Teorias de Aprendizagem

Uma série de referências, artigos, links, vídeos etc. sobre teorias da aprendizagem, filosofia da educação e teoria do conhecimento.

Meu post anterior tem links para Revistas de Educação.

Como reflexão teórica e histórica, cf. o interessante Philosophy of Education na Stanford Encyclopedia of Philosophy.

Alexander Sutherland Neill é um reformador que fundou a Summerhill School. Seu A Dominie in Doubt está disponível online.

Não conhecia: INFED – the encyclopaedia of informal education.

Também não conhecia: Explorations in Learning & Instruction: The Theory Into Practice Database – TIP, com breves resumos sobre várias teorias de instrução e aprendizagem, que podem ser pesquisadas de diversas maneiras. Cf. p.ex. Anchored Instruction, Experiential Learning (C. Rogers) e Situated Learning (J. Lave).

Damasio, Antonio R. (2002, August). How the brain creates the mind. Scientific American Special Edition, Vol. 12, Issue 1.
Damasio afirma que a mente privada e pessoal, preciosa e única, na verdade é biológica e um dia será descrita em termos tanto biológicos quanto mentais.
Ele propõe que o problema da mente consciente seja quebrada em duas partes:
(a) Como geramos o que ele chama de “filme-no-cérebro” (movie-in-the-brain), uma metáfora para a composição integrada e unificada que fazemos das imagens sensórias – visuais, auditivas, táteis, olfativas e outras, que constituem o espetáculo multimídia que chamamos de mente.
(b) O self, e como geramos automaticamente um sentido de propriedade para o filme-no-cérebro.
Damaso acredita que conforme a tecnologia e a habilidade dos pesquisadores se desenvolvem, as estruturas físicas e atividades biológicas que constituem o filme-no-cérebro gradulamente virão à tona. A evolução teria preparado o cérebro para representar diretamente o organismo (gerando o senso do self) e indiretamente aquilo com que o organismo interage (gerando o filme-no-cérebro). Nosso cérebro usa estruturas projetadas para mapear tanto organismo quanto os objetos externos, criando um representação de segunda ordem. Essa representação indica que o organismo, mapeado no cérebro, está envolvido na interação com um objeto, também mapeado no cérebro. Essa representação de segunda ordem não é uma abstração; ela ocorre nas estruturas neurais como o tálamo e o córtice. Ai ai ai!

Conole, G., Dyke, M., Oliver, M., & Seale, J. (2004, August). Mapping pedagogy and tools for effective learning design. Computers & Education, 43(1/2), 17.
Um artigo interessante, que propõe o desenvolvimento de uma caixa de ferramentas de design de aprendizagem online.
É muito interessante a tabela que relaciona teorias de aprendizagem com e-learning.
Os autores propõem um modelo para a aprendizagem que, segundo eles, articula os principais componentes das teorias de aprendizagem existentes, exibe suas inter-relações e oferece um meio para mapeá-las comparativamente.
O modelo está baseado em 3 pares opostos:
(1) individual (o indivídiuo é o foco do aprendizado) versus social (o aprendizado é explicado pela interação com outros, como tutor e colegas, pela discurso e pela colaboração e o contexto mais amplo em que o aprendizado ocorre.
(2) reflexão (em que a reflexão consciente sobre a experiência é a base pela qual a experiência é transformada em aprendizado) versus não-reflexão (em que o aprendizado é explicado com referência a processos como condicionamento, aprendizado pré-consciente, habilidades de aprendizagem e memorização).
(3) informação (em que um corpo externo de informação como texto, artefatos e corpos de conhecimento formam a base da experiência e a matéria-prima para a aprendizagem) versus experiência (em que o aprendizado resulta da experiência direta, atividade e aplicação prática).
Outra tabela interessante apresenta a relação do modelo com as teorias indicadas anteriormente (onde cada uma se posiciona).
O artigo apresenta ainda dicas de como desenvolver mini-atividades de aprendizagem (mini-learning activities) e cursos baseando-se no modelo, e também como escolher ferramentas.
Outra tabela mostra atividades e formas de operacionalizá-las, com diferentes recursos, e onde elas se localizam no modelo.
As mini-atividades de aprendizagem podem ser agrupadas em atividades de aprendizagem mais amplas.
O modelo pode ser usado tanto no estágio do design da aprendizagem quanto um recurso para conferir se pedagogias assumidas ou implícitas estão realmente presentes em abordagens existentes.
Muito legal a ideia de um kit para design de aprendizagem online, que possa servir a diferentes propósitos, diferentes assuntos, diferentes alunos, diferentes turmas, diferentes conteúdos etc.

