Uma seleção de links e artigos sobre a interessante teoria do conectivismo (ou conhecimento distribuído) tem sido desenvolvida por George Siemens e Stephen Donnes, dentre outros autores.
Siemens, G. (2004). Connectivism: A theory for the digital age.
Critica o behaviorismo, o cognitivismo e o construtivismo, que não dariam conta da aprendizagem que ocorre fora das pessoas, como p.ex. a aprendizagem que é armazenada e manipulada pela tecnologia, e dentro das organizações. Siemens propõe que o conectivismo é mais adequado como teoria de aprendizagem para a era digital: “No ambiente de hoje, a ação é em geral necessária sem aprendizagem pessoal – ou seja, precisamos agir extraindo informação de fora de nosso conhecimento primário.” Algumas questões são então propostas, levando em consideração o impacto da tecnologias nas teorias de aprendizagem, quando o conhecimento não é mais adquirido de uma maneira linear, a tecnologia desempenha muitas das operações cognitivas antes desempenhadas por aprendizes (armazenamento e recuperação de informações), o desempenho é necessário na ausência de compreensão completa etc. De acordo com Siements, “incluir a tecnologia e realização de conexões como atividades de aprendizagem começa a mover as teorias da aprendizagem para a era digital. Não conseguimos mais experimentar pessoalmente e adquirir o conhecimento que precisamos para agir. Derivamos nossa competência da formação de conexões.” Há uma citação interessante de Karen Stephenson: “A experiência por muito tempo foi considerada o melhor professor do conhecimento. Como eu não posso mais experimentar tudo, as experiências de outras pessoas, e portanto outras pessoas, tornam-se o substituto do conhecimento. ‘Armazeno meu conhecimento nos meus amigos’ é um axioma para reunir conhecimento reunindo pessoas.” A teoria do caos é também explorada. O aprendizado é um processo que ocorre em ambientes nebulosos de elementos essenciais inconstantes – não inteiramente sob controle do indivíduo. A aprendizagem (definida como conhecimento acionável) pode residir fora de nós (dentro de uma organização ou um banco de dados), e as conexões que nos permitem aprender mais e mais são mais importantes do que nosso estado atual de conhecimento. O aprendizado, para o conectivismo, não é mais uma atividade interna, individualista. A utilização de novas ferramentas altera a maneira como as pessoas trabalham e funciona, mas o campo da educação tem sido lento em reconhecer tanto o impacto de novas ferramentas de aprendizagem quanto as mudanças ambientais no que significa aprender. “Nossa habilidade de aprender o precisamos para amanhã é mais importante do que o que sabemos hoje.”
Kop, R., & Hill, A. (2008). Connectivism: Learning theory of the future or vestige of the past? The International Review of Research in Open and Distance Learning, 9(3).
Artigo muito interessante que analisa a teoria do conectivismo e suas implicações para a educação, comparando-a com teorias de aprendizagem como o construtivismo social de Vygotsky, o construcionismo de Papert e a cognição ativa encorpada de Andy Clark. A conclusão reconhece a importância do conectivismo, apesar de não reconhecê-la como uma teoria de aprendizagem. Vale a pena dar uma olhada na bibliografia.
Cf. tb.:
Siemens, G. (2005, August 10). Connectivism: Learning as network creation.
Donnes, S. (2007). An Introduction to Connective Knowledge.
Downes, S. (2006, October 16). Learning networks and connective knowledge. Instructional Technology Forum: Paper 92.
Kerr, B. (2007). A Challenge to Connectivism. Transcript of Keynote Speech, Online Connectivism Conference. University of Manitboa.
Siemens, G. (2008). Learning and knowing in networks: Changing roles for educators and designers. Paper 105: University of Georgia IT Forum.
E ..em meio a tantas teorias, qual a sua opinião? agrada-me particularmente o Conectivismo!
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T, confesso que no fundo não conhecia muito bem a teoria, e acabei estudando-a bastante neste semestre. Achei fantástica, penso que dá conta do momento que vivemos, consegue reunir elementos das teorias de aprendizagem mais conhecidas, adequá-los ao uso da Internet etc.
