Moraes – o Retorno

Depois de uma passagem sem muito gosto pelo Moraes, no ano passado, criei coragem e voltei hoje.

De entrada são servidos bolinhos acompanhados de alho!

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O segredo é pedir o Filet com alho seco, que vem com menos óleo.

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Mas, como dá para ver pela foto, tem que ter muito estômago!

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Memória do Futuro – Itaú Cultural

Fui hoje também à exposição Memória do Futuro – Dez Anos de Arte e Tecnologia no Itaú Cultural.

A exposição inclui obras desenvolvidas pelo Itaulab, o laboratório de mídias interativas do Itaú Cultural.

São 3 pisos com algumas obras que possibilitam interessantes interações com sons, palavras, imagens e computadores.

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FILE 2007

Fui hoje ao File – Festival Internacional da Linguagem Eletrônica, na Galeria de Arte do SESI, na Avenida Paulista.

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Confesso que fiquei um pouco decepcionado.

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São poucas “obras”. Fica clara a idéia da arte contemporânea, principalmente a eletrônica e digital, de que ela não quer ser observada passivamente, mas tudo deve sempre envolver interação.

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Por exemplo, você fica em frente a um lugar e sua foto acaba sendo tirada (e exposta do outro lado, lá no fundo), depois seu “fantasma” pode ficar passeando ao redor da foto.

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As crianças vão gostar.

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Tecnologia para IES Privadas – IBC

Participei da conferência Tecnologia para IES Privadas, muito bem organizada pela IBC, do grupo Informa, de 21 a 22 de Agosto de 2007, no Hotel Crowne Plaza em São Paulo, que neste ano teve o título: “Soluções em Tecnologia da Informação e Comunicação: Aplicações e Benefícios para os Processos de Gestão, Ensino e Aprendizagem nas IES“.

O professor Paulo Renato Souza deveria abrir o evento, mas por problemas de saúde não pôde comparecer.

Quem falou primeiro foi Paulo Góes, Gerente de Tecnologia e Sistemas FGV, com a palestra: “Uma Experiência em Gestão Estratégica para Otimização da Infra-Estrutura de Tecnologia de Informação e Comunicação na Área de Educação“. Inicialmente ele apresentou a Fundação Getúlio Vargas e em seguida discutiu o conceito de otimização. Segundo ele, 80% dos executivos consideram os resultados de otimização inferiores aos esperados, e os responsáveis por projetos de otimização de processos organizacionais acreditam atingir apenas 25% de suas metas. Retrabalhar processos envolve muitos anos e muitas pessoas. A terceirização tem um custo e os resultados surgem apenas no médio e longo prazo; e, para Góes, a terceirização não funciona quando a empresa está em dificuldades financeiras. Ele falou em seguida especificamente sobre a terceirização de TI e deu alguns exemplos: infra-estrutura (manutenção, rede, hosting, co-location), serviços (desenvolvimento, impressão, help-desk), aplicações (ASP, BSP, SaaS) e processos (call center, suporte, folha de pagamento). Apresentou então o que é terceirizado em TI na FGV, chamando a atenção para o sucesso da terceirização dos serviços de impressão e fax, e para os baixos resultados na terceirização de ASP. Ele ressaltou que não existe terceirização auto-gerenciada e destacou a necessidade de elaborar com cuidado o contrato, definir responsabilidades, detalhar processos de interface entre as partes (como formulários) etc. Ressaltou também as melhores práticas, como ITIL, COMMi, COBIT e SOX. Ao falar sobre a seleção de fornecedores, lembrou que nem sempre um fornecedor certificado garante melhores resultados. Discutiu também a RFP (request for proposal ou elaboração de edital), lembrou a idéia de que “software dado é cocaína” (pois a empresa se torna dependente dele e depois tem que desembolsar fortunas para continuar a utilizá-lo no futuro) e ressaltou a importância de se pensar na integração da soluções, pois o que parece mais barato a princípio pode sair bem mais caro num segundo momento, em função dos custos da integração com outras ferramentas. Góes defendeu também a idéia de que softwares implementados no topo para controlar a bagunça de outros softwares por baixo não funcionam.

O segundo a falar foi Paulo Arns, Presidente da Mantenedora Grupo Bom Jesus, com a palestra “A Gestão e o Uso Inteligente da Tecnologia da Informação e Comunicação. Estratégias de Infra- Estrutura Tecnológica que Reduziram Custos e Proporcionaram Maior Agilidade à Instituição“. Ele inicialmente apresentou a infra-estrutura tecnológica da AFESBJ – Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, que hoje tem 35.000 alunos nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, entre colégios e IES, como a Universidade São Francisco, a UNIFAE e a FAE. Chamou a importância para a necessidade de os profissionais de TI conhecerem o negócio da sua empresa, e defendeu que a centralização e convergência em TI gera resultados de médio e longo prazo, inclusive para a cultura da instituição. Destacou também a economia obtida com tecnologia da informação em centrais telefônicas. Em EaD, disse que estão migrando do Blackboard para o Moodle para reduzir custos.

