Nossa mente seletiva

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William James, Princípios de Psicologia, Cap. IX.

“Imagine que quatro homens vão fazer um tour pela Europa. Um trará para casa apenas impressões pictóricas – roupas e cores, parques e paisagens, obras de arquitetura, quadros e estátuas. Para outro, tudo isso será não-existente; e distâncias e preços, populações e sistemas de drenagem, fixações de portas e janelas, e outras estatísticas úteis tomarão o seu lugar. Um terceiro terá reparado com detalhes nos teatros, restaurantes e salões públicos, e nada mais; enquanto o quarto terá talvez permanecido tão recolhido a suas meditações subjetivas, que não será capaz de dizer muito mais do que alguns nomes de lugares por que passou. Cada um selecionou, da mesma massa de objetos apresentados, aqueles que combinavam mais com seus interesses particulares, e a partir deles construiu sua experiência.”

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Fluxo da Consciência

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William James, Princípios de Psicologia, Cap. IX.

“Pois é óbvio e palpável que nosso estado mental nunca é precisamente o mesmo. Cada pensamento que temos sobre determinado fato é, estritamente falando, único, e possui apenas algum tipo de semelhança com nossos outros pensamentos sobre o mesmo fato. Quando um fato idêntico a um anterior volta a ocorrer, nós devemos pensar sobre ele de uma maneira nova, enxergá-lo de alguma maneira por um ângulo diferente, apreendê-lo em relações diferentes daquelas em que ele apareceu pela última vez. E o pensamento pelo qual nós conhecemos é o pensamento do isso-naquelas-relações (it-in-those-relations), um pensamento imbuído na consciência de todo esse turvo contexto. Freqüentemente nos surpreendemos com as estranhas diferenças entre nossos pontos de vista sucessivos sobre uma mesma coisa. Pensamos como pudemos ter opinado como o fizemos no mês passado sobre determinada matéria. Nós amadurecemos ou superamos a possibilidade daquele estado mental, não sabemos como. De um ano para o outro, vemos as coisas sob novas luzes. O que era irreal tornou-se real, e o que era excitante é insípido. Os amigos cujos mundos nos eram tão queridos estão reduzidos a sombras; as mulheres antes tão divinas, as estrelas, os bosques e as águas, como podem ser tão insípidos e comuns! – as jovens garotas que tinham uma aura de infinitude, no presente existências dificilmente distinguíveis; os quadros tão vazios; e quanto aos livros, o que havia lá para encontrar de tão misteriosamente significativo em Goethe, ou em John Mill tão cheio de peso? No lugar de tudo isso, hoje é mais deleitoso que tudo o trabalho, o trabalho; e mais plena e profunda a importância das obrigações e dos bens comuns.”

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Princípios de Psicologia – Prefácio

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Traduzi o Prefácio do Principles of Psychology, do William James, clássico que dá o pontapé inicial para a psicologia nos Estados Unidos.

A tradução foi feita baseada no belo site Classics in the History of Psychology, desenvolvido pelo professor Christopher D. Green, da York University, Toronto, Ontario, e acompanhado da tradução para o espanhol de Agustín Bárcena (Fondo de Cultura Económica, México).

Aliás, alguém sabe de uma boa edição em português deste livro?

***

PREFÁCIO
Princípios de Psicologia
William James

O tratado que segue desenvolveu-se principalmente a partir da instrução do autor em Psicologia, embora alguns dos capítulos sejam mais ‘metafísicos’ do que outros, e outros mais profundos em detalhes do que seria apropriado para estudantes que estejam se inteirando do tema pela primeira vez. As conseqüências disso são que, apesar da exclusão de assuntos importantes como prazer e dor, e sentimentos e julgamentos morais e estéticos, o trabalho cresceu até uma extensão que ninguém pode lamentar mais do que o próprio escritor. É preciso realmente ser otimista para, em época tão atribulada, esperar muitos leitores para 1.400 páginas contínuas de sua caneta. Mas wer Vieles bringt wird Manchem etwas bringen; e, saltando conscientemente aquilo que não lhe interessa, estou certo de que muitos leitores, mesmo aqueles que estejam apenas começando o estudo do tema, encontrarão utilidade para meu livro. Como os iniciantes necessitam principalmente de orientação, sugiro que omitam, numa primeira leitura, os capítulos 6, 7, 8, 10 (da página 330 até a página 371), 12, 13, 15, 17, 20, 21 e 28. Para despertar ainda mais o interesse do neófito, talvez a ordem mais sábia seja passar diretamente do capítulo 4 aos capítulos 23, 24, 25 e 26, e então retornar novamente ao primeiro volume. O Capítulo 20, sobre a percepção do espaço, é uma coisa terrível, que, se não fosse escrita com tanto detalhe, não poderia ser adequadamente tratada. Uma condensação dele, chamada ‘The Spatial Quale’, publicada no Journal of Speculative Philosophy, vol. XIII, p. 64, pode ser considerada por algumas pessoas um substituto útil para o capítulo todo.