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Estou realmente fascinada por essa nova teoria que nos faz refletir sobre a grande mudança do nosso processo de conhecimento diante de tanta informação e redes diversas que participamos e são oferecidas com a Internet. Mas você como sempre à frente, não é? Me lembro de como ler seu livro e blog ajudou-me a entender os recursos da Web 2.0 e agora iniciando o meu estudo sobre o conectivismo, em pesquisa me encontro aqui novamente. Muito obrigada por compartilhar esses conhecimentos… Atualmente sou mestranda e certamente estarei agora mais ainda interessada por suas contribuições… Obrigada!
Lu, mas estamos juntos nesta exploração. Escrevi um texto explorando um pouco o assunto, vou disponibilizar logo.
João,
Há algum tempo venho estudando o Conectivismo e acredito que, quando compreendemos bem a teoria, temos uma boa alternativa para a Era Digital, pois nos traz uma nova maneira de compreender a aquisição de conhecimento: ela não ocorre, dentro de nossas mentes, linearmente, mas “hipertextualmente”.
Os críticos da teoria afirmam que ela é apenas uma “reciclagem” de outras tantas teorias e que não traz nada de novo, efetivamente. E você, o que acha?
@LuciaValle
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Interesso-me muito pela teoria, Lucia, e como você vejo um fundamento forte e muito interessante para o uso de tecnologias em educação. Cf. http://ow.ly/3gyPX
O conectivismo é mais um desafio para a aprendizagem no âmbito da EaD, prefiro dizer na educação online. Nesta pedagogia o aluno não é um individuo isolado, mas faz parte de uma rede colaborativa de aprendizagem e aprende também com as máquinas e com o conhecimento acumulado nelas. Muda-se, inclusive, a característica do aluno a distância, pois se antes enfatizava-se a autoaprendizagem, característica do individuo aprendendo sozinho, no conectivismo o aluno precisa agir extraindo informação de fora de seu conhecimento primário. O aprendizado, para o conectivismo, não é mais uma atividade interna, individualista. A utilização de novas ferramentas altera a maneira como as pessoas trabalham e funciona. A web.2 propicia aprender com a rede e com o outro.
Após a leitura dos textos sugeridos sobre: Conectivismo – Conhecimento Distribuído”, o vejo como uma teoria de aprendizagem (Siemens, 2004).
Considero que esta teoria vem dar conta das novas formas de aprendizagem impulsionadas pelo desenvolvimento das Tecnologias da Informação e da Comunicação.
As mudanças na forma de atuar e interagir com as informações e o conhecimento nos faz repensar os caminhos de quem ensina e de quem aprende. O que faz interessar-me cada vez mais em pesquisar e compreender melhor esta teoria de aprendizagem.
O conectivismo pode ser pensado como uma das teorias mais recentes no campo da aprendizagem onde o papel das novas TICs é claramente destacado uma vez que para Siemens a utilização das mesmas altera drasticamente a forma como o aluno pensa a realidade e atua sobre ela aprendendo sobre a mesma. Trata-se de uma proposta que valoriza o caos e sua importância em termos de desafio e formação de novas conexões e prioriza os novos ambientes digitais com os quais convivemos hoje. Excelente!
Prof. Vilson Sérgio de Carvalho
Penso: O que ensinar aos pequenos estudantes, ler e escrever ou utilizar o touch screen??
As novas competências para ensinar e aprender em meio ao conectivismo me encanta.
Olá, boa noite!
Preciso fazer um trabalho sobre esse tema, e estou encontrando dificuldade para achar material. Na verdade nunca tinha ouvido falar nele e estou com receio de pegar qualquer coisa para basear meu trabalho.
Se puderem me enviem por email (anacarolina.machado@yahoo.com.br) textos, nomes de livros, palestras etc… tudo que puderem sobre esse tema.
Obrigada,
Ana Carolina
Ana, aqui mesmo no blog explorei bastante coisa. Faça uma pesquisa pela palavra no blog, por exemplo.
Olá…fazendo a leitua do tema fico animado a estudar ainda mais…vejo a necessidade que os novos tempos e seus novos meios nos propõe e ao dar respostar para esta necessidade ampliar o que conhecemos ou melhor ainda aquilo que podemos cohecer. Avante!