Terminando a manhã, falou Luiz Alvares, Diretor de Tecnologia Educacional da Universidade Anhembi Morumbi, com a palestra: “Tecnologia no Centro do Processo de Aprendizagem: Produtividade para os Alunos e para as Empresas“, em que apresentou o que tem sido feito em EaD na instituição, que hoje conta com 10.000 alunos cursando disciplinas a distância e insistindo na necessidade de controle, que ele mesmo avaliou como obsessiva. Ele apresentou também o projeto do curso de Medicina da Anhembi, que utilizará intensamente a tecnologia. Como provocação, ele expôs o que considera as tendências em TI para os próximos anos: (a) searchable knowledge-base (repositórios de conteúdos, que segundo ele devem ser dominados por grandes empresas); (b) descentralização na origem do conteúdo (os colunistas de blogs, por exemplo, têm mais força que os próprios jornais, e para Luiz isso indica que as escolas terão que dividir este seu papel com provedores de conteúdo e soluções em larga escala); (c) contextualização (conteúdo baseado naquilo que o aluno já estudou, e aqui Luiz enxerga espaço para grandes negócios como um McDonalds ou Blockbusters da educação); (d) redes sociais (que são difíceis de gerenciar, podendo adquirir vida própria e se voltar contra a própria instituição); (e) convergência (envolvendo conteúdo em intranets para instituições de diferentes países, tecnologia e associação com provedores de conteúdo); (f) Web 3.0 (em que ele classifica o Second Life, em que o browser não é mais o essencial e que permite a aplicação virtual da instituição).

Após o almoço, o primeiro a falar foi Ubiratan Vieira Guimarães, Diretor Executivo do IESDE BRASIL, com a palestra: “A Democratização da Educação: Uma Oportunidade para as Novas Tecnologias da Informação. Um Modelo para o Curso de Graduação e Pós-Graduação que se Ajustou a Realidade Brasileira.” Depois de apresentar a empresa, criada em 1999, que produz atualmente cerca de 100 aulas e 25 livros por mês, contando com 336 funcionários na matriz e 100 nas filiais, ele explicou como são produzidas as aulas em DVD, gravadas nos estúdios do IESDE, onde professores interagem com roteiristas, diretores de arte, de cena, figurinistas, maquiadores e designers gráficos. Os alunos que utilizam os materiais do IESDE recebem, além do DVD, também um livro, desenvolvido pelo mesmo professor que gravou a videoaula. Para Ubiratan, as videoconferências replicam o modelo presencial de maneira piorada, pois condicionam o aluno ao horário pré-determinado da aula e os professores não terem condições de sanar as dúvidas de todos os estudantes que assistem à aula, além da necessidade de investimento elevado. Mas podemos fazer a crítica também ao modelo da aula pronta em DVD: com exceção dos encontros presenciais, trata-se novamente da reprodução do modelo presencial, com transmissão de conhecimento do professor para o aluno, sem interação, sem uso do potencial da Internet, e ainda piorado, já que o aluno não pode ditar o ritmo (não pode, por exemplo, parar uma fórmula para estudá-la com mais calma etc.). E o custo/hora de produção dos DVDs, apresentado por Ubiratan, é impressionante: de R$ 15.000,00 a R$ 20.000,00 (por hora!!). O IESDE não é uma instituição de ensino: através de parceiros certificadores (como UCB, IBMEC, UNICID e ABRASEL) e suas centenas de pólos, o IESDE disponibiliza sua tecnologia para cursos de graduação, bacharelados e tecnológicos, e pós-graduação, contabilizando mais de 15 cursos. Desde a sua criação, aproximadamente 200.000 alunos já utilizaram seu material. Seu público-alvo são alunos do interior, classe C e D, que não poderiam pagar mais do que R$ 200,00 de mensalidade para estudar e nem teriam acesso a material de qualidade em suas cidades. A idade desse público, de 35 a 40 anos, tem baixado. Esses alunos, portanto, não tinham acesso à educação por barreiras geográficas e financeiras, mas com o material produzido pelo IESDE e a EaD, hoje têm.