Eu me mantive próximo ao ponto de vista da ciência natural por todo o livro. Toda ciência natural assume, sem criticá-los, alguns [p. vi] dados, e desiste de discutir os elementos dos quais obtém suas próprias “leis”, e que servem de premissas para suas próprias deduções. A psicologia, a ciência das mentes individuais finitas, assume como seus dados (1) pensamentos e sentimentos, e (2) um mundo físico no tempo e no espaço com o qual eles coexistem e que (3) conhecem. Claro que esses dados são, eles mesmos, discutíveis, mas a discussão deles (assim como de seus elementos) é chamada metafísica e se posiciona além dos limites deste livro. Este livro, assumindo que pensamentos e sentimentos existem e são veículos do conhecimento, defende então que a psicologia, a partir do momento em que tenha verificado a correlação empírica entre os vários tipos de pensamento e sentimentos com condições definidas do cérebro, não pode ir mais longe, como ciência natural. Se ela for além, torna-se metafísica. Todas as tentativas de explicar nossos pensamentos fenomenais dados como produtos de entidades mais profundas (sejam chamadas de ‘Alma’, ‘Ego Transcendental’, ‘Idéias’ ou ‘Unidades de Consciência Elementares’) são metafísicas. Este livro, conseqüentemente, rejeita tanto as teorias associacionistas quanto as espiritualistas; e este ponto de vista estritamente positivista consiste na única característica pela qual eu me sinto tentado a clamar originalidade. Claro que este ponto de vista está longe de ser final. Os homens devem continuar a pensar; e os dados assumidos pela psicologia, tanto quanto aqueles assumidos pela física ou pelas outras ciências naturais, em algum momento deverão ser revisados. O esforço para atualizá-los é, clara e completamente, metafísica; mas a metafísica só pode desempenhar bem sua função quando está especificamente consciente de sua grande magnitude. Uma metafísica fragmentária, irresponsável, semi-acordada e inconsciente de que é metafísica, arruína duas coisas positivas quando se injeta em uma ciência natural. E, para mim, parece que tanto as teorias de um agente espiritual quanto de ‘idéias’ associadas, da maneira como aparecem em livros de psicologia, são tão metafísicas quanto esta. Mesmo que seus resultados sejam verdadeiros, seria bom mantê-las, assim apresentadas, fora da psicologia, como se devem manter os resultados do idealismo fora da física.

Eu então tratei nossos pensamentos momentâneos como íntegros [p. vii], e encarei as simples leis de sua coexistência com estados cerebrais como as leis últimas para a nossa ciência. O leitor procurará em vão por algum sistema fechado no livro. Ele é antes uma massa de detalhes descritivos, que se direciona a perguntas que somente uma metafísica consciente do peso de sua tarefa pode esperar lidar com sucesso. Isso ocorrerá, talvez, vários séculos adiante; e, enquanto isso, o melhor sinal de saúde que uma ciência pode mostrar é esta frente que parece inconclusa.

A conclusão desta obra foi tão lenta que vários capítulos foram publicados com sucesso em Mind, Journal of Speculative Philosophy, Popular Science Monthly e Scribne’s Magazine. Os reconhecimentos são feitos nos lugares apropriados.

A bibliografia, lamento dizer, é bastante assistemática. Em geral, eu usei a minha autoridade para fatos experimentais especiais; mas, além disso, eu procurei principalmente citar livros que, provavelmente, seriam usados pelo estudante universitário comum norte-americano em suas leituras complementares. A bibliografia de Lehrbuch der Psychologie (1875), de W. Volkmann von Volkmar, é tão completa, até esta data, que não há necessidade de uma duplicação inferior. E, para referências mais recentes, Outlines de Sully, Psychology de Dewey e Handbook of Psychology de Baldwin podem ser utilizadas com proveito.

Por fim, quando alguém deve a tantos, pode parecer absurdo indicar créditos individuais; mesmo assim, não consigo resistir à tentação, ao final de minha primeira aventura literária, de registrar meu agradecimento à inspiração que recebi dos escritos de J. S. Mill, Lotze, Renouvier, Hodgson e Wundt, e da companhia intelectual (apenas para apontar alguns nomes) de Chauncey Wright e Charles Peirce nos velhos tempos, e, mais recentemente, de Stanley Hall, James Putnam e Josiah Royce.

UNIVERSIDADE DE HARVARD, Agosto de 1890

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Flavia, vivendo em coma…

Acrescentei hoje aqui um link para o blog da Odele, Flavia, Vivendo em Coma.
A história é triste, muito triste: a filha dela foi sugada por um ralo de piscina, no condomínio onde morava, e está em coma há anos!
Mas é uma história comovente, de protesto e mobilização, a história de uma filha linda e uma mãe que batalha, até hoje, para fazer justiça, e continua cuidando da filha linda.
Passem por lá!

