Formação de Professores

Hoje estava andando pela praia e me veio à cabeça este grande insight, rs: “formação de professores” é a expressão politicamente correta, que inclusive uso, mas dá uma sensação de que os professores são deformados, não? De que temos uma forma pronta para formatar todos. Caberia perguntar aos professores se eles querem ser “formados” e, principalmente, para que forma.

A expressão politicamente correta em inglês, hoje, é Professional Development, que está mais próxima do campo semântico de aperfeiçoamento do que de formação.

Mas tem outro grande insight, mais antigo: é incrível como hoje todo mundo se considera preparado e capaz de formar professores no uso de tecnologias me educação (às vezes só porque sabe mexer em um software ou é apaixonado por tecnologia), todo mundo tem um coelho na cartola, um curso prontinho na cabeça, uma ideia de como os professores devem ser, em que eles devem se transformar, um discurso pronto sobre a “resistência” dos professores, um clichê sobre a zona de conforto, o que está errado na educação, uma revolução!

Todo mundo é capaz de rabiscar uma rota de formação de professores em minutos, seguro de que aquele é o melhor caminho, sem mesmo ter dado aula ou tendo tido um mínimo contato com alunos.

Mas valeria a pena ouvir só um pouquinho os professores, não? Saber o que eles querem, do que eles precisam. Este é um dos princípios do design educacional: analisar os aprendizes e seu contexto. Mas não, queremos mudar, enxergamos perfeitamente (de fora) o que está errado e como as coisas deveriam ser, ignorando o que os próprios professores pedem – afinal, se as coisas estão erradas, eles por consequência pedem errado, querem naturalmente continuar com o status quo, qualquer demanda deles é um sinal de resistência, e é preciso mudar, mudar para a nossa visão.

Cabe saber se queremos formar o outro, de acordo com as suas necessidades, ou reformar a nós mesmos, projetando no outro o que queremos mudar em nós. Mas o princípio básico da alteridade diz: eu sou eu, o outro é o outro.

Nunca estamos prontos, somos metamorfoses ambulantes, mas não precisamos necessariamente nos transformar no sonho dos outros. Nossa visão tem também que ser ouvida. Demonizar os professores não é a solução para a educação, mas um movimento na direação da tirania da formação.

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28 respostas a Formação de Professores

  1. Daisy Grisolia disse:

    Com certeza o melhor não é deixar como está para ver como é que fica!
    Saber fazer é muito diferente de saber promover a aprendizagem. Existe uma ciência e, porque não também, uma arte específica para isso. E elas mudam, se renovam com o passar do tempo, com as mudanças da sociedade, das quais os sistemas educacionais não podem viver apartados, pois em caso contrário eles serviriam para que?
    Por outro lado, quando ouvimos expressões do tipo: “sempre fiz assim e não vejo porque mudar”, ou “não tenho tempo para perder com tecnologia”, ou ainda, “para mim email já é demais” – devemos chamar isso do que?

  2. João Mattar disse:

    Pois é, Daisy, o Heráclito já dizia que tudo muda, tudo está em fluxo. A questão aqui é saber quem tem o direito de dar as ordens sobre como os professores devem mudar, e com que autoridade. Ou melhor: se essas ordens devem vir de fora ou uma visão ser desenvolvida colaborativamente, pela própria comunidade. Mas aí já tem outro discurso pronto, né: quem muda paradigmas vem de fora. Ou seja: os professores são cegos, não enxergam o que é importante para eles e para a educação.

  3. Eu já não acho que seja assim, tão radical. Você acredita que a tecnologia está aí para modificar. As crianças, os adolescentes, e até os adultos mais ‘antenados’, estão usando a tecnologia em todos os momentos de suas vidas, educacional ou não. E essa utilização vem acontecendo em um crescendo exponencial. Os professores que não querem utilizá-la em suas práticas de ensino observarão que os alunos, e até mesmos as direções das escolas, já não se ‘satisfazem’ com os métodos tradicionais – obviamente não errados, mas obsoletos. A insatisfação e rebeldia, que já vem mostrando-se presentes nos bancos escolares, forçarão os professores a buscarem novos caminhos, mesmos que não sejam aqueles em que nós, apaixonados pela tecnologia, acreditamos. Não existe um caminho único e correto para a educação, mas um conjunto de possibilidades que, combinadas, dão muito certo. Na minha prática escolar, eu não utilizo apenas tecnologia. O recorte, a colagem, o manuseio de papel pelos próprios alunos, são ferramentas essencias para o desenvolvimento do aluno. Nem 8 ou 80. As inúmeras possibilidades entre o artesanal e o tecnológico devem ser usadas e incentivadas.