Em seguida, Miguel E. Mensanza, Diretor de Consultoria e Serviços Profissionais da Sungard Higher Education do Brasil, apresentou uma palestra bastante curta, “O Processo de Implementação de uma Solução de Gestão. As Prioridades no Levantamento e Redesenho dos Processos e os Maiores Desafios na Implementação da Solução“. Ele começou analisando as tendências do mercado das Instituições de Ensino Superior no Brasil, que incluem oferta maior que demanda, mercado da classe A saturado, mercados das classes B, C e D crescendo, alta taxa de evasão, globalização (que aumentou consideravelmente a concorrência), consolidação e fusões/aquisições. O período da IES administradas por famílias teria passado, para Miguel, sendo necessários agora uma visão administrativa e princípios de governança. Por todos esses motivos, torna-se essencial para toda IES definir com clareza seu mercado-alvo. É também essencial organizar um atendimento centralizado, de janela única, para o estudante e manter um relacionamento com o aluno mesmo depois que ele sai da instituição. Ele discutiu também o redesenho dos processos das IES. Ele destacou as ofertas, por algumas instituições, de validação de cursos feitos em um país para outros países, o que seria um valioso diferencial competitivo. A filosofia de sua empresa, nesse sentido, é sempre trabalhar uma tríade: tecnologia, processos e pessoas. Face à competição acirrada no mercado das IES, Miguel utilizou a seguinte expressão: “big is beautiful again”, que recuperaremos nas reflexões gerais sobre os dois dias de Conferência.

A seguir, Mauricio Curi, Diretor Geral da Educartis Corporation, apresentou a pessimista palestra: “Detalhando os Reais Benefícios do Modelo a Distância em Diversas Organizações. Avaliação de Resultados nas Escolas, Universidades e Corporações.” Maurício defendeu que a EaD não gera resultados melhores que a educação presencial. Escolas que usam EaD não aumentam pontos no ENEM. Universidades que usam EaD não conseguem empregar mais que as que utilizam educação presencial (às vezes até menos). Empresas que utilizam EaD não obtêm mais lucro. Ele propôs então 3 modelos, sobre os quais comparações guiaram o restante da palestra: (a) presencial; (b) e-learning (que ele conceitou, sem muita precisão, como um modelo de EaD de tranmissão de informação on-line, sem interação); e (c) Wikieducação, que ele vem desenvolvendo em sua empresa, que envolve construção coletiva do conhecimento a distância, através do projeto Professores sem Fio. Em todas as comparações (em função da qualidade, em função da distribuição/escala, em função do custo, etc.), a educação presencial supera a educação a distância, mas a Wikieducação supera as duas. Na avaliação de Maurício, a Educartis, voltada para a produção de conteúdo, não tem condições de competir com o poder da produção de conteúdo no sistema wiki, por grupos de pessoas (alunos e professores) envolvidos no processo de aprendizagem. “O conteúdo é volátil”, foi uma expressão usada por Maurício, o que condenaria de antemão qualquer projeto caro e trabalhoso de produção de conteúdo. Foi interessante que as palestras da Conferência começaram chamando a atenção para a tecnologia, depois destacaram a importância do conteúdo em relação à tecnologia, e Maurício praticamente minimizou a importância dos dois: o conteúdo pode ser produzido em grupo, praticamente sem custo e sem tecnologias avançadas. Pretendo manter contato com o Maurício e trazê-lo para nossas discussões por aqui. Seu pessimismo é muito bem-vindo, mas acho que por aqui já elaboramos respotas para algumas inquietações que ele propôs em sua interessante palestra. Eu inclusive perguntei para ele, no final da palestra, o que ele pensava sobre o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, não apenas da produção de conteúdo, mas da relação que o aluno trava com esse conteúdo. Para ele, isso não é problema, aconteceria naturalmente.

Em seguida, Cosme D. B. Massi, coordenador do Portal Positivo, apresentou a palestra: “A Sistematização do Ensino e a Criação da Cultura do Ensino a Distância“, destacando o trabalho do sistema utilizado pelo grupo Positivo. Ele destacou o desenvolvimento da cultura da auto-aprendizagem em Ead e a necessidade da criação da cultura para o planejamento e a publicação de aulas por parte dos docentes. Perguntei para ele em que o Portal do Positivo (que já tive a oportunidade de testar e gostei bastante) diferiria dos tradicionais LMSs, e ele apontou duas diferenças básicas: que os LMSs se preocuparam mais com o conteúdo pronto (enquanto o Portal Positivo teria se preocupado também com o momento da elaboração do conteúdo pelos próprios docentes – o que eu, sinceramente, não consigo enxergar) e que o Portal Positivo se preocupa também com outros setores da instituição, como avaliação, acompanhamento por parte do gestor etc.