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Cúmulo do Desrespeito com o Cidadão

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Hoje assisti a uma cena esdrúxula, protagonizada por um funcionário da CET.

Em um farol que cruza uma grande avenida, aqueles faróis que demoram um tempão para abrir, muitas vezes quando abrem não conseguimos cruzar porque um caminhão ou ônibus, ou mesmo carro, estão fechando o cruzamento, e fecham rapidinho, um desses faróis abriu hoje para mim.

Os carros não andaram – então olhei para ver o que estava acontecendo. Um guarda da CET (aquele profissional que está sendo pago com os nossos impostos para fazer o trânsito funcionar melhor) estava conversando com um motoqueiro, batendo um papo, devia ser seu conhecido. O carro que estava na minha frente fez, então, um movimento para andar, porque o farol estava aberto. Só que na frente dele estavam o guarda e o motoqueiro conversando; e o trânsito todo louco para cruzar a avenida… parado!

Quando o carro da minha frente fez um pequeno movimento, o guarda da CET olhou bravo para ele, então o carro parou. E continuamos todos parados por mais alguns segundos.

Finalmente, o guarda da CET saiu da frente dos carros, o motoqueiro andou e pudemos cruzar o farol – bem menos carros do que se o guarda não tivesse ficado conversando com o motoqueiro, é claro.

Eu não consigo me esquecer da cara de bravo do guarda. Naquela hora, ele deve ter pensado: que que é? sou guarda, quem é você? pensa que eu tô aqui prá quê? tô conversando aqui, meu, não me enche; senão te multo, hein! dane-se o farol, vocês que esperem! que cidadão que nada, rapaz! que cidadão que nada!!

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Retiro Espiritual

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Estou aproveitando estes dias para fazer um retiro espiritual, um recuo existencial, uma reflexão.

A vida não é uma linha reta, um algoritmo: é meio tortuosa.

A gente nunca conhece o caminho até o final, mas, mesmo que conhecesse, ele se modificaria durante o percurso.

Tomar a frente de uma batalha sozinho, mesmo que apoiado na retaguarda, é uma posição muito delicada: se der errado, a responsabilidade recai toda sobre o líder.

Nestas duas semanas, a indignação misturada provavelmente com várias outras coisas, que ainda estou tentando entender, consumiu muita energia. Muita.

É dilacerante ter ideais, acreditar muito neles, enxergar o caminho com clareza, mas ser obrigado a seguir a direção oposta. Principalmente quando há um grupo envolvido. Chega a ser esquizofrênico.

Tenho recebido muitas msgs (orkut, msn, aqui, email…), obrigado a todas e todos, estão ajudando muito na reciclagem.

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O CONCEITO DE TURMA EM EaD: SANGUE LATINO

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Ouvi recentemente o Diretor de um Departamento de EaD dizer mais ou menos o seguinte: os americanos não compreendem o conceito de turma em educação a distância. Eles sempre me perguntam: mas por que vocês precisam trabalhar com essa idéia de turma em EaD? Qual o sentido disso?

Segundo esse mesmo Diretor, o conceito de turma em EaD seria uma criação dos latinos, esse povo que precisa estar próximo, que é mais sensual, que gosta de cerveja, futebol, mulher e carnaval (essa metáfora foi usada por ele). O espírito latino teria inventado o conceito de turma em EaD, e por isso os americanos não o compreenderiam.

Essa grande “descoberta”, provavelmente, serviu como fundamento pedagógico para que esse Diretor implementasse um Projeto de EaD em que não há limite no número de alunos por turma: podem ser 100, podem ser 200, podem ser 300, podem ser 400… E o programa foi implementado no Brasil, traindo o espírito latino e obedecendo ao espírito norte-americano.

A avaliação parece-me completamente equivocada.

Em primeiro lugar, o conceito de turma em EaD não é uma invenção latina. Qualquer pesquisa rápida na bibliografia técnica sobre educação a distância mostra que isso não é verdade: existem turmas em EaD pelo mundo todo, desde os Estados Unidos até a Austrália, na Ásia e na Europa. Nem mesmo Skinner, Piaget ou Vygotsky diziam isso!

Mas existem, também, Projetos de EaD que não utilizam a noção de turma. Quais são as diferenças, então?

