Giordano Bruno – Giuliano Montaldo

Ontem assisti novamente em DVD Giordano Bruno (1973), dirigido por Giuliano Montaldo, que é também responsável pelo roteiro.

Atenção: escrevo posts para refletir sobre filmes sem me preocupar em esconder o final. Portanto, se você não assistiu a este filme mas algum dia pretende assisti-lo, sugiro que pare de ler e só volte aqui depois, senão este post poderá acabar funcionando como um spoiler!

Atores: Gian Maria Volonté (Giordano Bruno), Renato Scarpa, Mark Burns, Giuseppe Maffioli, Hans-Christian Blech, Charlotte Rampling, Mathieu Carrière, Massimo Foschi
Direção: Giuliano Montaldo
Idioma: Italiano
Países de produção: Itália, França
Duração 114 min.
Colorido
Produção: Leo Pescarolo, Carlo Ponti
Roteiro: Pergiovanni Anchisi, Lucio de Caro
Fotografia (belíssima): Vittorio Storaro
Trilha Sonora: Ennio Morricone
Edição: Antonio Siciliano
Direção de Arte: Sergio Canevari
Figurino: Enrico Sabbatini
Assist. Direção: Antonio Gabrielli

Com muitas cenas chocantes e uma belíssima fotografia que recria brilhantemente o ambiente da época, além de uma interpretação incrível de Gian Maria Volonté, o filme cobre parte da vida do filósofo, astrônomo e matemático italiano Giordano Bruno (1548-1600).

Com ideias contrárias à ordem religiosa, Bruno viaja por toda a Europa, estudando, ensinando e atuando como conselheiro de príncipes e reis.

O filme começa em 1592, quando ele se hospeda na casa do comerciante Mocenigo em Veneza, para trabalhar como seu tutor. Por motivos que não ficam muito claros, depois de 2 meses Mocenigo denuncia Giordano Bruno à Inquisição em Veneza. Ele é então preso, acusado de blasfêmia e heresia. Bruno realiza sua defesa sozinho e chega a abjurar, mas por pressão da Inquisição Romana é extraditado para Roma em 1593, onde passa a responder a novo processo.

Boa parte do filme acompanha o processo romano, que dura 7 anos e no qual Giordano Bruno é acusado com base em passagens retiradas de seus livros, além de testemunhas e outras provas.

Bruno tenta forçar um encontro com o papa, e no filme há uma cena impressionante, em que os dois se encontram mas os olhos do papa não conseguem se fixar no filósofo.

Bruno recusa a retratação total durante o processo em Roma e é então condenado por heresia, blasfêmia e conduta imoral.

Em 17 de fevereiro de 1600, é queimado vivo em uma fogueira numa praça pública em Roma:

Seus livros são queimados e listados no Índice de Livros Proibidos em 1603.

O assassinato de Giordano Bruno é encarado, historicamente, como um ícone dos erros cometidos pela Inquisição Romana e do despreparo da Igreja para lidar com a ciência e a filosofia, tanto que o filósofo italiano ganhou fama após sua morte, transformando-se num mártir do pensamento livre e das novas ideias científicas.

Cf. uma seleção de cenas do filme:

Cf. tb um curto programa do Discovery Channel ressaltando uma de suas ideias, dos mundos infinitos:

Cf. ainda suas obras na IntraText Digital Library, Writings of Giordano Bruno no Twilit Grotto: Archives of Western Esoterica e The Complete Works of Giordano Bruno na Bibliotheca Bruniana Electronica, incluindo diversos estudos.

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