Assisti neste dias em DVD o sensacional O Milagre de Anna Sullivan (The Miracle Worker).
Atenção: escrevo posts para refletir sobre filmes sem me preocupar em esconder o final. Portanto, se você não assistiu a este filme mas algum dia pretende assisti-lo, sugiro que pare de ler e só volte aqui depois, senão este post poderá acabar funcionando como um spoiler!
Atores: Anne Bancroft (Annie Sullivan), Patty Duke (Helen Keller), Victor Jory (Capitão Keller), Inga Swenson (Kate Keller), Andrew Prine (James Keller), Kathleen Comegys (Tia Ev), Beah Richards (Viney, empregada), Jack Hollander (Anagnos), Michele Farr (Annie com 10 anos), Alan Howard (Jimmie com 8)
Direção: Arthur Penn
Idioma: Inglês
Ano de produção: 1962
País de produção: Estados Unidos
Duração: 106 min.
Preto-e-branco
Produção: Fred Coe
Roteiro (concorreu ao Oscar): William Gibson (baseado na peça The Miracle Worker, e no livro The Story of my Life, da própria Helen Keller)
Trilha Sonora: Laurence Rosenthal
Edição: Aram Avakian
Direção de Arte: Mel Bourne, George Jenkins
Figurino (muito bonito, que concorreu ao Oscar): Ruth Morley
Fotografia (maravilhosa): Ernesto Caparrós
O filme conta apenas uma pequena parte da maravilhosa história da surdo-cega (e inicialmente também muda) Helen Keller. Quando ela está com 7 anos, a professora Annie Sullivan é chamada de Boston para tentar ajudá-la. Annie, na época com 20 anos, também tinha enfrentado a cegueira, recuperando parte da visão após duas operações.
O filme mostra principalmente o esforço de Annie para ensinar Helen a se comportar, por exemplo comer com colher e não com as mãos. O confronto não é apenas com Helen, mas também com os pais, que sempre a mimaram excessivamente.
A clássica cena das duas brigando na sala de refeição é impressionante – aqui já um pouco cortada no início, quando Annie expulsa os pais da sala:
As duas, aliás, ganharam não só o Oscar de melhor atriz e atriz coadjuvante, mas também outros prêmios: Anne Bancroft ganhou o San Sebastian (1962) e BAFTA 1963, e Patty Duke ganhou o Globo de Ouro (1963) como atriz iniciante mais promissora.
Annie consegue ensinar letras e palavras a Helen através do tato e das mãos, pela língua de sinais.
Quando Helen começa a aprender as palavras, há uma cena interessante em que ela aparece soletrando palavras enquanto sonhava.
Sullivan leva Helen para uma casa ao lado da casa principal da família, para educá-la sozinha e separada dos pais por algumas semanas.
Na verdade, o filme só vai até uma fase inicial do ensinamento, em que Helen começa a associar as palavras aos objetos, mas na vida real Annie continuará a tutoria praticamente até a sua morte, em 1936.
Keller, por sua vez, se tornará uma célebre escritora, filósofa e conferencista, mas isso o filme não mostra. Cf. p. ex. o Helen Keller Kids Museum, que conta a história de sua vida com várias fotos e documentos.
The Miracle Worker foi refilmado duas vezes para a televisão, em 1979 (em que Patty Duke, que interpretou Helen Keller na versão branco e preta, interpreta aqui Anne Sullivan):
e 2000:
Aqui é possível assistir a uma passagem do documentário Helen Keller in Her Story, produzido por Nancy Hamilton e narrado por Katherine Cornell, em que a própria Helen Keller interpreta seu papel:
A história de Helen Keller é um testemunho belíssimo em vários sentidos, um deles para a reflexão da filosofia da linguagem. O filme, entretanto, apesar de ser uma obra-prima imperdível, não serve muito para esse propósito, pois não sai de uma fase muito inicial do aprendizado linguístico de Keller.
Gostaria de adquirir um exemplar do filme In Her Story de Helen Keller, como posso conseguir. Obrigado
José, na Amazon você encontra, mas se vier pelo correio você terá que pagar impostos. O ideal é pedir para alguém trazer.