Eu já cursei mais de uma disciplina na Universidade de Berkeley, quando a internet já era intensamente utilizada como mídia em EaD. A coisa funcionava assim: eu me matriculo, recebo pelo correio o material (que inclui apostila, livros, vídeos, CDs etc.), estudo sozinho, mando as atividades para o meu professor (na época, por correio), ele corrige, me devolve, e, até o final do prazo para conclusão do curso, tenho que fazer uma prova presencial. Ou seja, eu não interajo com aluno nenhum, não conheço nenhum aluno, estudo independentemente e individualmente, solitariamente. Os prós e contras desse método podem ser questionados, mas, de qualquer maneira, neste caso, não existe realmente o conceito de turma. Não existe nem mesmo a idéia de que o curso tenha que começar em determinada data e terminar em outra, nem que as atividades tenham que ser entregues em datas específicas: o aluno se matricula no curso quando desejar, segue o ritmo de estudos que quiser, e o professor é remunerado pelo número de alunos que estão cursando a disciplina, afinal de contas seu trabalho é simplesmente corrigir as atividades individuais dos alunos, dar uma nota e devolvê-las para eles. E, no final, corrigir uma prova. Ou seja, quanto mais alunos, proporcionalmente mais trabalho, e portanto maior a remuneração.

Ora, mas esse não é o único modelo de educação a distância que existe nos Estados Unidos, que justifique eles acharem que o conceito de turma em EaD é uma invenção latina. Existem sim cursos a distância, nos Estados Unidos e nos outros cantos do mundo, que se utilizam de turmas. O que ocorre, nesses casos? Além da possibilidade de propor também atividades individuais, são propostas uma série de atividades interativas, como fóruns, chats, trabalhos em grupo etc. Aqui, o conceito de turma faz todo o sentido: as aulas precisam começar no mesmo momento, têm um prazo específico de duração, muitas vezes há datas específicas para a entrega das atividades, o professor funciona como um facilitador do aprendizado e um animador das atividades interativas, e sua remuneração é, quase sempre, vinculada ao número de turmas, não ao número de alunos.

Boa parte dos estudiosos de EaD defende a maior eficácia dos projetos que privilegiam as atividades interativas entre os alunos, o que não foi a opção do nosso Diretor, mas isso não vem ao caso, não importa para a nossa discussão.

A questão é que o nosso Diretor de EaD implementou seu Projeto sem conceber com clareza essas diferenças, e, como você imagina, deu pau! Não ficou nem latino nem americano, ficou talvez um casal de gringos tomando caipirinha no Rio, ninguém sabe ainda ao certo se ficou alguma coisa.

As “turmas” (que não deveriam mais ser turmas, porque não queremos mais ser latinos!) têm 100, 200, 300, 400.. alunos, com a programação de algumas atividades individuais, mas também algumas atividades interativas, como a criação de fóruns. Todas elas com datas específicas de entrega. Mas logo no início, percebeu-se que alguma coisa estava errada: como há muitos alunos nas “turmas”, a orientação agora é que não se façam fóruns, para que os alunos não descubram a quantidade imensa de colegas que há nas turmas.

Além disso, esse programa foi implementado em uma universidade, para disciplinas que muitas vezes, antes, os alunos cursavam presencialmente. E para as quais, inclusive, pagam mensalidade. Só que, talvez porque não temos agora mais “turmas”, as aulas começaram um mês depois do previsto, e os alunos obviamente chiaram, porque pagaram um mês em que não tiveram aula. Eles não compraram um pacote de EaD, de uma disciplina, como no meu caso de Berkeley, em que eu podia começar e terminar quando quisesse. Eles compraram aulas por determinado período, mas não receberam educação em 20% do período que pagaram.

Ou seja, deu tilt! Temos turmas mas não temos! Não bateu o tempo com o pagamento, não bateu a previsão de realização de atividades interativas, precisamos esconder dos alunos o que está acontecendo, os professores não são remunerados por turmas (mas por uma quantidade x de alunos) e assim por diante. Modelos mistos são interessantes quando são planejados como inovação, não quando acontecem por erro de concepção.

Não é preciso dizer que, para a combinação funcionar, foi preciso abandonar não só as atividades interativas, como as ricas possibilidades de encontros presenciais durante o semestre (pois nem caberia em uma sala de aula), já que os alunos estudam presencialmente, nos outros dias, na mesma universidade. E foi também preciso retroceder, transformar as aulas que começavam a tomar uma tímida cara de multimídia em simples arquivos pdfs. Era mais fácil, então, deixar os livros separados na biblioteca, os alunos fazerem as atividades e deixarem no escaninho do professor. O rico sistema utilizado na universidade passou a não ter função pedagógica. Talvez, no próximo semestre, já seja possível retroceder para a EaD por correspondência, com a vantagem de que não é preciso usar o correio. Talvez seja essa a direção da não-turma latina.

Foi também preciso forjar um tutor on demand, que ganha muito pouco, que não deve propor atividades complexas pois não é remunerado para corrigi-las, que deve evitar a todo custo a interação, enfim, um tutor o mais passivo possível. Quase um robô, não um guia para o aprendizado.

