Elaboração de Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem

Como parte da Semana Acadêmica da Anhembi Morumbi, dedicada a avaliação, participei hoje do curso Elaboração de Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem com o professor Carlos Honório.

Os objetivos do curso eram:

Apresentar e discutir algumas técnicas para elaboração de questões abertas, fechadas e estudos de caso em instrumentos de avaliação da aprendizagem.

Fiz uma experiência de compartilhar (e discutir) just-in-time no Facebook algumas ideias que eram apresentadas e discutidas durante o curso.

Questões Abertas

Questões abertas são aquelas em que não há alternativas prontas para o aluno escolher, ou seja, ele a liberdade (e obrigação) de construir sua resposta, um processo etc. Não são, portanto, de múltipla escolha.

Sugiram alguns questionamentos conceituais como: uma questão de cálculo, como por exemplo resolver uma integral, deveria ser considerada uma questão aberta? E uma questão “aberta” não poderia ser fechada quando busca uma resposta específica, pontual? Na verdade, uma questão aberta não precisa ser necessariamente subjetiva – uma questão de cálculo, p.ex., não é.

Uma questão aberta precisa estar bem contextualizada. Tipos de questões abertas: uma citação para o aluno comentar em função de uma pergunta, uma posição para o aluno avaliar, uma breve introdução seguida de uma questão para o aluno responder etc. Outro tipo: qual a sua opinião ou seu ponto de vista, ou qual opção você acha mais adequada, e essa pergunta vem seguida de “quais as implicações que sua opinião ou opção geram” etc.

Exemplos de questões abertas inadequadas, porque, dentre outros problemas, não ocorre a contextualização:

“Quem eram os helenos?”

“Fale sobre os filósofos gregos.”

Um dos desafios é como definir critérios para avaliação de questões abertas. No Facebook, o João Marques sugeriu o link do Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação de Portugal, que apresenta critérios de correcção para questões abertas no exames do ensino secundário, além dos próprios exames. Uma observação interessante feita durante o curso: o professor tem que estar preparado para se surpreender com respostas que não esperava para questões abertas, respostas que sejam criativas, coerentes etc.

Questões Fechadas

As questões fechadas, em que há alternativas para o alunos escolher, devem também ser contextualizadas.

No caso das questões de múltipla escolha, deve haver uma única alternativa correta. Elas não devem contar as opções “todas as alternativas anteriores” ou “nenhuma das alternativas anteriores”. As alternativas devem ter mais ou menos a mesma extensão. Uma opção para fugir um pouco dessas regras: são propostas diversas afirmações, e então – são verdadeiras: a) I, II e IV b) I e II etc. Outra opção: as duas opções são verdadeiras; a primeira justifica a segunda; tanto a primeira quanto a segunda são falsas etc. Ou: A porque B – 1) as 2 afirmações são verdadeiras e a primeira justifica a segunda; etc.

Foi também sugerido que se deve evitar a proposição de assinalar a alternativa incorreta, mas alguns professores disseram que usam esse tipo de questão, mesmo porque elas fazem parte de exames como Enem e Enade, mas destacam (com negrito, letras maiúsculas etc.) a indicação de que se trata de alternativa incorreta, caso contrário o aluno acaba rapidamente passando para as respostas e fazendo o mesmo que no resto da prova: procura a alternativa correta.

Outro tipo de questões fechadas são as questões dicotômicas: sim/não, verdadeiro/falso, certo/errado etc. Uma questão dicotômica (p.ex. concordo/não concordo) pode por exemplo ser completada com uma questão aberta – por que concorda ou não concorda? etc.

Questões dicotômicas devem ser utilizadas com cuidado, sempre justificadas etc.

Estudos de Caso

Estratégia de investigação que busca esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: por que elas foram tomadas? como elas foram implementadas? quais os resultados alcançados? etc. A situação pode ser real ou não. Um estudo de caso pode: descrever o contexto da vida real, estabelecer relações com a vida real, avaliar uma intervenção em curso, explorar determinada intervenção etc.

Um estudo de caso deve estar dividido em pelo menos 3 partes: contextualização, atividade e avaliação.

Como sugestão geral, Carlos Honório propôs trabalhar com uma variedade de tipos de instrumentos de avaliação (questões abertas, fechadas, estudos de caso etc.)

Apresentou também algumas referências bibliográficas (que depois atualizo por aqui), dentre as quais:

MASETTO, Marcos. O Professor na hora da verdade: a prática docente no ensino superior. Avercamp, 2010.

FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. Ed. Unesp, 2009.

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Uma resposta a Elaboração de Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem

  1. Maria Aparecida Silva Alves disse:

    Achei muito interessante pois embora sempre tenhamos a preocupação de não elaborar questões de prova que confundam os alunos, volta e meia percebemos que uma ou outra aconteceu isso.
    Obrigada por compartilhar.
    Abraço.
    Maria Aparecida.

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