Para encerrar o dia, Maurício Garcia, da MGAR Consultoria, apresentou a animada palestra: “Saiba como o Second Life, o YouTube e outros recursos da Web 2.0 vão mudar o setor da Educação.” Maurício iniciou sua fala destacando que já temos um longo histórico de literatura teórica, pedagógica e filosófica para fundamentar uma pedagogia da construção do conhecimento colaborativo, do Emílio de Rousseau (que já antecipava a idéia, que muitos defendem como contemporânea, de tutor, de construção e de interação); Dewey, Vygostky, Montessori, Piaget etc.; e mesmo no Brasil, o movimento de Escola Nova, com Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e outros. Ou seja, existe fundamentação histórico-filosófica para discutir uma nova educação, sem a necessidade de recorrer, por exemplo, ao “profeta” Pierre Lèvy. Ele se referiu então ao que batizou de “efeito Katilce”: todos os portais que permitem upload são os que geram maior interesse e que caracterizariam a Web 2.0 (aliás, eta conceito com o qual ninguém concorda – para cada um a Web 2.0 é uma coisa totalmente diferente!). Para Maurício, enquanto estamos discutindo em congressos, as crianças já estão praticando a educação do futuro, então caberia a nós penetrar nesse universo. Estaríamos assistindo ao nascimento de novas manias e, como educadores, precisaríamos acompanhá-la. Por fim, ele apresentou brevemente o Second Life. Tenho acompanhado há algum tempo as reflexões do Maurício, e sua paixão pela tecnologia me fez, inclusive, começar a utilizar o Orkut e o MSN como ferramentas de educação, não apenas a distância, mas também como apoio a atividades presenciais, além de ter me incentivado a estudar Flash, Photoshop e outros softwares mais específicos para EaD, e passar a desenvolver material para educação a distância. Mas as suas reflexões parecem que vão até certo ponto: ele destaca que os jovens não agüentam mais ter aulas em salas tradicionais, pois divertem-se muito mais com todas essas novas ferramentas. Então, como educadores, teríamos que aprender todas elas, para nos colocarmos no mesmo nível desses jovens que recebemos hoje no ensino superior. Mas não vi ainda, em seus textos, essas reflexões aprofundarem como podemos utilizar essas ferramentas em atividades pedagógicas.

No dia 22, não assisti às duas primeiras palestras do dia, porque eu dava aula, então perdi as palestras de Elisa Wolynec, Diretora da Tecnhe Engenharia e Sistemas, “O Papel Estratégico da Tecnologia na Educação Superior“, que falou de vários modelos de EaD, e de Maria Auxiliadora Ribeiro, reitora da Uniaraxá, “Definição de Processos, Integração de Informações no Portal e a Prestação de Serviços por Meio Eletrônico: Ações que Motivaram o Aluno a Buscar Mais Conhecimento“, que falou da instituição que lidera. Apesar de ter alguns slides dessas palestras, prefiro não comentá-las porque em geral as palestras são muito mais ricas que os slides, e eu correria o risco de ser excessivamente superficial.

Cheguei a tempo da última apresentação do dia, do prof. Francisco Carlos Paletta, Diretor da Faculdade de Engenharia e da Faculdade de Computação e Informática da FAAP, “A Visão e Experiência de uma IES no Uso da Tecnologia da Informação em Soluções Educacionais Inovadoras“. Inicialmente, ele apresentou a FAAP e sua estrutura tecnológica. Então ele destacou a importância da integração de sistemas e a necessidade de uma política de educação de Estado, não de governo, ou seja, que não se modifique sensivelmente a cada mudança de partido no governo. Ele destacou também que em uma pesquisa com alunos de pós-graduação a distância, na FGV e na FAAP, ficou claro que os estudantes consideram a aula a contribuição menos importante para o aprendizado. Apontou também a economia conseguida com a utilização da tecnologia nas infra-estrutura para ligações telefônicas. Ele lembrou que a indústria e a escola estão em caminhos distintos, que precisam convergir. Em nosso país, por um problema cultural a indústria não se aproxima da universidade, então a universidade precisa ir até a indústria. E conclui defendendo que é necessário criar uma cultura da tecnologia com professores e alunos.

Após o almoço (que aliás, nos dois dias, estavam deliciosos), tivemos dois workshops.

Em uma sala, Miguel E. Mensanza (que já apareceu em uma palestra anterior) e Swinda Salazar-Piquemal, diretora geral Brasil da Sungard, falaram de Sistemas de Gestão Integrados.

O outro workshop foi sobre EaD.

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Eu dei o pontapé inicial.

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Segui a estrutura do ABC da EaD, que sai pela Pearson na semana que vem, produzido em conjunto com a Carmem Maia.

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Discuti alguns pontos de EaD que ainda não tinham sido debatidos na Conferência, aprofundei outros, discordei de alguns e desenvolvi alguns conceitos que pretendo discutir em um post separado.

