The name of the game (resenha)

Como citar este post de acordo com as normas da ABNT:

MATTAR, João. The name of the game (resenha). De Mattar, 22 abr. 2020. Disponível em: http://joaomattar.com/blog/2020/04/22/the-name-of-the-game-resenha/. Acesso em: 22 abr. 2020 (substituir pela data do seu acesso).

Esta é a resenha do artigo:

KANUKA, Heather; CONRAD, Dianne. The name of the game: why “Distance Education” says it all. Quarterly Review of Distance Education, v. 4, n. 4, p. 385-393, 2003.

As novas tecnologias (da época!) alteraram as fronteiras entre a educação presencial e a distância, novas formas de ensino e aprendizagem surgiram, e, por consequência, novas terminologias.

Os autores inicialmente mencionam várias definições de educação a distância, que têm em comum o fato de que os alunos e os professores estão, de alguma forma, separados uns dos outros e a tecnologia da comunicação é utilizada para facilitar as transações de aprendizagem.

Então o artigo foca basicamente em três expressões: educação a distância, aprendizagem a distância e aprendizagem distribuída.

A aprendizagem a distância coloca o centro do processo no aluno. Mas, defendem os autores, educação não é o mesmo que aprendizagem. A aprendizagem a distância seria o resultado dos esforços da educação a distância. A educação a distância é deliberada e planejada, incluindo o ensino e a gestão necessárias para facilitar as atividades de aprendizagem a distância.

Já a aprendizagem distribuída incorporaria métodos flexíveis e de aprendizagem aberta e recursos modificados e especiais. Novamente a aprendizagem é usada para refletir uma perspectiva centrada no aluno. Para os autores, a expressão não traria nada de novo e não conseguiria explicar nada, mas a crítica ao uso da expressão é tímida.

Novas tecnologias geraram outros termos: e-learning, aprendizagem online, blended learning, mixed mode delivery, aprendizagem aberta e flexível. Todos, segundo os autores, descrevem opções de sistema de oferta que são englobados pelo léxico mais amplo da educação a distância, não podendo ser aceitos como substitutos da atividade mais ampla.

E-learning envolveria aprendizagem baseada em computadores, aprendizagem baseada na web, salas de aula virtuais e colaboração digital. A crítica dos autores a essas expressões novamente é tímida, afirmando apenas que o prefixo e- ignoraria a pesquisa e as teorias passadas de aprendizagem.

A expressão aprendizagem online, de outro lado, seria superada rapidamente com a superação da tecnologia.

A aprendizagem flexível não seria, na EaD, tão flexível assim. As tecnologias não são tão acessíveis e flexíveis. Mas novamente a crítica é tímida.

Em relação à aprendizagem aberta, os autores reconhecem a importância das universidades abertas, mas ressaltam que há também universidades que não são abertas.

Em relação às expressões aprendizagem híbrida, blended learning e mixed mode delivery, o artigo não chega nem mesmo a fazer uma crítica, apenas de que há muitos termos!

Para os autores, essas mudanças não deveriam mudar a terminologia. Não alteraram a essência da experiência: os alunos e os professores estão separados e tecnologias são utilizadas para preencher essa separação na comunicação. A essência da educação a distância teriam permanecido a mesma. “A educação a distância continua a ser uma experiência de separação, de distância, entre professor e alunos.” (p. 392). A educação a distância é um fenômeno independente da mídia comunicacional. “Como educadores, precisamos resistir à sedução de chavões cativantes e à tentação de marcar nosso território criando novos jargões sobre os velhos.” (p. 392). Apesar de ter nominado por muito tempo de estudo por correspondência, educação a distância deveria ser mantida como a terminologia para o que fazemos hoje.

Este é um artigo sugerido pela leitura no livro:
MOORE, Michael G.; KEARSLEY, Greg. Distance education: a systems view of online learning. 3rd. ed. Belmont, CA: Cengage Learning, 2011. (a tradução que temos para o português é da segunda edição).
É interessante por defender a expressão contra outras que, ainda hoje, continuam a perturbar o reinado da “educação a distância”. Em alguns momentos as críticas às novas expressões são interessantes, em outras, fracas. Mas no final, independente das discussões filosóficas, o que vai definir o reinado são as práticas – quanto mais associações e periódicos mudarem de nome, quando a legislaçao começar a mudar, já era!

FacebookTwitterGoogle+Compartilhar
Esta entrada foi publicada em EaD. Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

2 respostas a The name of the game (resenha)

  1. Ohana Rabelo Tomaz disse:

    Compreendo as criticas quanto a mudanças na nomenclatura, e penso que muito da educação a distancia se associa a mídia, ou ferramentas disponíveis do período vivido. Mas a educação a distancia possui a premissa de distribuir a informação, e construir o conhecimento entre professor e aluno, a diferença atual é de que o conhecimento também pode ser construído em rede entre os próprios alunos, mas a educação a distância ainda pode ser feita fora da rede da internet.

  2. ODY M. CHURKIN disse:

    Excelente artigo, convida a reflexão, nos leva além da semântica e do léxico. Compreender a educação a distância, sua essência dentro de um contexto e histórico e social com a superação de tecnologias não é tarefa fácil, extrapola o campo conceitual e estrutural, exige-se uma construção complexa.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>