Na semana passada, nos encontramos na ilha Educacao no Second Life para a primeira aula do curso Games em Educação no SL. Foi um momento histórico, pois é a primeira vez que o curso está sendo oferecido.
Criei uma categoria especial aqui no blog para o curso, EduGames no SL 1.0, com a qual devo marcar todos os posts relacionados ao curso.
Além de falar um pouco sobre a organização do curso – teremos um total de 8 encontros no Second Life, todas as quartas-feiras das 14 às 16 horas (horário de Brasília), pulando apenas o dia 21/04, que é feriado. Então, nosso último encontro será no dia 26/05. O ponto de encontro é sempre a ilha Educacao, do Portal Educação, mas durante o curso visitaremos várias outras ilhas onde têm sido realizadas experiências com games em educação. Além disso, nas próximas semanas teremos também convidados que têm desenvolvido trabalhos com games educacionais.
As aulas seguirão os capítulos do meu livro Games em educação: como os nativos digitais aprendem. Na aula de 31/03, abordei alguns pontos que são discutidos na Introdução do livro.
Falei rapidamente do Prefácio, escrito pelo professor David Gibson, que espero esteja conosco em alguma aula, ou que o visitemos em alguma das aulas dele. No Virtual Worlds Best Practices in Education de 2009, ele ministrou a palestra Games-based Learning Theory: A synthesis of ideas to help plan, implement and assess serious games, em que procurou resumir várias teorias sobre o uso de games em educação.
Fiz então uma rápida reflexão sobre a escola de hoje. A escola não ensina as habilidades necessárias no século XXI, que são, entretanto, desenvolvidas jogando games. Além disso, a escola separa radicalmente prazer e aprendizagem. Houve vários comentários interessantes dos participantes.
Mencionei o projeto New Media Literacies, desenvolvido no MIT, que pesquisa as habilidades e competências necessárias para que os jovens possam participar adequadamente do mundo de hoje. Cf. JENKINS, Henry et al. Confronting the challenges of participatory culture: media education for the 21st century. MacArthur Foundation, 2006. Parece que essas habilidades e competências são mais desenvolvidas jogando games do que nas escolas. O MIT Media Lab transforma a expressão hard work em hard fun.
Mencionei também o livro: HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura, um clássico no estudo de jogos, que alguns conheciam.
Debatemos então o fenônemo da violência associada com os games. Checamos o site de Valdemar Setzer, que tem o lema: “Deixe as crianças serem infantis: não lhes permita o acesso a TV, jogos eletrônicos e computadores/Internet!”. Checamos também o site da Lynn Alves, que alguns conheciam, que é uma referência no trabalho com games educacionais no Brasil, e especialmente sua tese Game over: jogos eletrônicos e violência, que está disponível online em 2 partes: 1 e 2.
Falei então sobre a Serious Games Initiative, que começa em 2002 e produziu alguns games como: Immune Attack (FAS – Federation of American Scientists), Food Force (ONU) e Quest Atlantis (Indiana University School of Education). O Jbanana disse que o Immune Attack é interessante mas, para ser bem usado, pressupõe conhecimentos de educação. Vou pedir para ele explicar isso um pouco melhor, por aqui ou nos nossos próximos encontros. A ideia era que explorássemos e discutíssemos esses games durante as próximas semanas.
Falei também da RBJE — Rede Brasileira de Jogos e Educação, fundada em 2005, e dos Seminário Jogos Eletrônicos, Educação e Comunicação – o VI será de 06 a 07 de Maio, na UNEB.
Apresentei também as maneiras que enxergo ser possível utilizar games em educação, e pedi para os participantes confirmarem se ficam claras as diferenças entre elas, e principalmente, durante o curso, se eles não conseguem propor outras:
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1. Propor atividades relacionadas ao universo dos games
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2. Explorar como os games podem colaborar com a educação
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3. Analisar o que há de pedagógico em games comerciais
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4. Integrar games (comerciais ou não) na educação
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5. Games educacionais
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6. Alunos desenvolverem games
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7. Integrar o designer de games no design instrucional
Ufa, foi isso! Temos também uma sala de aula no Portal Educação para as discussões assíncronas.
rsrsrsrsr!uff!
Oi João, tudo bem?
Adorei o post, pelo visto o curso está sendo incrível.
Estou na metade do teu livro e os links que tu disponibilizou aqui parecem ser beeem interessantes, vou acessar todos.
Abraços!
Oi, professor João! Sou professora de Artes numa escola municipal em Porto Alegre. Estou interessada em fazer mestrado sobre jogos e brincadeiras na educação, exatamente porque acredito na necessidade de mudanças no modo de ensinar. Achei o seu curso muito interessante e também uma entrevista que assisti sobre suas aulas sobre design de games. Gostaria de saber se está ministrando outros cursos como este e como posso fazer para participar… Desde já agradeço se puder me responder…