Calar

[photopress:LI0514.JPG,thumb,vazio]
Se é tão rápido e fácil calar uma grande universidade, abafando, boicontando e mesmo cortando seus canais de comunicação não hierárquicos e debates (como fóruns presenciais, fóruns virtuais, revista etc.), deixando de lado ou despedindo aqueles professores que questionam alguma coisa, se é tão fácil amedrontar e calar professores que, supostamente, deveriam ter senso crítico e questionar pelo menos a realidade em que estão diretamente envolvidos, se é tão simples imobilizar um grupo grande de professores, imagine o que é possível fazer com um país com um alto índice de analfabetismo, composto de muitas pessoas para quem nunca foi dada a oportunidade de criticar alguma coisa? Principalmente quando se tem o poder e o dinheiro na mão, quando se pode facilmente comprar pessoas-chaves e mandar matar quem não interessa mais?
Por isso, temos sempre que reagir a qualquer indício de autoritarismo, de calar o judiciário, de calar a imprensa, mesmo que pequemos pelo excesso. Toda organização de resistência, nesta direção, é um exercício pleno de cidadania.

FacebookTwitterGoogle+Compartilhar
Esta entrada foi publicada em Educação, Reflexões. Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

7 respostas a Calar

  1. adalberto disse:

    Donde se conclui que boa parte dos professores, após tanta privação, tornou-se massa falida, analfabeta funcional, correndo atrás de migalhas para pagar gas, luz e telefone, que perdeu a oportunidade de gritar na hora certa, e agora não tem mais voz na garganta. Não vejo mais diferença entre a classe de professores desempregados e, por exemplo, um lupen da construção civil sem mão de obra qualificada.

  2. adalberto disse:

    Só para lembrar

    No caminho com Maiakovski

    (Eduardo Alves da Costa)

    Na primeira noite, eles se aproximam

    e roubam uma flor

    de nosso jardim.

    E não dizemos nada.

    Na segunda noite, já não se escondem:

    pisam as flores,

    matam nosso cão,

    e não dizemos nada.

    Até que um dia,

    o mais frágil deles

    entra sozinho em nossa casa,

    rouba-nos a luz, e,

    conhecendo nosso medo,

    arranca-nos a voz da garganta.

    E já não podemos dizer nada.

  3. wanderlucy disse:

    O duro foi ouvir, um dia desses, a zeladora do prédio onde moro dizer: “É assim mesmo, a gente já está acostumada a ser desrespeitada”.

  4. E, agora pergunto eu: do que adianta ter titulação. É como meu pai dizia anos atrás: “Fazer doutorado em burrice!!! Vai servir pra que? Faça outra coisa”.. Já que tem que estudar, estude para um cargo público”. Palavras sábias………Pra que estudar tanto…..??????

  5. adalberto disse:

    Seu pai sabe das coisas mesmo, Regina, e veja que a Presidência da República é um cargo público, que a experiência mostra que só precisa fazer impressão digital.

  6. João Mattar disse:

    Em “Educação e Consciência Política” postei uma resposta ao Vinícius que no fundo está diretamente ligada ao tema desta discussão:

    http://blog.joaomattar.com/2007/03/06/educacao-e-consciencia-politica/

  7. Fernanda disse:

    Às vezes, quando alguém se pronuncia(ou denuncia) causa perplexidade em uns e admiração em outros. Mas, uma coisa é certa: essa pessoa nunca mais será esquecida por aqueles que gostariam de falar, mas não tiveram coragem.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>