Educating the Net Generation

OBLINGER, Diana G.; OBLINGER, James L. (Editors). Educating the net generation. Educause, 2005. Resenha de João Mattar.

Este ebook está disponível para leitura online em html e pdf.

Em 1. Introduction, Diana G. Oblinger e James L. Oblinger explicam que o livro está voltado para educadores do ensino superior, dão uma ideia geral sobre o que será tratado em cada capítulo e indicam um site de complemento do livro.

Em 2. Is It Age or IT: First Steps Toward Understanding the Net Generation, Diana Oblinger e James Oblinger fazem uma revisão da literatura sobre os aprendizes da geração net – aqueles que naceram nos anos 1980 ou depois, e ressaltam a importância de conhecermos melhor nossos alunos. Algumas das características dessa geração seriam: habilidade para ler imagens visuais – são comunicadores visuais intuitivos; habilidades espaciais/visuais e de integrar o virtual e o físico; descoberta indutiva – aprendem melhor por descoberta do que ouvindo; desdobramento da atenção – eles são capazes de mudar sua atenção rapidamente de uma tarefa para outra, e podem escolher não prestar atenção em coisas que não lhes interessam; tempo de resposta rápido – eles são capazes de responder rapidamente e esperam respostas rápidas como retorno.

Diversas características que merecem atenção, do ponto de vista da educação superior, são comentadas: alfabetização digital; conexão; imediatez; experiencialidade (preferem aprender fazendo); sociabilidade (preferem aprender em grupo e valorizam mais a credibilidade dos colegas do que dos professores, como orientação sobre em que prestar atenção); expectativa de estrutura (mais do que ambiguidade); envolvimento e experiência (são orientados para observações, descoberta indutiva, formular hipóteses e descobrir as regras; se uma aula não é interativa, envolvente ou é muito lenta, eles decidem não prestar atenção; eles podem precisar ser encorajados a parar de experienciar e gastar tempo refletindo); visual e cinestésica (eles se recusarão a ler grandes quantidades de texto); preferem trabalhar em coisas que têm importância.

O capítulo fala também dos alunos não-tradicionais e apresenta uma tabela com as características gerais de 4 gerações: maduros (nascimento entre 1900-1946), baby boomers (1946-1964), geração x (1965-1982) e geração net (1982-1991). Em seguida, analisa a visão dos membros da geração net sobre a tecnologia, comunidades e redes sociais, aprendizado, interação e outros pontos.

Por fim, destaca a importância de as instituições de ensino superior fazerem as perguntas corretas, inclusive para orientar o design instrucional para essa geração. As preferências desses alunos para receber informações são diferentes – eles preferem imagens, rapidez e respostas imediatas.

Em 3. Technology and Learning Expectations of the Net Generation, Greg Roberts (da geração net) apresenta uma pesquisa sobre a definição de tecnologia para a geração net. Em seguida, mostra suas expectativas em relação ao aprendizado, que começam com a especialização e paixão dos professores, além de conhecimentos e habilidades com tecnologia, e sua utilização adequada em aula.

Em 4. Using Technology as a Learning Tool, Not Just the Cool New Thing, Ben McNeely dá outro depoimento da geração net. Como eles aprendem? Fazendo, não lendo manuais ou assistindo palestras, trabalhando em grupo e interagindo. Há também uma reflexão sobre a cultura do copiar/colar: a definição de ‘colar’ está mudando e é necessário modificar a maneira de avaliar os alunos. São feitas também algumas sugestões gerais para o ensino superior.

Em 5. The Student’s Perspective, Carie Windham dá mais um depoimento como membro da geração net. Eles são direcionados à competição e a vencer, guiados pela compaixão e esperança. A Internet tem importância decisiva para eles, que são mestres em tecnologia. Multi-tarefas, interativos, exploradores, expectativa de aprendizado relevante e multimídia.

Carie chama a atenção para a importância de ensinar e demonstrar habilidades de pesquisa básicas como encontrar revistas, avaliar fontes primárias e pesquisar em arquivos, já que a Internet não pode ser a única fonte de informação.

Há também uma breve análise de uma disciplina online de Filosofia, e comentários sobre a necessidade de retorno rápido e acesso constante, dentre outros pontos.

Em 6. Preparing the Academy of Today for the Learner of Tomorrow, Joel Hartman, Patsy Moskal e Chuck Dziuban afirmam que os alunos mais jovens têm uma forte preferência por tecnologia, mas a expectativa de envolvimento com professores e outros alunos supera o desejo de utilizá-la.

Em 7. Convenience, Communications, and Control: How Students Use Technology, Robert Kvavik apresenta os resultados de uma pesquisa que mostram a tecnologia disponível para os alunos, como eles a utilizam e os benefícios que eles acreditam resultar desse uso. A preferência por tecnologia não é tão intensa quanto imaginamos e há a necessidade de desenvolver o uso de tecnologia para o aprendizado, tanto no caso de alunos quanto de professores.

