Édipo Rei (Edipo Re) – Pier Paolo Pasolini

Assisti ontem em DVD, mais uma vez, Édipo Rei, dirigido por Pier Paolo Pasolini (1967), responsável também pela trilha sonora, supervisão musical e roteiro.

Atenção: escrevo posts para refletir sobre filmes sem me preocupar em esconder o final. Portanto, se você não assistiu a este filme mas algum dia pretende assisti-lo, sugiro que pare de ler e só volte aqui depois, senão este post poderá acabar funcionando como um spoiler!

Atores: Silvana Mangano (Jocasta), Franco Citti (Édipo), Alida Valli (Rainha de Corinto), Julian Beck (Tirésias), Carmelo Bene, Luciano Bartoli (Laio), Ninetto Davoli (mensageiro), Francesco Leonetti, Pier Paolo Pasolini, Ahmed Belhachmi (Rei de Corinto)
Idioma: Italiano
Ano de produção: 1967
País de produção: Itália
Duração: 99 min.
Colorido
Produção: Alfredo Bini
Fotografia: Giuseppe Ruzzolini
Edição: Nino Baragli
Figurino: Danilo Donati

O filme está baseado no mito de Édipo e na tragédia de Sófocles.

O início do filme, assim como em Medeia, apresenta fatos anteriores à obra de Sófocles. Numa Tebas situada na Itália moderna, trocas de olhares entre um bebê e seu pai (um militar), reforçados por textos (que aparecem durante todo o filme), prefiguram uma tragédia.

Já na Grécia Antiga, o bebê é abandonado para morrer, mas um pastor o resgata e entrega para os reis de Corinto.

Édipo cresce em Corinto e decide visitar o oráculo de Delfos. Numa cena marcante, o oráculo (uma mulher) diz que ele matará o pai e dormirá com a mãe. Ele passa então a vagar desnorteado, evitando retornar a Corinto.

Em outra cena marcante, Édipo se encontra com Laio e alguns soldados na estrada, que depois de um desentendimento passam a persegui-lo. Édipo repentinamente se transforma num sanguinolento assassino e mata todos, com exceção de um servo, que foge.

Em Tebas, ele consegue derrotar a esfinge e se casa com a rainha Jocasta, tornando-se rei.

Desde então, entretanto, a população de Tebas começa a ficar doente, e aqui o filme encontra a tragédia de Sófocles. O próprio Pasolini, representando um sacerdote de Tebas, implora que Édipo livre a cidade da praga.

Creonte, irmão de Jocasta, é enviado ao oráculo, que o informa que a causa do mal está na própria cidade: o assassino de Laio. Édipo começa então uma busca incessante pelo assassino.

Em outra cena marcante, o cego Tirésias é chamado para explicar o que está acontecendo, e dá a entender que o culpado é o próprio Édipo. A partir de então, Édipo começa a desconfiar de Creonte, seu cunhado, que o teria obrigado a chamar Tirésias:

O pastor que salvou Édipo no monte e aquele que o abandonou são também questionados. Jocasta conta também a história do assassinato de Laio e Édipo fala das profecias do oráculo. Os dois começam a ter cada vez mais certeza do que aconteceu.

Outra cena marcante mostra Jocasta enforcada e Édipo ferindo seus próprios olhos.

A última cena apresenta Édipo novamente na Itália moderna, nas ruas entre uma igreja e uma indústria, como uma crítica ao homem contemporâneo, que assim como Édipo não se conhece e não compreende a realidade.

Os closes no lindo rosto de Jocasta são um das marcas do filme.

Simultaneamente ao lançamento do filme, Pasolini publicou também um livro sobre Édipo Rei.

Enfim, uma leitura imperdível do mito de Édipo.

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Uma resposta a Édipo Rei (Edipo Re) – Pier Paolo Pasolini

  1. naide disse:

    gostei muito desse fime,assisti a uns 20 anos atras. torço para que a tv reprise.

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