  4. Luciana Guimarães Rodrigues de Lima disse:

    Parabéns pelo texto, professor. Que momento de inspiração!

    Gostei particularmente dos seguintes trechos:
    “Mas valeria a pena ouvir só um pouquinho os professores, não? Saber o que eles querem, do que eles precisam”
    “Caberia perguntar aos professores se eles querem ser “formados” e, principalmente, para que forma.”

    Espero ser eternamente uma obra inacabada!

  5. Maria Alice disse:

    Concordo com tudo que foi dito acima! E não, eu não quero ser “formada”.
    Estou lendo o livro Tutoria e interação em educação a distância de João Mattar rsrs, e estou aqui pq fui mais do que convidada a visitar este Blog superinteressante, e sinceramente…. amei tudo o que eu encontrei aqui, e tenho certeza que serei frequentadora assídua.
    Parabéns pelo livro, espero ler outros de sua autoria, parabéns pelo Blog.
    Abraços

  6. João Mattar disse:

    Dayse, tb acho q as tecnologias podem trazer modificações importantes. Oi, Luciana!! E está mais do que bem-vinda, Maria Alice!

  7. Maria Alice disse:

    Obrigada Professor!!!!

  8. João, sob esta perspectiva que você citou, pior do que “formação” é “capacitação” (os cursos atuais para os educadores do Rio tem esse nome): seríamos então… “incapazes”? rs Na verdade, João, eu me importo bem pouco com a nomenclatura que dão aos cursos de “aperfeiçoamento profissional” (como você bem citou, uma nomenclatura boa, mas creio que não usada para evitar confusão com as “Pós” assim denominadas) que nós, professores, recebemos! Participo dos cursos de formação, das capacitações… e o que mais aparecer! Neles aprendemos bem mais do que o “conteúdo” oferecido (que às vezes não acrescentam quase nada ou são “nulos” para nossa real prática em “sala de aula”)! Temos contato com outros colegas professores: e só isso já vale! É inacreditável como, não importa qual a estrutura da escola em que trabalhamos, se temos mais ou menos recursos disponíveis, mais ou menos liberdade/autonomia dentro dos espaços escolares, se a escola fica na periferia ou nas áreas centrais e “nobres” da cidade… Parece que os nossos problemas semelham… Alguns estão “tão desanimados” que confessam já terem “jogado a toalha”, “desistido” da educação… mas, passa um tempo e… os reencontramos animados e confiantes, apresentando seus novos projetos! “Nós somos professores (brasileiros) e não desistimos nunca”! rs
    Aliás, em falar em sala de aula, em prática pedagógica (em especial, no ensino fundamental e médio – e, mais especificamente, no ensino público), cito a frase que mais me chamou atenção aqui no seu texto (e a que mais gostei): “Todo mundo é capaz de rabiscar uma rota de formação de professores em minutos, seguro de que aquele é o melhor caminho, sem mesmo ter dado aula ou tendo tido um mínimo contato com alunos”! O mais assustador é quando nós, professores, que sabemos o que é educar em uma escola (todas as dificuldades reais!) construímos discursos que parecem ter sido feitos para “agradar” os caras que querem montar todo um esquema vindo “de fora”… A escola ainda é construída de modo a não nos permitir plenamente trabalharmos com projetos que possibilitem uma maior autonomia e conexão colaborativa entre nós, professores, e nossos alunos. Na maioria das vezes, o que conseguimos realizar dentro dos “novos paradigmas” educacionais acaba sendo nas atividades extra-classes (ou em projetos que – infelizmente – não abrangem todas as nossas turmas, durante todo o ano letivo).
    O que é a “escola de fato”? Espaços/tempos (de)limitados = grade curricular/carga horária/(infra)estrutura construída de modo a não favorecer plenamente as “inovações” educacionais…
    É preciso só um cuidado: há os que pensam que bastaria mudar toda a estrutura “arquitetônica” e inserir aulas com uso de TICs em salas ambientes bem equipadas para já estarmos trabalhando dentro de um “novo paradigma educacional”! Qualquer professor do ensino fundamental e médio que já trabalhou ou que conhece quem trabalha numa escola “com todos esses recursos” (ou que tem filhos, parentes ou filhos de amigos que lá estudam) sabe que não é bem assim… Eu estive numa reunião numa dessas escolas e fiquei tão encantada com seu “arquitetônico estilo futurista”, que cheguei para um professor, que leciona nela, e disse: “Cara, você trabalha no paraíso!” – e ele me respondeu com ar desalentado: “Nem tudo é o que parece…”! Senti-me no filme Matrix!!!! rs
    A “tecnologia pode trazer transformações importantes”, sim, mas ela não é tudo… Eu conheci recentemente uma professora que trabalha com métodos tradicionais de alfabetização, e cujas as vagas para sua turma são concorridíssimas dentro da escola! As crianças que não conseguiram aprender a ler e a escrever em anos anteriores em outras turmas (e que estão com defasagem de idade/série) são pela professora alfabetizadas! Ela incentiva a leitura de livros e escritos “tradicionais” (e tem um projeto excelente, chamado “Rua da Leitura”)! Em vez de games, jogos virtuais, ela trabalha com o xadrez! Eu vi alguns de seus alunos permanecerem espontaneamente na sala de aula jogando xadrez, ainda que liberados para se divertirem num gigantesco “parque de brinquedos” montado na escola na Semana do Dia das Crianças! Sim, ela poderia inserir as TICs em seu projeto pedagógico… Mas o que é “essencial”? O essencial é o modo como ela trabalha, como ela consegue construir com seus alunos o conhecimento. O uso das novas tecnologias seriam nesse caso apenas uma “ferramenta”, um “recurso a mais”, não a “essencialidade” de sua prática pedagógica!
    Investir em uma reflexão a respeito da expansão tecnológica na sociedade, sua função sócio-político-cultural, sobre os modos de apropriação desta tecnologia, interessa a todos nós, professores ou não, trabalhando ou não com tais recursos, interessa-nos enquanto cidadãos. Eu não percebo tanta resistência assim entre os colegas professores em trabalhar com o uso das “novas” tecnologias… e menos ainda em possibilitar aos alunos uma maior autonomia na construção de seu conhecimento (trabalhando com projetos). Optar por uma determinada linha de trabalho agora se chama ser “retrógrado”? Eu chamaria de autonomia e liberdade. O que eu vejo é muito preconceito vindo “de fora”, de quem não está envolvido no processo de trabalho das escolas de ensino fundamental e médio…
    Para finalizar, outra citação: “Demonizar os professores não é a solução para a educação, mas um movimento na direção da tirania da formação”! Céus, João, espero que bem poucos “daqueles” que querem nos “formar”, nos “capacitar”, e que não são professores regentes, (ainda) nos demonizem de fato! rs Tirania da formação? Que venham os tiranos! ;)