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Em seguida, a professora Wanderlucy Czeszak, que tem nos brindado com sua presença em vários momentos neste blog, discutiu a Formação de Tutores.

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Sua fala foi constantemente interrompida por dúvidas e comentários, o que demonstra que o tema é essencial, mesmo para um público de formação mais tecnológica. Ela também nos brindará com um post separado sobre sua palestra.

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Por fim, o querido professor Carlos Valente, que também aparece por aqui com freqüência, falou sobre a Web 2.0 e principalmente o potencial pedagógico do Second Life.

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Eu já considero o Valente o Rei do Second Life! As perguntas e os comentários foram também constantes durante a sua fala. Ele também nos brindará com um post separado sobre a sua fala.

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Senti-me extremamente honrado de ter participado do evento e também de ter apresentado o workshop com esses dois colegas de quem tenho orgulho de ser amigo e companheiro de inquietações a distância!

Ufa! Essa revisão toda me fez, é claro, refletir bastante sobre vários conceitos que temos discutido por aqui, então vou preparar um post separado com um resumo geral de todas as idéias, e novas reflexões sobre a EaD.

Em Maio de 2008, presidi o 1º Seminário EAD – Ensino a Distância, também organizado pelo IBC, que também cobri aqui no blog.

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A Comédia do Poder

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Ontem assisti ao filme A Comédia do Poder (L’ivresse du pouvoir), de 2006, dirigido por Claude Chabrol, que passou na Mostra de Cinema de São Paulo do ano passado. Já tinha assistido a alguns filmes do mesmo diretor que me fascinaram, como O Ciúme (L’Enfer) e A Besta Deve Morrer (Que La Bête Meure), mas deste não gostei muito.

É a história de uma investigação de corrupção administrativa e política na França (baseada no caso envolvendo a empresa petrolífera ELF e o governo francês ), conduzida por uma estranha juíza. Talvez isso soe interessante para eles, mas nós já estamos tão cansados das nossas CPIs que o filme parece excessivamente familiar e banal. Além disso, não acontece muita coisa.

De qualquer maneira, é sempre bom escutar uma língua diferente do inglês no cinema (neste caso, o francês) e acompanhar um ritmo bem mais lento e calmo do que nos filmes de Hollywood.

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A atuação da juíza Jeanne Charmant Killman (Isabelle Huppert, a mesma do incrível A Professora de Piano) é interessante: ela fica obcecada com o caso, o que inclusive prejudica sua vida pessoal, e vai se sentindo cada vez mais poderosa durante o desenrolar da investigação. Mas, ao mesmo tempo, em muitos momentos parece totalmente indiferente a tudo o que está ocorrendo a seu redor. Integram o elenco também Thomas Chabrol, François Berléand, Marilyne Canto e Patrick Bruel.

Quem quiser pode assistir ao trailer do filme.

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Jabuti

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Aberto em 1964, o Jabuti é um boteco muito simples, sem frescura.

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O cardápio parece que não muda muito: tem alguns petiscos (incluindo rã e ostras) e bastante bebida. A porção de polvo é famosa e os bolinhos de bacalhau muito bons. No almoço serve variedades de peixes.

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É um sonho sentar ao lado de uma das grandes janelas e passar a tarde com os amigos bebendo, saboreando os petiscos e jogando papo fora.

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Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1315, esquina com a Joaquim Távora, em frente ao Instituto Biológico.

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Aproveitei e criei a categoria Botecotour: já tinha passado da hora!

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A Morte

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Esta foto tirei em Julho de 2006 no Pantanal, de uma vaca (boi ou touro, sei lá) atolada no rio Cuiabá.

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Como era de outra fazenda, não podíamos mexer nela. Além disso, precisaria de muita gente para levantá-la, cabo, e ela já parecia conformada com a morte, estava fraca e nem se mexia muito. O olhar dela diz alguma coisa?

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Ela olhava para a gente, no barco, mas praticamente não se mexia.
Eu sentia um olhar de tristeza mas já conformado.
O que vocês sentem?

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O querido professor Adalberto tinha me respondido, em outro lugar:
“Eu sinto abandono, desamparo, solidão, melancolia, falta de qualquer sentido, impermanência inexorável, a volta pra onde eu vim que desconheço, gosto de terra a me sufocar, apego à vida, dor doída, que por mais que viva ante a eternidade será sempre uma equação indefinida, que igual à vaca só me sobrarão ossos, que não deixo lembranças, nem as levo, que eu queria voar como Ícaro, em compensação não haverá nenhum corvo degustando minha chuleta.”