Em 8. The Real Versus the Possible: Closing the Gaps in Engagement and Learning, Judith Ramaley explora diferentes tipos de interação (p.ex. pessoas/pessoas, pessoas/ferramentas, pessoas/conceitos e pessoas/contexto), incluindo vários exemplos interessantes – pretendo voltar aqui mais para frente. Como os professores desenvolvem e implementam grande parte do conteúdo e das práticas de ensino, há um gap que envolve: o desenvolvimento de materiais para tecnologia interativa, o que os professsores incorporam em seu ensino e o design do currículo.

Em 9. Curricula Designed to Meet 21st-Century Expectations, Alma Clayton-Pedersen e Nancy O’Neill exploram como o currículo pode ser adaptado para se adequar às necessidades dos aprendizes de hoje, e como a tecnologia pode ser utilizada a serviço do aprendizado.

Em 10. Support Services for the Net Generation, James Wager explora o setor de serviços aos alunos.

Em 11. Faculty Development for the Net Generation, Anne Moore, John Moore e Shelli Fowler exploram programas voltados para aperfeiçoar a fluência dos professores em tecnologia da informação, e assim atender melhor às necessidades da geração net.

Em 12. Learning Spaces, Malcolm Brown explora os ambientes de aprendizagem em relação à geração net.

Em 13. Net Generation Students and Libraries, Joan Lippincott explora um novo conceito de biblioteca para a geração net.

Em 14. The New Academy, Carole Barone desenvolve o conceito geral de uma nova academia para a geração net.

Em 15. Planning for Neomillennial Learning Styles: Implications for Investments in Technology and Faculty, Chris Dede explora novos estilos de aprendizagem que estariam surgindo e a consequente pressão para mudanças no ensino superior. Ambientes de realidade virtual e de realidade aumentada estariam começando a gerar estilos de aprendizagem do novo milênio, já que a interface do PC não é imersiva como esses novos ambientes, que geram a sensação de presença. Experienciar um objeto de fora é diferente de experienciá-lo de dentro, o que possibilita o aprendizado situado. Se o ambiente é mais próximo da realidade, o grau de transferência do aprendizado é maior. As representações da identidade são também importantes nesse processo. Há então breves análises de vários ambientes e de como novas tecnologias tendem a mudar nossos estilos de vida. A frequência da imersão mediatizada estaria criando novos estilos de aprendizagem. Membros do mesmo grupo físico tendem a ter muitas comunidades pessoais diferentes como sua fonte principal de sociabilidade, suporte, informação, senso de pertencimento e identidade social. Essas comunidades distribuídas, criadas pela imersão mediatizada, seriam longínquas, vagamente delimitadas, pouco coesas e fragmentárias. A imersão mediatizada criaria comunidades de aprendizado distribuído, que se distinguem das comunidades de aprendizagem localizadas, confinadas em ambientes de sala de aula e centradas no professor e materiais de arquivo. Essas comunidades desenvolvem a educação através das vidas dos alunos, orquestrando as contribuições de muitas fontes de conhecimento embutidas no mundo real fora da escola e alimentando estilos de aprendizagem do novo milênio.

Há então uma tabela muito interessante, que compara os estilos de aprendizagem do novo milênio vs milênio em 5 pontos:

(a) Fluência em múltiplas mídias, em função dos tipos de comunicação, atividades, experiências e expressões que elas energizam versus Centrar no trabalho com uma mídia mais adequada para os estilos e preferências individuais.

(b) Aprendizado basedo na pesquisa, peneira e síntese coletiva de experiências em vez de localizar e absorver informações individualmente de alguma fonte individual melhor; preferem aprendizado comunal e experiências diversas, tácitas e situadas; valorizam o conhecimento distribuído por uma comunidade e um contexto, assim como em um indivíduo versus Integração individual de fontes de informação explícitas e divergentes.

(c) Aprendizado ativo baseado na experiência (real e simulada) que inclui oportunidades frequentes para reflexão embutida (p.ex., infundindo experiências na simulação Virtual University em um curso sobre liderança em universidade); valorizam estruturas bicêntricas e imersivas de referência que infundem guia e reflexão no aprendizado pelo fazer versus Experiências de aprendizagem que separam ação da experiência em fases diferentes.

(d) Expressão através de teias não-lineares e associativas de representações em vez de histórias lineares (p.ex. autoria de uma simulação e uma página web para expressar compreensão em vez de escrever um artigo); usam representações envolvendo simulações ricamente associadas e situadas versus Usam multimídia ramificada, mas altamente hierárquica.

(e) Co-design de experiências de aprendizado personalizadas a necessidades e preferências individuais versus Ênfase na seleção de uma variante precustomizada de uma gama de serviços oferecidos.

Ufa, temos que destrinchar essa “tabela”!

Outra tabela explora as implicações desses novos estilos de aprendizagem para as estratégias do ensino superior.

Um Index termina o texto.

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