    Imaculada Conceição

  9. João Mattar disse:

    Muito bonita sua reflexão, Imaculada. Acho até que valeria um post, posso transformar em post aqui no blog, com seu nome é claro? Ou vc prefere dar uma garibada e colocar no seu, como um post? Ou deixa aqui mesmo, como comentário, rs. A tirania é no sentido de que as coisas sejam de cima para baixo etc.

    • Obrigada, João! Se quiser postar, sinta-se a vontade, mas já postei (praticamente do jeito que está) no meu blog (mas, depois, devagar, vou ajeitando… rs)! Compreendi o sentido de “tirania” que você quis dar, foi só uma brincadeira… Quis dizer que estamos (nós, professores) preparados! ;) Um abraço!

  10. João Mattar disse:

    Depois que eu já tinha escrito o comentário, me dei conta de que era uma brincadeira! Legal, vou lá no seu blog.

  11. Francisco Velasquez disse:

    Oi Professor,

    Nada como as areias para um convite a reflexão. Feliz ano novo para o senhor. Gostei da parte final:

    (…)Nunca estamos prontos, somos metamorfoses ambulantes, mas não precisamos necessariamente nos transformar no sonho dos outros. Nossa visão tem também que ser ouvida. Demonizar os professores não é a solução para a educação, mas um movimento na direação da tirania da formação.

    Um convite ao dialogo sempre. Vamos ouvir os atores (professores). Vamos constrír juntos esse caminho.

    Fico entre educação continuada e aperfeiçoamento profissional, esse último acredito eu, dá um tom mais de valorização do professor.

