Assisti ontem ao iraniano A Separação (Jodaeiye Nader az Simin), dirigido por Asghar Farhadi, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro (2012) e que já ganhou uma série de outros prêmios, como o Urso de Ouro em Berlim e o Globo de Ouro.
Atenção: escrevo posts para refletir sobre filmes sem me preocupar em esconder o final. Portanto, se você não assistiu a este filme mas pretende assistir, sugiro que pare de ler e só volte aqui depois, senão este post funcionará como um spoiler!
Atores principais:
Peyman Maadi (Nader) e Leila Hatami (Simin)
Ali-Asghar Shahbazi (pai de Nader)
Sarina Farhadi (Termeh, filha de Nader e Simin)
Merila Zare’i (Miss Ghahraii, tutora de Termeh)
Sareh Bayat (Razieh)
Shahab Hosseini (Hodjat, marido de Razieh)
Kimia Hosseini (Somayeh, filha de Razieh)
O filme começa com uma cena em que Simin pede o divórcio de Nader.
A partir daí, Nader tem que contratar uma moça (Razieh) para cuidar de seu pai. Ele não sabe que ela está grávida nem que trabalha sem a permissão do seu marido.
Ao chegar mais cedo em casa um dia, Nader encontra seu pai sozinho, caído e amarrado na cama. Quando Razieh retorna, ele discute com ela, chegando a empurrá-la para fora do apartamento, o que provoca sua queda na escada.
Simin fica sabendo que Razieh perdeu o bebê, por causa da queda na escada, indo com Nader ao hospital, quando ambos são agredidos por Hodjat, o marido de Razieh. Nader passa então a ser acusado de assassinato e o espectador descobre aos poucos que ele está mentindo (porque sabia que Razieh estava grávida), envolvendo também sua filha na rede de mentiras, que passa então a questionar o pai. Mas, do outro lado, começamos a desconfiar de que Razieh poderia ter perdido o bebê por ter sido agredida por Hodjat, que aliás passa a perseguir e ameaçar a família de Nader. No final, ficamos sabendo que, em um dia em que Razieh deixou a porta aberta e o pai de Nader saiu de casa, ela foi atropelada ao tentar salvá-lo (numa cena tensa que tinha sido cortada lá atrás quando justamente parecia conduzir a um momento em que o pai de Nader seria atropelado), tendo então perdido o bebê antes do empurrão e da queda na escada. Aliás, ela tinha saído e deixado o pai de Nader sozinho em casa justamente para ir ao médico.
Assim, o filme explora questões de responsabilidade (a dedicação de Nader para cuidar de seu pai é impressionante), honestidade e culpa (que acaba sendo extremamente complexificada), num interessante vai-e-vem de desconfianças e descobertas por parte do espectador.
No final, a filha decide se quer morar com o pai ou a mãe, mas o filme terminar sem que saibamos qual foi sua escolha.
Cf. o trailer:
http://t-textura.blogspot.com/2012/02/pontos-de-vista-entre-2-filmes.html