Lembrei-me da canção dos Secos e Molhados:

Jurei mentiras e sigo sozinho
Assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida meus mortos meus caminhos tortos
Meu sangue latino
Minha alma cativa
Rompi tratados traí os ritos
Quebrei a lança lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que me importa é não estar vencido

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Numero de Alunos por turma em EaD e remuneração do professor on-line

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Tive a oportunidade de participar dos interessantes debates, realizados no primeiro semestre de 2005, que resultaram no livro “A Educação a Distância e o Professor Virtual em 50 dias e 50 temas on-line”, editado pela Editora Anhembi Morumbi.

Uma das questões propostas para discussão foi:

“Qual seria o número ideal de alunos numa turma on-line?”

Como o debate foi relativamente recente (não tem 2 anos), voltei lá para reler o que dissemos.

Quanto ao número ideal, dissemos o seguinte:

“…com turmas muito grandes [...] não consigo fazer um acompanhamento muito adequado da disciplina e da participação de todos…”

“Nos Estados Unidos, fala-se num máximo de 20 a 25 alunos. Eu concordo com eles, considerando-se o atendimento individualizado ao aluno por parte do tutor.”

“…parece que 30 é um número bom.”

“… Concordo que até 30 alunos garante um bom atendimento.”

“…para ter um atendimento individualizado, uma sala de aula online não pode ter mais que 30 alunos.”

“Quanto ao nº de alunos por sala, no Brasil, pela minha experiência como tutora, coloco a faixa entre 50 a 60 alunos, para que o atendimento interativo ocorra na graduação.”

“Se temos um modelo baseado em trabalhos e exercícios, a relação não pode exceder 30 alunos por professor. Em outras circunstâncias, a relação pode chegar a 60 para 1.”

Ou seja, por toda a discussão o número que mais prevaleceu foi o de 30 alunos por turma, apesar de ter havido uma variação nas respostas de 20 até 60 alunos. De qualquer maneira, nenhum professor de EaD, que participou do debate, defendeu que uma turma com 100, 200, 300, 400… alunos fosse viável online. Por que, então, aceitamos agora quando alguém simplesmente impõe turmas deste tamanho para nós? Onde está o embasamento teórico desta proposta (em Skinner, Piaget ou Vygotsky?) Tudo o que pensamos (em função de nossa experiência) e escrevemos deve ser desconsiderado? Tudo o que nos propusemos a ensinar aos outros, no livro, nós mesmos não fazemos, fazemos justamente o contrário? Falo mas não faço? Acreditávamos mesmo no que estávamos escrevendo? Nossa opinião não é muito relevante, na prática? Era um número platônico? Ou a EaD mudou tanto assim em menos de 2 anos?

Mas, conforme surgiu na própria discussão, o problema não está apenas no número de alunos por turma, mas também na remuneração que o professor recebe pelo seu trabalho. Ele pode, por exemplo, ter turmas pequenas, mas receber 1 hora-aula por mês (como já disse por aqui o Jorge), então voltamos à estaca zero.

Vejamos então o que dissemos sobre a relação entre o número de alunos por turma e a remuneração do professor:

“No caso de um tutor que deve corrigir atividades individuais todas as semanas, que deve, além disso, participar ativamente de fóruns e chats, que deve complementar o curso com novas propostas de leitura etc., penso que uma classe com mais de 20 alunos já não comporta a remuneração por 4 horas de trabalho semanais.” (este era eu, refletindo sobre o tema há não muito tempo!)

Ora, se defendemos no debate um número ideal entre 20 e 40 alunos por turma, pensando em uma remuneração de 4 aulas semanais, como podemos aceitar (calados) a remuneração de 3 horas semanais para grupos de 100 alunos? Qual a fundamentação teórica para esta proposta (Skinner, Piaget ou Vygotsky)? Quem já provou que isso funciona em EaD (não estaríamos trazendo para o departamento aquilo que efetivamente funciona em EaD)? Falo (para os outros ouvirem, para servir como exemplo, referência, direção no nosso campo de atuação), mas não faço? Alguém consegue me explicar tudo isso? Sou eu quem está sonhando? Para mim, parece tudo surrealista!

Por fim, uma citação também tirada da mesma discussão há menos de 2 anos, e que serve como um excelente comentário para um problema que estamos enfrentando hoje:

“O professor acaba se tornando refém de gerências equivocadas e o pedagógico só não vai por água a baixo pela dedicação do professor – seja online ou presencial. Nesse caso, o problema não é de número de alunos, mas da seriedade com a qual a instituição trata o trabalho que desenvolve e a formação que oferece.”

Uma remuneração justa para o professor online, uma remuneração que torne o aprendizado do aluno possível (esta foi a nossa conclusão, a conclusão de um grupo de professores e especialistas!) é a de 4 horas-aula semanais para turmas de ao redor de 30 alunos. A discussão não pode ficar restrita apenas ao número de alunos por turma, nem apenas à carga horária, tem que envolver a combinação entre os 2 fatores. Então, é óbvio que não podemos aceitar a remuneração de 3 horas-aula por grupos de 100 alunos, nem turmas de mais de 300 alunos!

