A UC Berkeley, uma das que sempre aparece na lista das top 10 do mundo, começa a colocar gravações de aulas de seus professores no YouTube.
Veja uma lista das aulas disponíveis.
Este é um exemplo: a primeira aula de um curso sobre não-violência, Introduction to Nonviolence, com uma passada por Martin Luther King Jr. e focada na vida e obra Mahatma Gandhi.
O sábio continua no palco em Berkeley, o que nos faz pensar o quanto realmente as aulas expositivas estão condenadas. O Goldman já falou por aqui da importância da narração nas aulas presenciais.
O MIT, outra top 10, também apresenta vídeo e/ou áudio para diversos cursos, cuja lista pode ser acessada aqui.
É importante observar que todas essas iniciativas apontam para uma EaD informal, ou seja, o aluno pode escolher livremente os materiais e cursos que pretende estudar. Fica sem dúvida faltando a certificação, mas tenho defendido por aqui justamente o conceito do aututor: com tanto material disponível na Net, um docente independente ou uma instituição não precisam mais criar conteúdos e tarefas e obrigar um impostutor a seguir as suas rígidas pegadas.
Não vejo possibilidade de a aula expositiva ser condenada. Ela vai estar sempre presente de alguma maneira (com ou sem o uso das TICs), convivendo com outros tipos de aula que já existem e que ainda estão para serem inventadas.
Agora, sem dúvida, a informalidade, a autonomia e a continuidade são conceitos que estão chegando aos poucos para dar cara nova à educação e estão vindo pra ficar!
Be prepared!
Wanderlucy, na verdade a aula expositiva vem sendo condenada há algum tempo na literatura. Às vezes sinto que é quase um pecado um professor dar uma aula expositiva hoje em dia, tamanha a pressão para que ele abandone a postura de “sábio no palco” e passe a ser o “orientador ao lado”. Também não me parece que a informalidade, a autonomia e a continuidade (que no fundo não entendi muito bem o que quer dizer aqui) sejam inimigas da aula expositiva. Eu venho trabalhando com essa idéia há algum tempo: na EaD e mesmo no presencial, a aula expositiva foi exageradamente condenada. Mas perceba como os alunos respeitam o professor em Berkeley – parece que ainda há uma cultura de ouvir o professor falar, de escutar a narração, que em muitos lugares está se perdendo.
Quando falo em aula expositiva em outros formatos, João, refiro-me justamente a aulas expositivas como a que você citou de Berkeley. Não se trata de uma aula expositiva corriqueira: é como uma palestra de alguém renomado e respeitado. Isso sempre vai existir. Há pessoas que a gente quer ouvir falar, não importa o que digam. E se não dá pra ouvir pessoalmente, que seja pela TV, pela internet, pelo rádio. A EAD em muitas instituições tira proveito desse poder da palavra na boca de alguns quando faz uso, em seus cursos, de aulas magnas que são transmitidas para pólos em forma de teleaulas. Interessante observar que ouvir alguém especial falando tem peso ainda maior quando estamos em um ambiente com mais pessoas. Isso pode não ser EAD propriamente dita, como muitos especialistas afirmam, mas é o que vem acontecendo bastante por aí, e acredito que vai continuar acontecendo por conta do poder da aula expositiva.
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