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No romance do José Saramago, “As Intermitências da Morte”, as pessoas passam a ser avisadas pelo correio de que morrerão em uma semana. As reações das pessoas são as mais diferentes possíveis: algumas partem para as orgias, outras tentam o suicídio, outras preparam os testamentos etc., mas parece que uma dificuldade comum é dizer adeus aos queridos.

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Dizer adeus, quando se está perto da morte, é difícil tanto para a pessoa que vai morrer quanto para os familiares. Parece que temos uma tendência de adiar este adeus até os últimos momentos, ou mesmo de evitá-lo. Talvez até porque dizer adeus não deixaria de ser uma aceitação da eutanásia.

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Em nossa sociedade, a morte tornou-se praticamente um tabu: não se deve falar muito sobre ela, os rituais de luto são rápidos, quem fica de luto por muito tempo passa a ser segregado (já está na hora de você superar isso) etc.

Aliás, estou terminando de ler A História da Morte no Ocidente, logo coloco uma resenha por aqui.

Por que a morte é feminino, em diversas línguas?

Por que a filosofia aborda tão pouco o tema?

Existe vide após a morte? Como será?

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Rio de Janeiro

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Não sei se é porque sou turista, mas sinto o ambiente do Rio de Janeiro mais relaxado e menos tenso que o de São Paulo.

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Em Setembro de 2006 passei uma semana no Rio, para o Congresso do ICDE. Quase um ano depois presto minhas homenagens à cidade, pois estou de volta para o Congresso da AILC. Vou então misturar os comentários das duas visitas.

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Nos dois casos, andei pelo calçadão da praia de Copacabana, o que já vale a visita ao rio.

Visitei no ano passado o Jardim Botânico, um passeio relaxante e inesquecível. Foi fundado em 1808 por Dom João VI e procura representar a diversidade da flora brasileira, com milhares de espécies.

Em busca da Sopa Leão Veloso, adaptação da bouillabaisse marselhesa, comi nos restaurantes A Marisqueira (em Copacabana) e Rio Minho (na rua do Ouvidor, prédio tombado pelo Patrimônio Historico, onde ela teria sido criada).

Também voltei ao Cipriani, no hotel Copacabana Palace. É um restaurante pequeno e aconchegante, com vista para a piscina do hotel, com serviço excessivamente sóbrio e que cobra mais do que oferece. A sobremesa com variedades de doces é uma delícia.

Sempre que vou ao Rio procuro visitar a Biblioteca Nacional e faço o passeio monitorado. A arquitetura é magnífica, há salas para diversos tipos de objetos (livros, periódicos, documentos raros etc.), é um passeio imperdível para quem vai ao Rio.

Voltei também ao Museu Nacional de Belas Artes, que estava em reformas então não era possível visitar muita coisa.

Conheci dois interessantes museus que faz tempo queria conhecer, o Museu Histórico Nacional, com vários móveis, automóveis e carruagens, dentre outras peças e histórias contadas por palavras, imagens e objetos, e o Museu da República, com lindos salões, que mantém o quarto onde Getúlio Vargas se suicidou, o revólver que utilizou e o pijama que usava.

Por fim, em 2006 peguei também o teleférico para o Pão de Açúcar, com duas paradas em que se tem perspectivas incríveis da paisagem do Rio de Janeiro.

Em cada esquina do Rio tem uma casa de sucos, exemplos de pequenas empresas e grandes negócios. A variedade e incrível; gosto de pedir fruta do conde com leite e cacau com leite. E os sanduíches saem também rapidamente e acompanham bem os sucos.

Em 2007, peguei um aviao (Gol) de Congonhas, não tinha passado ainda por lá desde o acidente, apesar de do meu prédio ter visto o fogo todo. A sensação é muito triste, nem quis olhar para o prédio da TAM. Na volta acabei dando uma rápida olhada. Nenhum dos vôos teve problemas, mas o meu vôo de ida original tinha sido cancelado e fui colocado em um vôo duas horas mais tarde, mas sem ninguém ter me avisado de nada!

Acabei comendo no restaurante de Congonhas uma sopa de cenoura deliciosa e uma sobremesa mais ainda, pastéis de chocolate com sorvete de creme e chantilly.

Desta vez estou no hotel Mirasol, em Copacabana, que não deve andar muito bem das pernas. Subi agora para conhecer a piscina, o bar e a sala de ginástica, mas está tudo apagado! A localização é boa, fica entre a Barata Ribeiro e a praia, perto do Copacabana Palace.

30/07/2007

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Cheguei para o congresso na UFRJ e me surpreendi com esta cena:

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É a universidade dos gatos, que dormem confortavelmente em cima dos carros!

Almocei no Shopping Rio Sul, no restaurante La Mole. Comi o couvert de que eles falam muito, cheio de coisas, e de sobremesa uma torta carioca, de mousse de chocolate com sorvete de creme.

