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Seguem alguns flashes do Endipe 2010 (ainda atualizarei o post amanhã). Quem quiser acompanhar mais coisas, cf. os Twitters do Webcurrículo e Renata Aquino.
Educação Online Avançada: perspectivas para a formação de professores
João Mattar, Eliane Schlemmer e Marco Silva
Resumo
Três apresentações compõem este painel. Na primeira, ECODI-RICESU: da formação à ação pedagógica em rede utilizando a tecnologia de Metaverso, Eliane Schlemmer (UNISINOS) discute alguns resultados da pesquisa ECODI-RICESU, proposta e desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Educação Digital – GP e-du UNISINOS/CNPq, no qual foram oferecidos dois processos formativos na modalidade online, utilizando o Metaverso Second Life. Além de analisar os resultados do projeto em suas diferentes etapas, a autora enfatiza a formação/ação pedagógica em rede utilizando esse ambiente virtual. Na segunda, Formação de professores na modalidade semipresencial: a experiência do Colégio Progresso, João Mattar (Anhembi-Morumbi) relata uma experiência de formação realizada em 2008 em Campinas (SP), com uso do AVA Moodle e outros recursos digitais. Segundo o pesquisador, nessa experiência verificou-se que a formação continuada de professores utilizando a modalidade de educação online pode ser motivadora e riquíssima para o trabalho docente, contribuindo no processo de apropriação pedagógica da tecnologia por parte dos professores. Articulando os conceitos cibercultura, interatividade e sociointeracionismo de Vygotsky, em sua apresentação Podcasting no MOODLE: potencialidades comunicacionais para a docência online, Mayton Bahia e Marco Silva (UNESA) avaliam como o áudio pode contribuir para a docência e a aprendizagem na modalidade online, desde que o docente saiba contextualizá-lo em interface de comunicação colaborativa capaz de potencializar a mediação no processo de construção do conhecimento. As três apresentações trazem resultados de pesquisas realizadas e podem fundamentar a formulação de soluções à formação de professores para a docência em ambientes virtuais de aprendizagem.
Palavras-chave: Educação online. Formação de professores. Moodle. Metaverso Second Life. Podcasting.
Apresentei meu trabalho muito rapidamente, enquanto era instalado o datashow na sala. Foto e vídeo feitos pelo Marcos Barros:
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Os slides estão disponíveis online, com links. Eliane Schlemmer apresentou seu trabalho de formação de professores da Ricesu no Second Life, e interagimos com vários avatares que estavam na ilha da Unisinos no Second Life. Marco Silva e Mayton Bahia apresentaram um curso online para DJs utilizando podcasts como a forma básica de comunicação, com interação entre os participantes, que por exemplo analisavam os trabalhos dos colegas através de áudios gravados.
Como havia um risco de não termos datashow, juntamos nosso painel com outro: Ambientes Virtuais de Aprendizagem, integrada por Estrella Bohadana, Janete Bolite Frant, Lucio Luiz Corrêa da Silva, Monica Rabello de Castro e Rodrigo Vieira Ribeiro
A primeira apresentação foi sobre uma pesquisa que, em discussões entre professores, identificou a indisciplina dos alunos com a inadequação de uma pedagogia ultrapassada. A segunda apresentação explorou os alunos como autores, produzindo programas de rádio. A última apresentação foi sobre o uso de fanfiction em educação, por parte de professores e alunos.
Pela junção dos painéis, praticamente não tivemos tempo para debates. Reflexão do Marco Silva: “avançado” no título do nosso painel não significa usar tecnologias, mas pensar no desenho do curso.
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Currículo e Novas Tecnologias: Políticas Públicas, Educação Digital, Autoria e Colaboração
Maria Aparecida José, Maria da Graça Moreira da Silva e Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida iniciou o painel com apresentações gerais, e então apresentou o Museu da Língua Portuguesa como tema para reflexão. Questão lançada: como se estabelecem as relações entre currículo e tecnologias? Webcurrículo é um termo em construção: currículo que se desenvolve integrado às tecnologias, com interferências e transformações mútuas. Um currículo que se transforma com as tecnologias mas é também transformador das tecnologias. 07-08/06 temos um novo encontro do Webcurrículo: cf. site e blog. Fui inclusive convidado para coordenar uma vídeoconferência, assim que tiver mais novidades registro por aqui.
