Os MOOCs já eram… o negócio agora são os SPOCs!

Os MOOCs já eram… o negócio agora são os SPOCs!

Ai ai ai, ui ui ui, é preciso colocar um pouco de ordem nessa bagunça, Dr. Spock!


(montagem da foto: Jurandir Rafael)

A Educação a Distância (EaD) nasceu com materiais impressos enviados pelo correio, no início do século XIX. Não eram MOOCs nem SPOCs, mas EaD feita com as mídias e os meios de transporte disponíveis na época. Em seguida surgiram tv, rádio, áudio, vídeo, telefone, PCs, tecnologias multimídia etc. e as universidades abertas e megauniversidades a distância. Talvez o grande momento, no meio da década de 1990, tenha sido a explosão da Internet e da Educação Online. Passam então a ser oferecidos cursos online, fechados e para pequenas turmas – ou SPOCs (Small Private Online Courses), que tem gente por aí chamando de a nova onda da EaD! Mas não é nova coisa nenhuma!!

A leitura padrão da história da EaD está focada em tecnologias, mas há visões alternativas, como a de Anderson e Dron, que se baseiam em gerações de pedagogia. Traduzi recentemente este artigo justamente porque ele traz uma contribuição interessante à história da EaD.

Alguns cursos online copiavam mais o presencial, outros não, mas esse não era o problema principal. O problema principal foi que muitos cursos online adotaram o que Otto Peters chamou de fordismo (há bastante tempo, antes de MOOCs ou de SPOCs): modelos com conteúdo pronto, testes de múltipla escolha, sem professor (e no limite até mesmo sem tutor) etc. Tudo o que venho criticando e discutindo há muito tempo, por aqui e por aí. Isso não tem tampouco nada que ver diretamente com o tamanho das turmas – ao contrário, esses cursos online fordistas começaram pequenos, mas foram crescendo, crescendo, crescendo, porque tudo foi se automatizando: custo fixo coberto, e sem o custo variável do professor, tudo é lucro!

A questão era então o modelo de EaD, não a quantidade de alunos. Mesmo porque, para além do fordismo, havia profissionais e instituições experimentando com modelos alternativos. E foram os conectivistas – e não Coursera, Udacity ou edx – conectivistas que aliás já vinham experimentando intensamente com modelos não fordistas, que resolveram experimentar até que ponto seria possível aumentar o número de alunos em cursos online, mantendo um nível de interação e colaboração que a sua visão de EaD defendia. Quem saiu então por aí dizendo que os MOOCs tinham surgido em 2012 ou 2011, ignorou tudo isso. Reconstituo brevemente essa história neste artigo recente.

E os conectivistas procuraram também experimentar com formas de avaliação para cursos com maior número de alunos, como por exemplo avaliação por pares e tutoria emergente. Hoje contamos ainda com o desenvolvimento de recursos de análise de dados e aprendizagem adaptativa, que permitem darmos um passo além na avaliação em cursos massivos.

Mas agora surgem alguns repórteres – e alguns blogueiros, marketeiros, professores e instituições – que decidem decretar a morte dos MOOCs e o surgimento dos “revolucionários” SPOCs. Ora ora, já fazemos SPOCs há muito tempo em EaD – foi o que fizemos efetivamente antes dos MOOCs – mas esses SPOCs continuaram existindo com os MOOCs. Não me venham querer resumir a história da EaD a pequenas ondas mercadológicas – a coisa é muito mais séria! O problema é que fazemos SPOCs – ou mesmo MOOCs – em modelos distintos, que precisam ser dissecados pedagogicamente e desvelados ideologicamente, mas agora resolveram decretar que nada disso importa, e que os SPOCs trazem milagrosamente a solução da EaD!

Eu mesmo estou conduzindo no momento 2 “SPOCs” (na Artesanato Educacional e na Universidade Anhembi Morumbi), para turmas bastante pequenas (aproximadamente 15 alunos) e fechadas, e um MOOC (MOOC Tutoria), que começa segunda com aproximadamente 2.000 inscritos – e é gratuito e aberto a todos os interessados. No semestre passado coordenei o MOOC LP (Língua Portuguesa), que só teve 5.100 participantes porque decidimos encerrar as inscrições logo no início. Uma coisa não exclui a outra! O que definie a EaD de qualidade não é ser MOOC ou SPOC – os MOOCs são experiências que têm sido realizadas com um número elevado de alunos, os SPOCs podem ser oferecidos em diferentes modelos – mas a maioria, no Brasil, convém repetir, é fordista, conteudista, pdf + múltipla escolha, com uns fóruns aqui e ali (quando há) para disfarçar o modelo, que expulsou o professor da docência online. A evolução natural dos SPOCs fordistas era MOOCs fordistas – o “negócio agora” será literalmente um passo para trás, nada mais.

