A Mitologia Grega – Pierre Grimal

GRIMAL, Pierre. A mitologia grega. 2. ed. Apartado: Europa-América, 1989?. Resenha de João Mattar.

Trata-se de tradução de La Mythologia Grecque, da coleção “Que sais-je?”, um livrinho bem claro e interessante que conta as principais histórias da mitologia grega, começando com um Prefácio à edição portuguesa do tradutor Dr. Victor Jabouille. Pierre Grimal é também autor, dentre outros livros, do Dicionário da Mitologia Grega, traduzido pela Bertrand brasil.

Introdução – O mito no pensamento dos Gregos antigos. Grimal chama a atenção que existe mitologia romana, que não se resume a uma nacionalização da mitologia grega e é original, e muitas semelhanças entre os deuses gregos e romanos explicam-se pela origem indo-europeia comum. Grimal explora também a oposição mitos/logos – fantasia/razão, palavra que conta/palavra que demonstra. O mito está associado à parte irracional do pensamento humano e às artes. Estão no meio caminho entra a razão, a fé ou o jogo.

Capítulo I – Mitos e mitologia explora várias versões dos mitos: mitos teogônicos, ciclos divinos e heróicos, novelas e lendas.

Capítulo II – Os grandes mitos teogônicos explora os mitos que narram a origem dos deuses e do mundo.

Capítulo III – O ciclo dos Olímpicos continua a linhagem com os deuses do Olimpo.

Capítulo IV – Os grandes ciclos heróicos explora os principais ciclos épicos.

Capítulo V – A vida das lendas. Na pré-história dos mitos, encontramos lendas, elementos folclóricos, contos populares e cultos. Em seguida, é possível observar 3 grandes momentos: idade épica, idade trágica e idade filosófica, ou seja, um caminho das epopeias, passando pelas tragédias para chegar à filosofia. As tragédias não são mais narrativas, mas uma espécie de meditação sobre um episódio isolado, em que os mitos são questionados e modelados. Em seguida serão questionados e usados pelos sofistas e filósofos, com explicações mais racionalistas, até um movimento em que os mitos são racionalizados e despojados de seu aparato maravilhoso, o que é aproveitado pelo cristianismo, como crítica à religião pagã.

Capítulo VI – Os mitos perante a ciência moderna afirma que somente a partir do século XIX a mitologia antiga começa a ser tratada seriamente, como objeto de conhecimento e análise. O capítulo traça então um breve histórico dos estudos sobre mitologia, ressaltando as mudanças de métodos: (1) as leituras linguísticas de F. Max Müller; (2) o comparativismo de J. W. E. Mannhardt e J. G. Frazer, para quem os mitos gregos não seriam um milagre, mas as lendas teriam se formado em torno de ritos de passagem de uma classe para outra, ritos de iniciação, ritos funerários, ritos de evocação da chuva, ritos de magia fecundantes etc.; (3) o novo comparativismo ou método sociológico, representado na França por G. Dumézil; (4) a psicologia contemporânea e a psicanálise.

Uma Bibliografia sumária seguida de uma breve Nota do Tradutor sobre referências encerram o livro.

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