Ontem fui assistir, no Teatro Aliança Francesa, O Misantropo (1666), de Molière (Jean-Baptiste Poquelin, 1622-1673), que desenvolveu o gênero Commedia dell’Arte, satirizando os costumes da época.
Fonte: Wikipedia
Fonte: Teatro Aliança Francesa
A peça, cuja encenação é inédita no Brasil, critica o comportamento social da época de Luís XIV, numa festa no apartamento de Celimene (Paula Burlamaqui).
Fonte: Veja (Silvia dos Santos)
Alceste (o misantropo – uma pessoa que desenvolve aversão aos seus semelhantes e à natureza humana, encenado por Washington Luiz Gonzales, também tradutor e adaptador da obra) descobre que a anfitriã tem amantes, como Oronte (Paulo Marcello) e Acácio (Alexandre Bacci). O elenco tem ainda Renata Maia (Eliane, prima de Celimene e interessada em Alceste), Eduardo Reyes (Filinto, interessado em Eliane) e Regina França (a fofoqueira e engraçada Aricene, também interessada em Alceste).
Fonte: Veja (Silvia dos Santos)
A direção é de Marcio Aurelio.
O ato final, em que os atores descrevem seu papel e ao mesmo tempo o desempenham, é o clímax do espetáculo. Apesar de o forte da peça, bastante discursiva e repleta de reflexões, serem as críticas aos comportamentos sociais, resta também o foco na relação amorosa entre Alceste e Celimeme, cercada de amantes e pretendentes. Os dois são opostos: o homem que quer distância das pessoas e as critica continuamente, e a mulher que quer a proximidade com as pessoas, organizando festas e se envolvendo com outros homens. No final, Alceste perdoa Celimeme mas pede que ela viva com ele afastada das pessoas, o que ela recusa.
Há uma filmagem para a tv de Bergman (Misantropen, 1974). É possível encontrar o texto em francês aqui e aqui,