Aliás, a noção de abertura (Open), substituída por privacidade (Private), não está diretamente ligada aos MOOCs, e sim ao movimento de REAs (Recursos Educacionais Abertos). E é inclusive uma noção complexa: o que é aberto nos MOOCs: as inscrições? a possibilidade de qualquer um cursar? os conteúdos são abertos para todos olharem? as licenças dos materiais utilizados são abertas?

Tem gente que nunca discutiu modelos de EaD, nunca refletiu sobre nada do que falei até agora, não cursou (muito menos ofereceu) nenhum MOOC, contribuiu ativamente para o enraizamento dos modelos SPOC pdf + múltipla escolha em nosso país, e agora está bradando aos ventos que a era dos MOOCs terminou, e que estamos na era dos “revolucionários” SPOCs! Repórteres não são fontes confiáveis – eles em geral cortam e mudam o que você fala, e não são pesquisadores nem praticantes do que abordam em suas reportagens – mas não são apenas eles que ficam balançando para lá e para cá, apontando aos seus seguidores as direções da educação como se troca de roupa!

Os MOOCs não nasceram com o Coursera nem terminaram com os SPOCs. Os SPOCs não nasceram agora – nasceram com a EaD online – não acabaram nem acabarão com os MOOCs, e não trazem a solução para os problemas da EaD – podem aliás, simplesmente, como a maioria já faz hoje no país, repetir os modelos fordistas já denunciados por Otto Peters há bastante tempo.

Chequem a credibilidade – e os interesses – das fontes! Quem perde a barca não consegue conduzir! E rimas e brincadeiras com expressões tampouco servem para nos guiar – SPOCs também já aparece como Self-Paced Online Courses, o que também não é novidade nenhuma!

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33 respostas a Os MOOCs já eram… o negócio agora são os SPOCs!

  1. Você tem razão, Mattar, quando diz que a mídia desconhece grande parte do que veicula e, dessa forma, super-simplifica os temas e dá impressão de que a EAD (e outros temas da Educação) vive ondas de modismo.
    A percepção de que a EAD é um movimento contínuo e heterogêneo, que na minha opinião nasceu logo que Gutemberg inventou a imprensa e tornou possível a distribuição do conhecimento, não é simples nem para quem a vivencia no seu cotidiano e, menos ainda para quem “ouve a respeito” e tem pressa de produzir algum texto pretensamente informativo, mas sem profundidade ou mesmo compreensão.
    Interessante é enfatizar também que o mesmo se dá com toda a Educação – não apenas com o EAD – e, por isso mesmo, convivemos ainda hoje com diversos modelos educacionais simultaneamente, embora o que prevaleça parece ser o modelo tradicional (jesuítico-fordista).
    Apontar esses “erros de análise”, se é que podemos chamá-los assim, é também a função de quem vive a Educação no seu dia-a-dia. Parabéns pela análise e pelo “puxão de orelhas” na imprensa.

  2. Fabio Carmo disse:

    Prof. Mattar, obrigado pela análise!

    No mesmo período do seu artigo saiu um texto sobre um MOOC que eu participei, descrevendo a experiência da professora na sua primeira tentativa:
    http://www.telegraph.co.uk/education/universityeducation/10414989/University-education-maturing-of-the-Mooc.html

    Sei que vc deve receber um monte de artigos para ler, mas caso tenha tempo o relatório do governo britânico que eles comentam está neste link:
    https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/240193/13-1173-maturing-of-the-mooc.pdf

    Abraço,

  3. Veronica Molina disse:

    Olá professor!
    Realmente a notícia chegou como noticiário de chacina, mas lendo seu post, me desespero não pela falsa morte dos Moocs mas por alguns detalhes mostrados por você no texto do início dos Moocs, pois estou a 1 semana escrevendo um artigo e percebo que muitas das referências que usei ilustram essas datas de nascimento …. E eu já o enviei. Pesquisei também sobre os SPOCs e não encontrei muita coisa na literatura. Onde posso encontrar?

    Abraços

  4. Infelizmente muitas vezes a educação bate de frente com o custo de sua disponibilização. Acredito que estamos longe do tempo em que modelos do tipo pdf + múltipla escolha sejam completamente abandonados, onde na verdade o que é abandonado é o “gasto” com professores ou tutores.