Referências Filosofia da Educação na tradição analítica

C.D. Hardie – Truth and Fallacy in Educational Theory (1941; reissued in 1962)

D.J. O’Connor – An Introduction to Philosophy of Education (1957)

Israel Scheffler – The Language of Education (1960), dentre outros

Smith & Ennis (ed.) – Language and Concepts in Education (1961)

R.D. Archambault (ed.) – Philosophical Analysis and Education (1965)

Compilações

Winch, C., and Gingell, J., 1999, Key Concepts in the Philosophy of Education, London: Routledge.

Phillips, D.C. (ed.), 2000, Constructivism in Education: Opinions and Second Opinions on Controversial Issues, (Series: 99th. Yearbook of the National Society for the Study of Education), Chicago: University of Chicago Press.

Curren, R., (ed.), 2003, A Companion to the Philosophy of Education, Oxford: Blackwell.

Blake, N., Smeyers, P., Smith, R., and Standish, P., (eds.), 2003, The Blackwell Guide to the Philosophy of Education, Oxford: Blackwell.

Curren, R., (ed.), 2007, Philosophy of Education: An Anthology, Oxford: Blackwell.

Siegel, H. (ed.), 2008, The Oxford Handbook of Philosophy of Education, Oxford: Oxford University Press.

Associações

PES (Philosophy of Education Society, North America)

PESA (Philosophy of Education Society of Australasia)

PESGB (Philosophy of Education Society of Great Britain)

INPE (International Network of Philosophers of Education)

UNESCO/International Bureau of Education: Thinkers on Education

Vídeos

Operant conditioning
Para onde a EaD fordista vai nos levar:

Building knowledge: constructivism in learning
John Abbott discute o construtivismo na aprendizagem:

The Conflict of Learning Theories with Human Nature
Muito interessante, George Siemens defende que nossa necessidade de externalizar conhecimento vai contra teorias como as do behaviorismo, cognitivismo e mesmo construtivismo. Como educadores, deveríamos então nos preocupar menos em trazer conhecimento para a cabeça dos aprendizes, e mais em desenvolver habilidades que os ajudem a externalizar nossos pensamentos e se relacionar socialmente, em ambientes de conhecimento distribuído:

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5 respostas a Teorias de Aprendizagem

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  2. Eri disse:

    Excelente dicas, João.
    aliás, gosta da expressão “design da aprendizagem”
    abs

  3. Eri disse:

    Quanto ao Siemens, acredito que sua idéia no fundo não se opõe ao construtivismo, já que o que vamos ter nessa linhagem são teorias, dentre eles o sócio-socnstrutivismo, que valorizam a interação, portanto já está intrínseca tanto a entrada quanto a saída de “conhecimento”. as trocas, os acoplamentos, a internalização e externalização de conhecimento.

    Abraços

    Eri

  4. João Mattar disse:

    Também tive esta dúvida assistindo ao vídeo, Eri. Vou procurar algum texto dele para tentar entender até que ponto a proposta se afasta ou se aproxima do construtivismo.

  5. T disse:

    olá, gosto das ideias do Siemens…muito.
    Engraçado isso do EAd em Licenciatura, trabalhamos sem ter uma base ou proposta firme quanto à teoria de Aprendizagem, mas devemos abordar as Teorias citadas para o ensino via presencial dos futuros profissionais…

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