    Feliz 3.0para o senhor em 2012.

    abs

  12. Mariciane Mores Nunes disse:

    O professor é, sem dúvida, um constante aprendiz. Na atualidade, em meio a tantas novas metodologias de aprendizagem, o educador precisa reavaliar constantemente sua forma de ensinar.
    As tecnologias são um instrumento que poderá auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem, mas necessitam de agentes, isto é, pessoas capacitadas e competentes para utilizá-las no contexto social e educativo em que atuam.
    Assim, a proposta de formação de professores, enquanto uma renovação contínua e um acompanhamento da sociedade em constantes mudanças, é valiosa e urgente em todo o campo educacional.

  13. claudia reisania martins disse:

    Parabéns Professor pela publicação, Muito bom o texto , rico em detalhes e esclarecimentos sobre a EAD. Acho também que o professor tem que buscar o conhecimento, pois é Impossível falar em qualidade de ensino, sem falar da formação do professor, questões que estão intimamente ligadas. A formação teórica e prática do professor, poderá contribuir para melhorar a qualidade do ensino, visto que, são as transformações sociais é que irão gerar transformações no ensino. São grandes os desafios que o profissional docente enfrenta, mas manter-se atualizado e desenvolver práticas pedagógicas eficientes, são os principais.
    Para Nóvoa (1997, p.26): “A troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente, o papel de formador e de formando.”

  14. MARIA DA CONCEIÇÃO DE S R A DALMEIDA disse:

    BOA NOITE!
    A compreensão da importância dos papéis múltiplos exercidos pelos professores Ao compartilhar experiências e saberes, cientes que o conhecimento só pode existir como construção coletiva da humanidade, estamos dando um importante passo em direção ao futuro: o passo de quem não tem medo de errar e compartilhar conhecimento.
    Parabens

  15. Ana Maria Cardoso disse:

    Prof João Mattar,

    nota-se pelas suas palavras um cuidado em relação ao outro, neste caso os professores, que em poucos lugares se registra: “O princípio básico da alteridade diz: eu sou eu, o outro é o outro”.
    É inevitável que as tecnologias estão batendo à porta das escolas e universidades, mas é preciso trazê-las ao cotidiano educacional com certa cautela e principalmente ouvir e refletir junto com os professores a respeito dos caminhos que se precisa percorrer.
    Aliás, como diria Rubem Alves é preciso fazer cursos de “escutatória”, pois todos querem falar (e dizer o que é certo e verdadeiro) e poucos se tornam receptivos ao ouvir, às trocas com o outro.
    Sou grata pela sua gentileza,
    abraços

  16. Rosilainy de Andrade Silva disse:

    Interessante a frase que o senhor utilizou: ” [...]todo mundo tem um coelho na cartola, um curso prontinho na cabeça, uma ideia de como os professores devem ser, em que eles devem se transformar, um discurso pronto sobre a “resistência” dos professores, um clichê sobre a zona de conforto, o que está errado na educação, uma revolução![...] ” . Após ler sua reflexão, fiquei pensando no papel do professor. O dia-a-dia na sala de aula …não é fácil . Em algumas turmas um duelo é travado diariamente. Construir conhecimento tem uma carga de significado muito especial . Somente professores que atuam em uma sala de aula repleta, heterogênia nas mais variadas questões sociais, religiosas, intelectuais, além da má remuneração, do mau posicionamento de alguns alunos e a responsabilidade de mudar o mundo na pauta do dia sabem de fato como cada desafio é árduo. Ao derredor falam, emitem juízo de valor, ditam caminhos, mas nunca ministraram aulas, nem mesmo interinamente. Como é difícil ensinar muitas vezes quem não quer aprender e ainda ser julgado como ineficaz pela sociedade. A profissão requer uma constante busca de conhecimento, aperfeiçoamento, humildade, inovação, quebra de paradigmas , criatividade e autocontrole, além de que, as vias da necessidade ou imposição da circunstância, fazem com que este profissinal torne-se um pouco pai, mãe, pastor, psicólogo… Muitos atributos para um único profissional! Esperam tanto do professor sem perceberem que o trabalho dele é formado por elos com outras instituções como a parte da família, por exemplo. É um trabalho conjunto. Parece que sintetizaram na figura do professor o santo sacerdote capaz de identificar e tratar as questões ” mundiais” de cada aluno. Cada professor necessita encontrar por si mesmo o melhor caminho, a melhor técnica em cada turma, em cada escola, em cada comunidade, na certeza de que seu trabalho é feito com amor, dedicação e compromisso… as obras falarão por si mesmas.