  5. Clara disse:

    Olá Professor,

    Você poderia exemplificar em quais tipos de cursos os MOOCs podem ser utilizados?

    Obrigada!

    Clara

  6. Clara disse:

    Lendo o artigo, percebi que você possui uma visão mais crítica e realista de alguns conceitos. Conforme seu artigo, Siemens (2008) constrói quatro metáforas para o educador: master artista, administrador de rede, concierge e curador. Na sua opinião, qual a função atual do professor? E quais seriam as novas habilidades que devemos possuir diante do crescimento da EaD?

    Obrigada,
    Clara

  7. Magno Rocha disse:

    Fabuloso! Simples, direto e profundo. Obrigado, professor, por nos conduzir a luz. Minha primeira experiência EaD foi em 1999 e somente semana passada tive contato com a sigla SPOC (inclusive errando o significado do ‘S’ num certo twit…). Compartilharei seu texto infinitamente. Muito grato.

  8. Olá, boa noite João Mattar,

    Obrigado pelo esclarecimento. Não conhecia nada sobre MOOCs e SPOCs, sempre ouvi falar de EaD mas como você mesmo mencionou acima a mídia fala daquilo que acha estar certo, enfim vou continuar acompanhando o blog e conhecer outros artigos para não ficar desatualizado.

  9. Cleide Mara disse:

    Brilhante seu esclarecimento sobre os MOOCs e SPOCs, e também sobre a história da EaD. Estou começando a conhecer a EaD. Seu conhecimento tem favorecido e me estimulado a buscar o aprendizado nessa modalidade, cada vez mais.

    Parabéns Professor.

  10. Cristiane Félix disse:

    Boa tarde Professor Mattar,

    Infelizmente nem todos tem a disposição e interesse em conhecer mais sobre determinados assuntos e tornam-se propagadores de informações sem o devido embasamento. Muito interessante seu material, aprendi bastante.

    Embora para muitos autores o modelo fordista seja considerado ultrapassado, não é a realidade vivenciada por muitas instituições de ensino. Esse modelo citado por você “conteudista, pdf + múltipla escolha, com uns fóruns aqui e ali (quando há) para disfarçar o modelo, que expulsou o professor da docência online.” ainda é muito presente.

    Abraços,

    Cristiane Félix

  11. Aline Nátali Closel disse:

    Boa Noite.
    Muito interessante este tema, pois eu não tinha conhecimento sobre MOOCs e SPOCs e ao ler seu texto fiquei bem curiosa e pesquisei mais sobre o assunto.
    Eu acho fundamental ter blogs como o seu sobre ensino a distancia, pois assim podemos acrescentar novos conhecimentos e trocar idéias relacionado a EAD e seus novos paradigmas.

  12. Olá, Professor!

    Obrigada pela sua explicação sobre MOOCS e SPOCS.
    Infelizmente aqueles que se acham que sabem da verdade acabam por destruir uma imagem ou conceito e conseguem influenciar aqueles que por ventura precisa da informação correta.

    Abraço

    Edinalva Piovesan

  13. Luis Fernando Oliveira disse:

    Professor, Mattar!

    Tudo bem?

    Parabéns, pelo artigo e os devidos esclarecimentos sobre MOOCs e o SPOCs. Estou iniciando um curso de Educação à Distância e pretendo me enveredar por este caminho. Tais esclarecimentos, são de suma importância para que nós possamos entender as vertentes de tal modalidade.

    Abraço!

    Luis Fernando Oliveira

  14. Elisa Maria disse:

    Antes de entrar em um curso a distância não conhecia os termos empregados em EAD, xMOOCs, cMOOCs, REAs, SPOCs, me familiarizei recentemente a eles tão fortemente conhecidos no mundo da Eduação a Distância, mas é explícita a diferença entre eles, é claro, quando se faz parte do contexto. A mídia, infelizmente, não se preocupa em passar o verdadeiro significado da coisa toda e o efeito colateral disso tudo é a deturpação da verdadeira origem de sua definição. Que confusão! que felizmente o senhor conseguiu resolver.

  15. Bom dia a todos!
    Termos super novos para mim, nunca tinha ouvido falar nem de um nem de outro até ler o artigo do professor. Fico feliz por ter iniciado este estudo pela fonte certa.

