Maturana & Varela: a falta de credibilidade

Os 2 autores estão na moda aqui no Brasil há algum tempo.

Em A Árvore do Conhecimento, Maturana e Varela mencionam como fundamentação para sua argumentação (mas sem referência) o caso das irmãs lobo. Entretanto, não há nem mesmo evidências suficientes de que essa história seja verdadeira – a única fonte é a pessoa que supostamente as achou. Para aqueles que estudaram o caso, trata-se de uma farsa que provavelmente foi desenvolvida para ganhos financeiros.

No mesmo livro eles usam outro exemplo para sua teoria:

Se separarmos de sua mãe, por poucas horas, um cordeirinho recém-nascido, e em seguida o devolvermos, veremos que o pequeno animal se desenvolve de um modo aparentemente normal. Ele cresce, caminha, segue a mãe e não revela nada de diferente, até que observamos suas interações com outros filhotes de carneiro. Esses animais gostam de brincar correndo e dando marradas uns nos outros. Já o cordeirinho que separamos da mãe por algumas horas não procede assim. Não aprende a brincar; permanece afastado e solitário. O que aconteceu? Não podemos dar uma resposta detalhada, mas sabemos – por tudo o que vimos até agora neste livro – que a dinâmica dos estados do sistema nervoso depende de sua estrutura. Portanto, também sabemos que o fato desse animal de comportar de maneira diferente revela que seu sistema nervoso é diferente do dos outros, como resultado da privação materna transitória. Com efeito, durante as primeiras horas após o nascimento dos cordeirinhos, as mães os lambem continuamente, passando a língua por todo o seu corpo. Ao separar uma deles de sua mãe, impedimos essa interação e tudo o que ela implica em termos de estimulação tátil, visual e, provavelmente, contatos químicos de vários tipos. Essas interações se revelam no experimento como decisivas para uma transformação estrutural do sistema nervoso, que tem consequências aparentemente muito além do simples lamber, como é o caso do brincar. (p. 142)

mas novamente sem referências para fundamentar o que afirmam. Perguntei para alguns especialistas, que me responderam que isso não é verdade. Uma resposta que recebi de um veterinário bastante experiente:

Trabalhei anos com cordeiros e é super comum eles serem amamentados artificialmente, com mamadeiras. Em alguns casos, quando morre a mãe e, em outros casos, pelo próprio manejo. Em bezerros, por exemplo, em quase toda moderna criação os bezerros são aleitados artificialmente. E todos eles, quando crescem, são normais sem problema algum.

Ora, como podemos usar como referencial teórico para nossas reflexões e práticas em educação autores que não indicam nem mesmo as referências do que falam, e que, pior ainda, usam para sustentar suas argumentações exemplos que não são verdadeiros? Credibilidade e confiabilidade das fontes não é o mínimo de rigor teórico e científico que precisamos?

MATURANA, Humberto R; VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. Trad. Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo: Palas Athena, 2001.

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Uma resposta a Maturana & Varela: a falta de credibilidade

  1. Monsueto Araujo de Castro disse:

    CREDIBILIDADE
    O primeiro passo da credibilidade é a mantença da sua palavra. Palavra não mantida significa futuro sem credibilidade, ou melhor, fracasso na vida.
    Autor: Monsueto Araujo de Castro

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