  17. Paulo Vilela disse:

    Concordo plenamente com a opinião de todos, especialmente com Maria da Conceição, pois não devemos ter medo de errar, pois após os erros virão os acertos, é e desta forma que o conhecimento se estabelece pois todos já passamos por isto.

  18. Mariza Santos da Silva Nunes disse:

    Bom dia, professor. Tudo bem?
    Pelas pesquisas e leituras que vendo realizando, precebo que é notória a preocupação no que diz respeito ao treinamento e formação de professores no que tange ao uso adequado das tecnologias. Essa “disciplina” não deveria fazer parte, também, da grade curricular do curso de Pedagogia, pois da tecnologia já é um agregado forte e que veio para ficar?
    Abraços,
    Mariza.

  19. Mariza Santos da Silva Nunes disse:

    Olá, professor. Mais uma vez venho solicitar um puco de seu tempo.
    Quando se trata de “alfabetização”, este termo vendo sendo substituido pelo termo “letramento”, inclusive,”letramento digital”. Então, em relação a sua postagem de 29/12/211, poderíamos substituir o termo “Formação” por “Aperfeiçoamento Digital” para professores?
    Abraços,
    Mariza.

    • claudia reisania martins disse:

      Muito boa colocaçao Mariza, mas sabemos que o letramento é necessário na realização de práticas sociais para que o indivíduo seja capaz de compreender o que lê e para que possa se expressar em diferentes contextos por meio de linguagem adequada, inclusive no contexto digital. Somos capazes de interagir por meio de diferentes gêneros textuais e conseguiremos incorporar a prática da leitura e escrita no nosso dia-a-dia.
      Soares (2002, p. 152) define o letramento em contexto digital como “um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e escrita na tela”.

      • Maria da Conceição de S R A Dalmeida Mariaribeiros disse:

        Muito pertinente sua colocação Claudia, pois sabemos que a Educação a Distância não tem fronteiras, é um “mundo” totalmente aberto, onde todos têm mil possibilidades de aprendizagem. A formação dos professores através da modalidade a distância, permite um processo de consolidação da cultura digital, A modalidade a distância, por sua concepção e estrutura, já absorve o aluno dentro desta sociedade informacional, que obrigatoriamente fará uso das ferramentas tecnológicas, que vão sendo aprimoradas ao longo de sua aprendizagem.
        abraços

    • João Mattar disse:

      Mariza, não gosto muito da expressão “aperfeiçoamento digital”. Formação tem sido bastante usada, capacitação também, acho que as duas são adequadas.

  20. Paulo Vilela disse:

    Interessante a observação da Mariza, exatamente o que vem acontecendo com nossos jovens professores que já estão se acostumando com estas novas tecnologias e já estão muito por dentro dos termos dos internautas e de todas redes sociais e com isto levam muita vantagem para melhor orientar os alunos.

    • Mariza Santos da Silva Nunes disse:

      Pois então, Paulo, os mais antigos tem mostrado muita resistência diante das novas tecnologias e principalmente no fato de interagir de maneira virtual. Estão presos às velhas concepções.

  21. Eu concordo com artigo do Mattar, acredito que há muitos professores que precisam quebrar barreiras para entrada da nova era (tecnologia/digital), mas que não podemos descartar o conhecimento que cada um traz consigo, pois somente a experiência como educador é que pode proporcionar base sólida para atuação como professor EAD. A tecnologia é uma aliada no ensino, nunca substituta ao conhecimento do educador.

  22. Gostei muito desta linha de pensamento do professor Mattar e da profª Imaculada! É incrível, mas hoje vemos muitos casos de palestras sobre “como educar” ministradas por quem não é educador, “como ter sucesso em um negócio próprio” por quem nunca atuou como autônomo ou microempresário… Enfim, muitos pensam que somente o conhecimento teórico que obtiveram em cursos é suficiente para dominar determinado assunto, quando experiência prática é complemento fundamental.
    As novas tecnologias surgem como ferramentas que auxiliam no processo de educar e devem ser adaptadas conforme necessidade de alunos/professores, como diz o professor Jarbas em seu artigo “A TV da minha sogra, novas tecnologias, e professores”: A tecnologia pode ser gentil, compreensível, em vez de ameaçadora e incompreensível.

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