow right now.

fredericl RT @turoczy: RT @Stranahan: Twitter could survive an uprising in Iran but not Michael Jackson

fredericl 9 of the top 10 trending terms on twitter search right now are Jackson related… just Ed McMahon is holding on – #iranelection is gone

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Uma resposta a Farrah Fawcett & Michael Jackson no Twitter

  1. Renato disse:

    Um outro exemplo interessante foi o que aconteceu no Irã, o governo tentou bloquear as informações tanto quanto podia e o twitter foi uma das ferramentas que permitiu que os manifestantes passassem imagens e informações por entre os dedos da censura.

    Além dos jornalistas a web pode ser muito preocupante para os ditadores. :-)

    Além da velocidade uma das crises que se abate sobre o jornalismo é a de credibilidade, pois um bom blogueiro pode se tornar um competidor forte frente aos colunistas dos jornalões, tanto que todos eles costumam a ter um blog. Mas acho que é no aspecto qualidade e profundida de análise que eles podem se destacar.

    A imprensa vai ter tempos interessantes no futuro.

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