Maria Aparecida José, que está fazendo pós-doutorado na PUC-SP, fez uma reflexão sobre autoria do professor e abordagem dialógica de currículo. O marco hoje não seria mais a tecnologia, mas a elaboração do currículo. Ela criticou o uso das tecnologias para vigiar e punir, e também o uso de relações tradicionais (ou educação bancária) entre professores-tutores e alunos. No fundo, penso eu, o que o modelo de EaD fordista faz é muito mais do que isso – mata o professor. O professor tradicional dando aula em EaD hoje pode ser visto até como uma resistência, ou o que resta ainda da educação. EaD centrada no professor, uso de sistemas para vigiar e punir, isso tudo é diferente de modelos em que o conteúdo é disponibilizado para o aluno estudar sozinho, que sonham com a morte do professor. Mesmo porque um professor dando aula tradicional à distância já é muito diferente de uma aula presencial – pode ser utilizada voz, podem ser utilizados vídeos, multimídia, texto etc., o que torna a relação muito diferente. Não penso que nossa preocupação deveria ser com a repetição do modelo tradicional, porque no fundo isso não existe. Não devemos pautar nossa relações no grau de proximidade ou distância de um modelo de EaD em relação ao tradicional, mas sim nos modelos que são inadequados para o aprendizado. Mesmo porque há educação dialógica no presencial também. E aulas expositivas podem funcionar muito bem online, posso ter aula com um professor em outro estado ou país com quem não poderia ter na presencial, posso ouvi-lo, posso vê-lo, lê-lo etc. Não é esse o problema com que a comunidade que trabalha seriamente com EaD deveria se preocupar, e sim com os modelos que voltados apenas ao lucro, e não pedagogia. Assistir a um vídeo, que ela disse não ser inovação, não ser dialógico, no fundo não deixa de ser inovação, não deixa de explorar novas maneiras de comunicação. O YouTube é dialógico por natureza, permite comentários, permite incorporar vídeos em outros locais, permite seguir pessoas e canais etc.
Foi feita uma questão sobre a avaliação neste processo. No fundo, torna-se um problema se pensamos apenas na avaliação do processo, mas trabalhar com projetos me parece ser uma solução, porque projetos são objetos prontos, acabados, que podem ser avaliados como produtos finais, não apenas processos.
Maria da Graça abordou questões de autoria no mundo digital, associada a currículo, com a apresentação De Navegadores no Mundo Digital para Autores. Lembro sempre da importância da rica tradição de reflexão sobre o autor em teoria literária e filosofia, com um ápice no texto de Michel Foucault “O que é um autor?”.
Um trabalho que traria muitos frutos para a EaD, e a educação em geral, seria rever essa tradição para apropriá-la para a pedagogia. Escrevi há bastante tempo Feliz Páscoa, Pierre Rivière… : os Múltiplos Selves dos Autores-Assassinos, cuja discussão teórica pode ser um ponto de partida. Graça aproximou os conceitos de navegação e autoria, usando várias metáforas interessantes. Defendeu também que o uso de tecnologias deve ser encarado como um processo gradual, passando por fases como exposição, adoção, adaptação, apropriação e inovação (modelo de Sandholtz, Ringstaff e Dwyer, 1997).
Beth completou com o problema dos exames que acabam pautando o currículo, e assim criam problemas para colocar todos esses pontos em prática.
Ola João, infelizmente ñ pude estar no ENDIPE, que acho ainda um evento bancário com pitadas de tentativas de inovação. Mas tenho certeza que com participação de professores/pesquisadores inovadores como vc, Elaine, Parangolé e outros, o endipe vai, aos poucos, se modifica para melhor como evento sobre educação.
Aguardo ansioso pela continuidade de seus comentários e impressões sobre o evento.
Parabéns!
Alguns extratos de idéias deste teu post:
- formação/ação pedagógica em rede
- formação continuada de professores
- formação de professores para a docência em AVA
- curso online para DJs utilizando podcasts
- indisciplina dos alunos com a inadequação …..
- usar tecnologias, mas (É) pensar no desenho do curso
- O YouTube (REDES) é dialógico por natureza
- projetos são objetos prontos (DELIMITADOS)
Prezado João,
Obrigado por citar nossa apresentação no Endipe em seu blog. Lamento não termos tido mais tempo para os debates.
Abraços
Rodrigo Vieira Ribeiro
Rodrigo, gostei muito da apresentação, foi realmente uma pena o pouco tempo para os debates, mas pelo menos conhecemos nossos trabalhos e podemos agora continuar a acompanhá-los mais de perto. [ ]s