Arrumei um grande aliado na minha cruzada contra os testes de múltipla escolha: o Skinner!
O aluno deve compor sua resposta em vez de selecioná-la a partir de um conjunto de alternativas, como em um autoavaliador de múltipla escolha. Uma razão para isso é que queremos que ele se lembre em vez de reconhecer – que componha uma resposta e veja que ela está correta. Outra razão é que material de múltipla escolha eficaz deve conter respostas erradas plausíveis, que estão fora de lugar no delicado processo de “moldar” o comportamento porque reforçam formas indesejadas. Embora seja muito mais fácil construir uma máquina para contar respostas de múltipla escolha do que para avaliar uma resposta composta, a vantagem técnica é compensada por estas e outras considerações. (SKINNER, 1958, p. 970).
O ícone do behaviorismo não aceitava testes de múltipla escolha nem mesmo na sua máquina de ensinar – e nós os usamos mais de 50 anos depois em massa para avaliar nossos alunos!
O behaviorista me ajudou a verbalizar uma das coisas que me incomoda demais na elaboração de testes de múltipla escolha – a arte de bolar respostas erradas! O que é, aliás, o que as escolas e universidades andam ensinando aos seus professores, para preparar melhor os alunos para o Enem e o Enade!
Aproveitando, uma foto da máquininha do Skinner
vista por dentro
e aqui os alunos estudando com as máquinas e Skinner explicando sua teoria da aprendizagem
REFERÊNCIA
SKINNER, B. F. Teaching machines. Science, v. 128, n. 3.330, p. 969-977, October 24, 1958.
Legal saber que até Skinner criticava a inutilidade de testes de múltipla escolha com “respostas erradas plausíveis” Professor Mattar!!
Fico ham… mais consolada com os *6* e pouco da prova final, somatório do somatório dos ’4.0′ da parte textual dissertativa, valendo *4.0* aos de questões de múltipla escolha assim. Ok que um resultado seria irrelevante mas considerando as aprendizagens e *notas das avaliações* durante todo o curso, a grande maioria ótimas, um 8,8 bom e algumas excelentes, sendo a *10.0*.
Abraços e obrigada!! Grande informação!! ;)
Prof. João Mattar,
Pior, tem gente querendo criar software para testes padronizados, achando que é “inovação pedagógica” :-(