O Pequeno Príncipe

Ignotos anos fixados à beira-mar, cavando os buracos, areia em ar. O sol é forte. Nossa mais longa felicidade nem é instantes daquele infante. Seleção artificial. Ele ri para o cão, para o velho, para o biquíni. Emerge um castelo.

Quanto uma onda sonha perturbar, é despertada pelas primeiras barreiras. Soa a sirene, os guerreiros abalam-se face a três frentes de ataque, lá longe. O pequeno príncipe cava rápido, deparando encouraçados-de-bolso almirante graf von spee e bombardeiros ingleses wellington e encouraçados bismarck. Potenciam-se muros. Tudo pronto. Esperar é flagrar-se completo.

E mais: longe é um lugar que não existe: a infantaria inimiga é detida a alguns passos do castelo pelas bombas. Os soldados, vencidos, retornam, em fila, à floresta, exaustos. Os nossos ainda aguardam.

Aos urros os índios galgam os muros, causando estragos. A murros e palmadas são feitos prisioneiros os que sobrevivem… porém: a essência precede a existência: logo a outra onda percebe a fissura e invade súbita torres e esculturas e livros a pá vermelha bismarcks você até o príncipe sai todo salgado. Se não tentei me levantar e ajudá-lo? Tudo já se consumara no terceiro neurônio.

As pupilas indiferentes dos banhistas ardiam corpos ensanguentados. O príncipe levanta-se, triste, corre para a rainha, chora e aponta um buraco molhado: recebe, enigmaticamente, a última banana do cesto. Só, como desesperada tentativa de categorizar a tarde, lança a casca aos restos do castelo e espera… (talvez os deuses do dilúvio…).

A essência persegue a existência. Sádica e incestuosamente.

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