  16. Professor

    Muito esclarecedor seu artigo , amplia nossos conhecimentos com sua visão realista EaD .
    Silvana

  17. adolorata a di stefano disse:

    Olá Prof Mattar tudo bem? Na verdade a grande quantidade de termos técnicos que surgem muito rapidamente no meio da EAD e vão parar na mídia confundem pois as vezes nem sabemos se a sua origem tem fundamento real, são siglas de palavras em inglês representando novos modelos que na maioria das vezes não tem significado pois não conhecemos. O legal seria mesmo nos aprofundarmos nesses estudos, que é o nosso objetivo, mas a mídia é cruel e fala muito a respeito do que pouco sabe comprometendo a interpretação de quem lê, causando muitas vezes desconfiança e descrédito à estudos e aplicações tão complexas e avançadas. Profissionais que falam com conhecimento de causa deveriam ser entrevistados para melhorar a compreensão de todos os tipos de assunto evitando os achismos!

  18. Alex disse:

    Olá Professor!

    Muito interessante seu artigo! Fantástica sua linha de pensamento no que toca a imprensa.
    Adorei, enriquecedor!
    Abraço

  19. Tatiane Riquetto disse:

    Olá professor!

    Parabéns pela critica feita aos meios de comunicação que muitas vezes repassam informações de maneira superficial e equivocada, causando, muitas veses, uma opinião errada no senso comum.

    Ifelizmente esse mecanismo “fordista” é algo presente na educação, em todas as suas modalidades. A educação vista apenas como um meio de ganhar dinheiro “comercio”, onde o aulo é submetido a uma condição mecania de “decoreba”, sem nenhuma costrução critica do seu conhecimento. No entanto, é preciso saber selecionar e optar por uma instituição séria e de qualidade.

  20. Como estão querendo salvar a EaD?? Ela não esta em dificuldade. Os recursos de interação que se apresentam esporadicamente não acho que sejam modismos, mas inovações! Os MOOCs, os SPOOCs, os REAs surgiram numa tentativa de trazer à rede uma experiencia de aprendizagem dinâmica sem burocracia e gratuita, numa tentativa de reverter muitos anos de Educação tradicionalista. Afinal a EaD esta aqui para quebrar paradigmas!!

  21. Bom dia professor João Mattar.

    Parabéns e meu muito obrigada, por tê-lo dentro da EAD, seu trabalho, suas ideias, suas críticas e a maneira didática com que repassa seus conhecimentos nos enriquece e nos orienta quanto a descoberta da EAD no mundo atual, afinal tudo gira em torna da tecnologia, cabe a nós investirmos em conhecimentos e caminharmos junto com os avanços das TICs. Afinal, como citou em seu texto, a era dos MOOCs já foi ultrapassada, o negócio agora são os SPOOCs.

    Abraço.

    Rosângela Leite.

  22. Mary disse:

    Acredito que o mais importante, sendo MOOCs, SPOOCs, EAD ou seja qual for denominação para estudos a distância com números pequenos ou maiores de alunos, cursos com curta ou longa duração é a qualidade e credibilidade que eles possam oferecer a todos nós.

  23. Pingback: MOOCs vs SPOCs: a non-debate? | Procurando Pontes...de Humanização da Tecnologia

  24. Caro professor João Mattar,
    Tenho acompanhado suas postagens na internet, e juntamente com o material didático enviado através do curso Metodologias para a EaD, tem me fornecido excelentes subsídios de aprimoramento no assunto. Por motivo de força maior não pude comentar suas mensagens, mas, brevemente estarei interagindo, via internet, com as pessoas. Cumprimento-o pelo ótimo material disponibilizado para nós.
    Sds.
    Prof.João Guedes.

  25. Sandro Ilidio disse:

    Olá Prof. João Mattar,

    Vivemos num mundo no qual, muitas vezes, as pessoas se colocam como inovadoras sem conhecer o processo histórico. Acredito que inovar seja, hoje, um grande valor. As pessoas buscam, às vezes, inconsequentemente o novo, apenas pelo fato de assim o ser.
    Também acredito que inovar é preciso, mas, jamais perder o bom senso e nunca deixar de pesquisar o conhecimento já existente. Penso que as pinturas primitivas nas cavernas possam ser consideradas uma forma de Educação a Distância, bem antes até de Gutemberg, mas uma inovação para a época para a época que começaram a ser feitas.
    Por isso concordo com o Prof. João Mattar quando ele diz que as MOOCs não se perdem com os SPOOCs e estes não nasceram com o EaD Online, muito menos resolvem os problemas da Educação à distância.
    A discussão é muito maior e envolve muito mais variáveis do que podemos supor. Por isso o caminho é a pesquisa para aprendermos, sempre, um pouco mais.