A UFRJ fica ao lado do Canecão, que ainda não conheço!

31/07/2007

Almocei no Bar Urca. É apertado, com poucas mesas, e um bar na parte de baixo que parece o prefeito proibiu de ter banquinhos para tomar cerveja. Tem também uma vista linda para a praia da Urca. O famoso bolinho de bacalhau é grande e redondo, mas com muita massa e pouco bacalhau – o do Jabuti de São Paulo é melhor! Mas o polvo com arroz de brócolis é simplesmente divino, a porção para 1 dá para 3, vem com bastante alho e cebola, pedaços limpos, grandes e saborosos de polvo, o brócolis não é duro e vem misturado com tudo, o molho é delicioso, aquela comida que o gosto bom fica na boca e na garganta mesmo muitas horas depois.

Andar pelas ruas apertadas da Urca é também um passeio interessante.

01/08

Peguei o metrô para o Centro.

Fui ao Convento Santo Antônio, ao lado do qual fica a pequena e impressionante Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência.

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Linda, maravilhosa, um casal estava tirando fotos para um documentário, então a porta principal inicialmente estava fechada, e apenas depois que eles saíram foi aberta, o que dá uma perspectiva de iluminação totalmente diferente em relação à igreja.

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A senhora que atende os visitantes parece gostar muito do que faz.

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As pinturas em relevo no teto são maravilhosas.

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Conheci também o mais que centenário Bar Luiz, no Centro. A famosa salada de batatas é cremosa e deliciosa, e o chopp é tido como um dos melhores do Rio. É uma mistura de boteco, restaurante e bar. Em 1942, estudantes se preparavam para invadir o bar Luiz (tido como símbolo do nazismo, por ter sido fundado por alemães), mas foram convencidos a desistir por um freqüentador ilustre: simplesmente Ary Barroso!

Na Confeitaria Colombo, experimentei o pastel (que na verdade é uma tortinha) de chocolate com pimenta. A Confeitaria é outro marco da cidade, em estilo francês, com o pé direito alto e muitos vidros.

De noite, fui a um show na Sala Baden Powell. Com Pery Ribeiro, Billy Blanco e outros compositores na platéia, Anna Condeixa, boa cantora, se apresentou com um grupo competente. O público tinha idade mais avançada e ela fez uma homenagem à diretora da casa, que ia se tornar teatro mas está resistindo como palco musical. Tim Rescala, o diretor anterior, pediu recentemente demissão por não receber verbas da prefeitura.

O show começou uma série de homenagens ao Baden. Dois dias depois, assisti a um show do filho do Baden, Marcos Powell, que toca um violão muito pesado. Apesar da virtuosidade, na hora de improvisar não saía nada.

02/08

Jantei o famoso sanduíche de pernil com queijo e abacaxi no boteco Cervantes. Pão de leite, pernil macio que desfia na boca, abacaxi em fatias finas e leves. Pão pequeno, abacaxi pequeno e muito pernil, que fica caindo para fora do sanduba. Fica tudo exposto: os pernis, frangos, o abacaxi já preparado em um pequeno recipiente, o pão mantido quente no outro, o queijo também pronto e quente em outro, e tudo em um barzinho muito simples (há também mesas na parte de dentro).

Outro boteco que conheci foi o Adega Pérola.

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Tudo muito simples, cardápios (na parede e na mesa) velhos, chopp clássico e principalmente tira-gostos variados e deliciosos expostos nos vidros (como a salada de atum e a sardinha escabeche).

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Para terminar, peguei o bondinho para chegar ao Corcovado.

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Na gostosa subida, algumas vezes o bondinho fica meio torto e você tem uma visão inclinada incrível da praia e do Rio. As vistas são simplesmente incríveis, e deixo vocês então com mais algumas fotos que tirei.

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Voltei ao Rio em Setembro de 2007.

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Technologically Assisted Literature from Hyper-Text to Cybernetic Poetry

Este foi o título da comunicação apresentada no Simpósio Globalizaton.com do Congresso da AILC por Kathleen L. Komar, da University of California – Los Angeles.

Os avanços da tecnologia geraram novos métodos para compor textos literários e estariam nos forçando a reexaminar alguns dos nossos pressupostos teóricos básicos sobre a literatura.

O foco do trabalho da professora Komar é a poesia eletrônica. Ela questiona: de que maneira a poesia gerada por computadores programados com algoritmos desafia nossa visão de como a poesia funciona? De que maneira devemos interpretar esta nova poesia? Quais são os novos paradigmas interpretativos que precisaremos utilizar nesse ambiente em constante modificação?