O pior de tudo é que discutimos isso para o professor, mas nem esboçamos uma discussão sobre o número de alunos e turmas que um monitor consegue atender, muito menos a remuneração para o monitor. Imagina então o que andam fazendo por aí com os monitores…

Ironicamete, todo este belo debate foi realizado utilizando o Blackboard na Universidade Anhembi Morumbi.

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Didática do Ensino a Distância

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PETERS, Otto. Didática do ensino a distância: experiências e estágio da discussão numa visão internacional. Trad. Ilson Kayser. São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2001. Resenha por João Mattar.

Este é um daqueles livros que vale a pena ter, já que merece ser lido várias vezes, por causa de sua densidade teórica e da quantidade de exemplos e bibliografia analisados. O original é de 1997, mas mesmo com um tema que exige atualizações constantes, carrega alguns ensinamentos que não tendem a ficar datados.

O autor foi fundador e primeiro reitor da Fernuniversität – Universidade a Distância, na Alemanha.

O título já é provocador: poderíamos falar em uma didática do ensino a distância? Este é o tema da interessante introdução do livro, que defende uma didática pluralista para a EaD, incluindo os seguintes princípios teóricos: a tradição do ensino acadêmico, a didática do ensino superior, a didática da educação de adultos e da formação complementar, a pesquisa empírica do ensino e da aprendizagem, a tecnologia educacional, a telecomunicação eletrônica, os resultados científico-sociais e a didática geral, como disciplina pedagógica.

No cap. 1, “Levantamento de Dados”, Peters destaca cinco características que distinguiriam a educação a distância de outras formas do ensino superior: a combinação específica de algumas das formas de ensino e aprendizagem convencionais, o aproveitamento específico de meios técnicos (como a teleconferência e o computador pessoal), a combinação entre acessibilidade e interação (ou diálogo), o tipo especial de estudante e as formas específicas de institucionalização (single mode, dual mode ou mixed mode).

No cap. 2, “Distância e Proximidade”, o autor procura dar conta da dialética entre esses dois termos através de cinco modelos teóricos para o ensino a distância: da correspondência, do diálogo (ou da simulação escrita de uma conversação didática entre docentes e discentes), do professor (mais didático que os anteriores), do tutorial (ou aconselhamento) e da transmissão eletrônica (com audiocassetes, por exemplo). Por fim, ele discute o conceito de “distância transacional”, desenvolvido por Michael Moore, que envolve o maior ou menor diálogo entre alunos e professores, assim como o quanto o caminho a ser seguido no estudo está pré-fixado para o estudante (ou o que Moore denomina estrutura e autonomia).

No cap. 3, “Três Concepções Constitutivas”, Peters aprofunda o estudo teórico dos conceitos de diálogo, estrutura e autonomia.

No cap. 4, “As três Concepções na Prática”, o autor estuda as três concepções vinculadas à distância transacional em diversas universidades.

No cap. 5, “Concepções Modificadoras”, Peters começa analisando os conceitos de open learning e ‘educação permanente’ para, em seguida, tratar da transição entre o ensino industrializado para o ensino pós-moderno, tema principal de outro livro do mesmo autor traduzido em português, “A Educação a Distância em Transição”, do qual fiz uma outra resenha. É esta parte do livro que mais nos interessa, tanto que discuti e desenvolvi essas questões em meus livros ABC da EaD e Second Life e Web 2.0 na Educação.

O interesse inicial pelo ensino a distância se deve a empresários interessados em ganhar dinheiro, não em educar. Teria ocorrido, então, uma revolução nos métodos de ensino e aprendizagem, através da divisão e do planejamento do trabalho, tendo o ensino se tornado mecanizado (e mais tarde automatizado), padronizado, normado, formalizado, objetivado, otimizado e racionalizado. O ensino torna-se, em suma, industrializado, produzido e consumido em massa, através da alienação tanto do docente quanto do discente, e da utilização de uma linguagem não-contextualizada, para o que contribui decisivamente o modelo da Open University inglesa. Este modelo fordista poderia ser considerado ultrapassado.

O neofordismo envolve alta inovação no produto e alta variabilidade nos processos, mas pouca responsabilidade dos empregados. Não são mais produzidos grandes cursos, mas sim cursos menores que podem ser atualizados constantemente.