  26. Olá, Mestre!
    sua explicação sobre MOOCS SPOCS. Estou começando um curso de Educação a Distância e pretendo ir por esse caminho. Isso realmente ajuda

    obrigado

  27. Danyelle disse:

    Lendo o artigo, percebi que o tema é mais polêmico e sério do que poderíamos imaginar!

  28. Rogério Rodrigues disse:

    Olá prof. Mattar,

    Pessoalmente, numa análise rápida, não vejo razão para os SPOCs não deixarem os MOOCs para trás :o)

    Acredito que a interpretação que o post traz acerca dos SPOCs não faz jus ao conceito. É um conceito que não me parece poder ser equiparado aos “cursos online, fechados e para pequenas turmas” de meados da década de 90.

    O acrônimo SPOC é novo, mas o conceito parece ter surgido por volta de 2008 na Colorado State University (CSU) (1). Mais recente parece ser a possibilidade dos xMOOCs adotarem o conceito como um modelo de negócio na categoria B2B (business-to-business), iniciativa que o edX parece ser pioneiro a partir de experimentos conduzidos pelo prof. Armando Fox da University of California, Berkeley (2).

    Creio que um SPOC pode ser visto como uma evolução dos MOOCs no sentido de se dar maior ênfase ao suporte ao aprendiz e à customização. Nesse sentido talvez seja um dos primeiros resultados da convergência entre os MOOCs e os sistemas adaptativos. Trata-se ainda de uma tentativa de se valorizar a figura do professor em oposição a previsão do ex-Stanford AI Sebastian Thrun – atualmente Udacity – de que em 2062 iriam existir apenas 10 instituições de educação superior no mundo (3 apud 2).

    Ainda de acordo com (2):

    “A ideia básica é utilizar as vídeo-aulas no estilo MOOC e outros recursos online como material didático nas turmas normais das universidades. Ao atribuir esses materiais como atividade a ser desenvolvida como “dever de casa”, os professores ficam livres para usar o tempo em sala de aula respondendo a pergunta dos alunos, avaliando aquilo que eles não compreenderam e para trabalhar com eles em projetos e exercícios. Em alguns casos outros recursos dos MOOCS como os procedimentos avaliativos poderiam ser utilizados. Mas no geral os professores estariam livres para adaptar o currículo, ritmo de estudo e sistema de notas conforme sua vontade e necessidade dos estudantes” (original em inglês).

    Como se apreende da explanação acima, o SPOC está associado a conceitos como blended learning e Sala de Aula Invertida, esse último trabalhado por autores como Jon Bergmann (4).

    (1) GORAL, Tim. SPOCs may provide what MOOCs can’t (http://www.universitybusiness.com/article/spocs-may-provide-what-moocs-can%E2%80%99t)

    (2) OREMUS, Will. Forget MOOCs (http://www.slate.com/articles/technology/technology/2013/09/spocs_small_private_online_classes_may_be_better_than_moocs.html)

    (3) LECKART, Steven. The Stanford Education Experiment Could Change Higher Learning Forever (http://www.wired.com/wiredscience/2012/03/ff_aiclass/all/)

    (4) BERGMANN, Jonathan. Flip your Classroom: reach every student in every class every day. ISTE, 2012 (http://www.amazon.com/Flip-Your-Classroom-Reach-Student/dp/1564843157)

  29. Lorena disse:

    Profesor Mattar.
    Excelente! Su manera de escribir es muy agradable para el lector. Gracias por brindarnos, a los hispanohablantes, en sus textos la palabra “tampouco”. No logro acostumbrarme al “também não” del Portugués.

  30. Olá, Professor.
    Como sempre, sensato e indignado na medida justa.
    Gosto muito do material que é postado aqui: além da clareza de ideias (sem meias palavras), linguagem direta e coerência, sempre está “antenado” com o que acontece em termos de EaD.
    :)
    Grande abraço.
    Cris.

  31. Renata Falcão Rabello da Costa disse:

    Professor Mattar, muito interessante sua abordagem. Ainda não conhecia essas terminologias (MOOCs, SPOCs). Já vivenciei a experiência fordista. Não gostei. Agora estou em outra altamente interativa (interacionista). Estou adorando.
    Abraços!

  32. marcos aurélio gomes da silva disse:

    otimo texto Prof João mattar gostei da parte que o senhor menciona a questão fordista,visto que este modelo é adotado na maioria dos cursos de graduação a distancia no estilo Uab onde em sua suma maioria é Pdfs , questionarios e poucos foruns para se discutir o conteúdo abordado

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