No SBGames 2011, em Salvador, tive a honra de mediar a palestra de Jesper Juul: No Fun: Failure as the True Subject of all Games.
Neste ano, ele publicou pela MIT Press o livro The Art of Failure: An Essay on the Pain of Playing Video Games.
Aqui a tradução da apresentação do livro – coisa fina, acabei de encomendar!
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Podemos pensar em videogames como sendo “divertidos”, mas, em A Arte do Fracasso, Jesper Juul afirma que isso é quase totalmente falso. Quando jogamos videogames, nossas expressões faciais raramente são de felicidade ou êxtase. Em vez disso, franzimos a testa, fazemos caretas e gritamos de frustração conforme perdemos, morremos ou deixamos de avançar para a próxima fase. Os seres humanos podem ter um desejo básico de obter sucesso e sentir-se competentes, mas jogadores de games escolhem se envolver em uma atividade em que eles têm quase certeza de fracassar e se sentir incompetentes. Então, por que jogamos videogames, já que eles nos tornam infelizes? Juul analisa esse paradoxo.
Em videogames, como em obras trágicas de arte, literatura, teatro e cinema, parece que queremos experimentar desprazer, mesmo que não gostemos disso. A reação do leitor ou da plateia à tragédia é em geral explicada como catarse, como uma purgação de emoções negativas. Mas, Juul aponta, este não parece ser o caso de jogadores de videogames. Games não nos purgam de emoções desagradáveis; antes, eles as produzem. O que, então, o fracasso em videogames provoca?
Juul argumenta que o fracasso em um game é único, no sentido de que, quando você fracassa, você (não um personagem) encontra-se de alguma maneira inadequado. No entanto, os games também nos motivam a jogar mais, a fim de escapar dessa inadequação, e o sentimento de escapar do fracasso (em geral aperfeiçoando competências) seria um prazer essencial dos games. Games, escreve Juul, são a arte do fracasso: a forma de arte singular que nos prepara para o fracasso e nos permite experimentá-lo, e experimentar com ele.
Vale a pena pensar nesta “vertente” do Jesper Juul, ao qual tem muito a dizer sobre o fracasso nos videogames reforçando o quesito “vício” por games.
imagino num curto tempo que os “viciados” poderão errar muito nos games educativos. Serão os novos “Thomas Edson” do futuro.
Até Breve!
FREIS.
Ao contrario da vida os games nos permite visualizar o fracasso de maneira diferente, nele podemos, após a derrota, reiniciar o jogo.
Um jogo desperta o instinto de competição e ao ter este sentimento o indivíduo procura se superar. O uso de jogos como meio de educação provavelmente levará o aluno a se empenhar na aprendizagem para sempre superar os obstáculos impostos, aumentando o percentual de conteúdos assimilados.