O pós-fordismo agrega à alta inovação na produção e à alta variabilidade nos processos, um alto nível de responsabilidade no trabalho. Os cursos devem ser produzidos on demand e just in time. A divisão do trabalho é, no limite, eliminada. Os cursos, dessa maneira, poderiam ser produzidos e adaptados rapidamente. Citamos então Peters:

“Isso, por sua vez, obrigaria as universidades a distância a modificarem igualmente seus processos de trabalho. Em lugar do desenvolvimento e produção na base da divisão do trabalho e sob controle central, seriam formados muitos pequenos grupos de trabalho descentralizados, com responsabilidade própria pelo desenvolvimento de suas propostas específicas de ensino, sendo, por isso, dotados de maior autonomia – também para fora. Mas o que é ainda mais importante: as formas clássicas de ensino e aprendizagem no ensino a distância (cursos padronizados, assistência padronizada) deveriam ser substituídas ou complementadas por formas muito flexíveis quanto a currículo, tempo e lugar (variabilidade dos processos). Conceitos como estudo autônomo, trabalho autônomo no ambiente de aprendizagem digital, teleconferência, aconselhamento pessoal intensivo, estudo por contrato e combinação com e a integração de formas do ensino com presença indicam em que direção poderia ir o desenvolvimento. Isso equivaleria a uma revolução.” (p. 208)

E mais à frente, o que talvez nos interesse ainda mais:

“Como a exagerada divisão do trabalho é revogada e se busca a descentralização, as clássicas equipes de desenvolvimento de cursos já não têm mais razão de ser. Em seu lugar são desenvolvidos cursos variáveis e de curta duração por grupos de trabalho em áreas especializadas e de trabalho com responsabilidade própria. Os professores universitários integram esses pequenos grupos de trabalho, que passam a ser responsáveis por todas as etapas de seus cursos, não apenas pelo planejamento e o design como também pela produção, distribuição, avaliação e pelo acompanhamento continuado do curso. Para isso também deveriam dominar técnicas de produção na área gráfica e de vídeo, o que, inclusive, é facilitado por modernos meios técnicos [...]. Enquanto que até agora os meios técnicos tendiam a favorecer a divisão do trabalho no ensino, com esses novos meios eletrônicos as operações podem ser novamente reunidas.” (p. 213-214).

Este capítulo ainda explora as características do ensino pós-moderno a distância, em que podem ser colocados em dúvida praticamente todos os pressupostos da educação, e que talvez só tenha condições de se estabelecer em novas instituições de ensino, marcadas desde o seu nascimento por princípios radicalmente flexíveis e inovadores.

No capítulo 6, “Informação e Comunicação”, Peters explora as inovações associadas ao progresso da tecnologia.

No cap. 7, “Modelos de Ensino e Aprendizagem de Instituições Específicas”, novamente o autor realiza estudo de casos em diversas instituições de ensino.

O livro termina com um capítulo curto, “Análises e Perspectivas”, que, apesar do título, fala muito pouco de futuro, seguido de uma variada bibliografia.

Enfim, um livrão!!

Publicado em EaD, Educação, Resenhas | 46 comentários

Cobrar, Pagar e Fornecer

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Uma instituição de ensino cobra mensalidade de seus alunos para oferecer em troca um serviço: educação.
Se a instituição cobra a mensalidade, seus professores estão prontos para dar aulas, mas as aulas não são dadas, alguma coisa saiu errada. O natural seria devolver o dinheiro para os alunos, porque eles não tiveram aula. Se isso não acontecer espontaneamente, os alunos devem pedir o dinheiro de volta, porque pagaram por uma coisa que não receberam.

Agora, e se o dinheiro é recebido, as aulas não são dadas, mas os professores também não são remunerados? Aí a coisa saiu ainda mais errada. Muito errada. Porque os professores estavam prontos e à disposição da instituição para dar as aulas, mas o departamento de EaD não deixou que as aulas começassem. Os professores estavam ainda sendo treinados – mas à disposição do departamento.

O que saiu errado, então?

Não pagar os professores, neste caso, é um problema legal. Não está amparado pela lei, isso todos os professores (e administradores educacionais) sabem. Não precisa nem consultar o sindicato. Por que então arrumar um problema legal?

Mas digamos que não seja um problema legal: seria uma atitude ética? Seria ético com os professores envolvê-los em um treinamento de um mês, adiando assim o início das aulas, e, quando as aulas começam, simplesmente não pagar os salários do mês que passou (sem avisá-los de nada!)? Do mês em que eles já estavam à disposição da instituição, sem se comprometer com outra instituição (e os alunos pagaram, os alunos pagaram!)? Será que a EaD é uma desculpa para tamanho descaso com os professores (mais um!), para tamanha falta de ética? Enganação a Distância? Mesmo que tenha sido um simples erro, não deveria ter havido uma preocupação em comunicar o erro aos professores? Ou uma pré-ocupação que pudesse evitar o erro? Não é função do administrador fazer as coisas certas, e não erradas?

Agora, mesmo que não seja um problema legal, nem um problema ético, seria uma boa política de gestão de pessoas? Você conseguiria, dessa forma, motivar seus funcionários? Cultivar um clima de trabalho agradável, harmonioso? Seria um acerto do ponto de vista da administração de grupos? Eu aceito indicações de alguma bibliografia que mostre que esta é uma boa política de RH.

Digamos que tudo seja bobagem: não é problema legal, não é problema ético, não é problema de gestão de pessoas. Só filosofias novamente, João! O que importa, é que lucraremos mais!!

