Leila Pinheiro e Eduardo Gudin

[photopress:leila_eduardo.JPG,thumb,vazio]

Ontem fui ao Teatro FECAP assistir à estréia do show de Leila Pinheiro e Eduardo Gudin.

A banda que os acompanha é maravilhosa: Fábio Torres (piano), Zeca Assunpção (baixo), Teco Cardoso (sopros), Milton Mori (cavaquinho), Júlio Ortiz (violoncelo), Celso Almeida (bateria) e Guello (percussão). É uma boa amostra do nível que a música instrumental brasileira atingiu, e da sua feliz combinação com a MPB.

Gudin toca violão, e canta em um ou outro momento, e a voz de Leila Pinheiro é divina. Eu já a tenho acompanhado há algum tempo, e vivo cantando a combinação de Serra do Luar com Coração Tranqüilo do Walter Franco:

Viver é afinar o instrumento
De dentro pra fora
De fora pra dentro
A toda hora
A todo momento
De dentro pra fora
De fora pra dentro…
Tudo é uma questão de manter
a mente quieta,
a espinha ereta
e o coração tranqüilo.

Assisti a um show dela solo (voz e piano) e o Walter Franco estava na platéia – então cantaram o refrão juntos. Lindo. Lindo!

Ouço bastante o CD Catavento e Girassol, com músicas de Guinga e Aldir Blanc, dentre as quais as incrivelmente movidas (e letras impressionantes) “O Côco do Cocô”, “Canibaile”, “Baião de Lacan” e “Madeira de Sangue”.

[photopress:simg_t_me21154z3krejpg175.jpg,thumb,vazio]

São 19 músicas no show, todas compostas por Gudin (a maioria em parcerias). Leila já havia gravado algumas, como “O Amor e Eu” (Nos Horizontes do Mundo), a linda “Paulista”, que começa:

Na Paulista
Os faróis já vão abrir
E um milhão de estrelas
Prontas pra invadir
Os jardins
Onde a gente aqueceu
Numa paixão
Manhãs frias de abril

e “Verde” (composição de Gudin em parceria com José Carlos Costa Netto), com a qual ganhou o prêmio cantora-revelação no Festival dos Festivais, em 1985, na TV Globo. Um dos pontos altos do show é a já clássica passagem:

Verde
As matas no olhar
Ver de perto
Ver
De novo um lugar
Ver adiante
Sede de navegar
Verdejantes tempos
Mudança dos ventos
No meu coração

As músicas iniciais são mais lentas, bastante delicadas, com uma linda “orquestra” por trás, recheadas por alguns sambas. A partir de Verde, o show torna-se mais movimentado, seguindo-se Neo Brasil, Boa Maré (que foi o bis de ontem), Vida dá e Velho Ateu, com uma passagem cantada pela platéia:

Se eu fosse Deus
A vida bem que melhorava
Se eu fosse Deus
Daria aos que não têm nada

O show vai até 15 de abril, sextas a domingo, e deve se transformar num CD. Uma boa dica para o resto da Páscoa e o fim de semana que começa com a sexta-feira 13!

FacebookTwitterGoogle+Compartilhar
Esta entrada foi publicada em Música. Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

3 respostas a Leila Pinheiro e Eduardo Gudin

  1. Puxa vida….nem chamou o amigo aqui. Além disso, nunca mais visitou meu blog. Estou bastante deprestigiado mesmo.

  2. adalberto disse:

    É um grupo de primeira linha, sem dúvida, tirante Leila no meu entender e gosto. Prefiro o Gudin se apresentando, por exemplo, com a Márcia, com Paulinho César Pinheiro, e principalmente de alguém que ele não deveria separar-se nunca, Vanda Bastos. Eu destacaria na banda o Zeca e o Milton que são virtuoses.

  3. adalberto disse:

    Vi e ouvi recentemente Dori Caymmi e Paulinho César Pinheiro, dois monumentos da nossa mais pura arte. Eles voltam a se apresentar no SESC Vila Mariana.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>