Num primeiro momento, ela analisou o software de Ray Kurzweil’s, Cybernetic Poet, que produz poemas a partir do estilo de diversos poetas. Poderíamos chamar o resultado do software de poesia? Esses textos teriam sentido?

Para Komar, nos poemas assim produzidos os autores continuam a existir, e seriam Kurzweil e seus programadores, incluindo sua experiência estética e seu gênio matemático. O autor não teria desaparecido, mas introduzido outra camada de regras, as regras matemáticas dos algoritmos, acima das regras da forma literária. Os seres humanos não estariam removidos do processo, mesmo porque o estilo de outros poetas é utilizado na produção da poesia, o que poderia ser chamado de ‘poesia prostética’. Os poemas produzidos pelo software não violariam nossas sensibilidades como leitores de poesia. Nesse sentido, nossa teoria da recepção precisaria apenas realizar pequenos ajustes em relação a suas versões anteriores.

Em outro exemplo, no artigo “Is it Literature—or Art?”, N. Katherine Hayles descreve textos projetados no espaço e então deformados por aqueles que entram nesse espaço utilizando um equipamento eletrônico especial. Neste caso, o leitor pode modificar o texto e rearranjá-lo em três dimensões. O ato de ler, aqui, transforma-se de uma atividade intelectual, que ocorre na imaginação, para uma interação corporal com o texto. Nosso sentido de leitura modifica-se, torna-se um jogo entre nossos corpos e nossa imaginação com palavras que não se encontram apenas na página.

Estes ‘textos’ colocam em questão nossa sensação usual de controle e autoridade (no sentido de um autor que cria). O autor em todos esses exemplos é múltiplo: poetas contribuem com estilo e formas, ou muitas mentes contribuem para a composição do poema e mesmo para o espaço que o contém. Tanto o controle do autor quanto do leitor são diminuídos por serem multiplicados entre diversos participantes e mesmo projetados em espaços que acomodariam múltiplos leitores simultaneamente.

Autores múltiplos não é uma novidade, e poderíamos nos lembrar do OULIPO. Entretanto, a poesia eletrônica introduz o nível da linguagem da máquina e do programador, que não estaria evidente na superfície da linguagem do texto. Em poesia eletrônica, a estrutura profunda do texto pode permanecer obscura para a maioria dos leitores.

Para Komar, a máquina não seria capaz de desejo poético, o que nos forçaria a repensar a questão da intenção do autor. E nosso desejo de completude como leitores deve então dar lugar ao sentido de processo e exploração. Nossa posição como leitores e a do autor além de nós tornam-se mais interconectadas, pois nós mesmos ajudamos a moldar o texto no ciberespaço pelas escolhas que fazemos, o que também diminui nosso senso de controle como leitores ou intérpretes de textos. Esse tipo de poesia não seria artefato, mas antes processo, pois não estaria estabilizada em um texto, pois literalmente se modificaria enquanto a lemos.

Segundo Komar, entretanto, continuamos a ser a consciência humana dentro da máquina e dentro do texto. Tenho trabalhado esta questão tanto em artigos quanto com meus alunos, analisando softwares que compõem pinturas (como o AARON do próprio Kurzweil) quanto músicas. Percebo que há sempre uma confusão nas nossas inquietudes sobre a produção artística do computador: estaríamos preocupados com o processo ou o resultado, para definir os limites da arte? Se pensarmos no processo, podemos identificar diferenças claras entre o processo de produção de arte pelo ser humano e pela máquina, então teríamos fronteiras preservadas. Mas se atentarmos apenas para o resultado, seria ainda possível diferenciar a produção humana da produção do computador? Além disso, quando dizemos que o autor ainda está presente na máquina, podemos pensar também que a própria produção do ser humano é de alguma maneira pré-definida, tanto pelo meio quanto pela genética. Seria ainda necessário afirmar que o computador não é capaz de produzir arte sozinho?

Segundo Komar, no século XXI, de qualquer maneira, tecnologia e literatura começam a se fundir, e assim a teoria da literatura e a própria literatura são agora obrigadas a conviver e colaborar com áreas que antes eram consideradas suas opostas, como matemática, programação, design e computação. Podemos, assim, pensar em uma nova forma de teoria receptiva para o século XXI, para um mundo pós-humano.

Durante a apresentação, além das referências já feitas, foram também mencionados os seguintes textos:

- AARSETH, Espen J. Cybertext: perspectives in ergodic literature. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1997.

- HAYLES, N. Katherine. How we became posthuman: virtual bodies in cybernetics, literature, and informatics. Chicago: University of Chicago, 1999.

- HAYLES, N. Katherine. My mother was a computer: digital subjects and literary texts. Chicago: University of Chicago, 2005.

- O ensaio de Brian McHale: “Poetry as Prosthesis”.

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