Será? Não é preciso entrar com um processo neste momento, mas qualquer funcionário que for despedido poderá requerer, posteriormente, o pagamento daquele mês que não recebeu, com multa, juros, correção monetária, custo do advogado etc. Então, só se estaria jogando um passivo trabalhista para o futuro (para mostrar para alguém mais lucro no presente? Será que é isso?) O menor rendimento dos professores, insatisfeitos, pode levar muitos alunos para fora da instituição, também insatisfeitos. O orkut marketing pode arruinar tudo. Sobrará algum lucro?

São muitos erros, muitos erros, de todo lado que a gente olha encontra erros, e muito graves! Como é possível?

Cecília Bergamini (Motivação nas organizações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997, p. 155-161) fala em patologias organizacionais. Uma organização paranóide, por exemplo, estaria preocupada basicamente com sistemas de informação e de controle, pois nela reinariam a suspeita e a desconfiança. Ela seria bem representada por um organograma enfatizando a centralização e a vigilância contínua. Seu ‘aperfeiçoamento’ seria a organização compulsiva, que institucionalizaria seus rituais defensivos e elevaria a um grau máximo a preocupação com detalhes e a monitoração (tem gente checando se estamos na sala de aula!!). É o caso do nosso departamento, é o caso da nossa instituição!

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Estímulos negativos, como o stress, ou o nosso exemplo absurdo do não pagamento de um mês de trabalho, geram diversas reações que caminham no sentido contrário da motivação, como frustração, ansiedade, resignação, fuga, compensação, agressão ou deslocamento.

São justamente os momentos de grandes mudanças nas empresas que trazem à tona graves patologias organizacionais. Reestruturações, fusões e aquisições, dentre outros exemplos, podem ser citadas como geradoras de grande tensão nas estruturas organizacionais. Em casos em que ocorrem muitas demissões, é conhecida a ‘síndrome do sobrevivente’, um estado de medo e insegurança dos funcionários que não foram (ainda) demitidos.
A política de demissão das empresas pode também contribuir para a criação de um estado de terror constante, e por isso precisa também ser planejada e administrada. A comunicação adequada dos motivos dos desligamentos ao grupo (e não o silêncio total, que só serve para proliferar os boatos!), entrevistas de desligamento bem conduzidas (e não demissões por telegramas ou acusações forjadas de plágio!), assim como programas de recolocação (outplacement), são processos que podem servir para auxiliar tanto as pessoas que foram dispensadas a conseguir emprego em outras empresas, quanto aquelas que ficam a não se sentirem desnecessariamente ameaçadas. Não é o caso do nosso departamento, não é o caso da nossa instituição.

Mas e agora, como superar essa patologia organizacional?

a) Tornar a administração participativa.

Ao contrário do modelo diretivo-autoritário, em que predominam a autoridade hierárquica e a obediência, o modelo consultivo-participativo privilegia a autogestão e a autonomia. Em modelos de administração participativa, os funcionários encontram mais liberdade para discutir problemas com seus superiores, estabelecendo-se assim um clima de maior confiança. A interação entre os diversos níveis hierárquicos é mais intensa e, assim, a informação corre mais livremente pela organização. A participação dos subordinados nos processos decisórios é estimulada e as metas são estabelecidas em conjunto; em conjunto, não impostas de cima para baixo; por isso, normalmente ocorre também participação dos funcionários nos resultados da empresa.

b) Recrutar líderes.

Líderes eficazes são, em geral, carismáticos e intelectualmente estimulantes, dedicando atenção individualizada a seus seguidores. Nesse sentido, são transformadores, pois possuem visão, conseguem comunicar adequadamente sua visão aos seus seguidores e, assim, traduzem a visão em realidade. Esse processo ajuda a construir a confiança do grupo. É importante criar um clima de abertura intelectual e crítica para que um grupo possa se desenvolver de maneira saudável.

c) Reconstruir canais de comunicação.

Uma das funções nobres de um líder é motivar a sua equipe. Para liderar grupos, tomar decisões adequadas e resolver conflitos, o administrador deve ser um hábil comunicador. Várias atividades na empresa exigem habilidades de comunicação. Um grande esforço de comunicação na organização deve ser feito para evitar os ruídos e obter feedback dos funcionários.

Enfim, a nossa instituição e o nosso departamento de EaD precisam de uma injeção de novos modelos de administração, de liderança e de comunicação. Porque o grupo é forte, e muito forte.

Não é uma questão pessoal, é uma questão técnica, de sobrevivência.

De direção.

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O primeiro passo prático: pagar os professores online pelo mês de Fevereiro! Imediatamente, ou pelo menos comunicá-los de que o pagamento integral do mês de Fevereiro será feito no próximo mês. Para corrigir o último erro, e talvez o mais absurdo. Em seguida atacaremos os outros, muitos outros!

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