Tão Forte e Tão Perto

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Assisti ontem também Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close, 2011), dirigido por Stephen Daldry, adaptação da novela de Jonathan Safran Foer, com trilha sonora muito legal de Nico Muhly.

Atenção: escrevo posts para refletir sobre filmes sem me preocupar em esconder o final. Portanto, se você não assistiu a este filme mas pretende assistir, sugiro que pare de ler e só volte aqui depois, senão este post funcionará como um spoiler!

O filme é praticamente todo centrado em Oskar Schell (Thomas Horn), que perde seu pai Thomas (Tom Hanks) no atentado de 11 de Setembro. Aos poucos, o espectador vai ouvindo as mensagens deixadas pelo pai na secretária eletrônica para Oskar.

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Depois da morte do pai, ele encontra uma chave com a palavra Black em um pequeno envelope e embarca numa missão para visitar todas as pessoas com sobrenome Black em New York, para descobrir para que servia a chave. Também só aos poucos o espectador vai descobrindo que sua mãe Linda (Sandra Bullock) já sabia de todo o plano, visitando as pessoas com antecedência, e (pela boca do próprio Oskar) que o inquilino (Max von Sydow) de sua avó (Zoe Caldwell) é na verdade o seu avô.

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A jornada de Oskar termina quando ele retorna à primeira casa visitada, de Abby Black (Viola Davis), que o leva ao ex-marido, William Black (Jeffrey Wright), e os 2 descobrem que a chave na verdade pertence a William, tendo sido deixada por seu pai em um vaso que acabou sendo vendido para o pai de Oskar. Da mesma forma que Oskar procurava a fechadura, William procurava a chave.

Vários filmes sobre o 9/11 procuraram retratar o evento como um todo, ou seja, numa visão macro, mostrando os atentados, o que ocorreu com a cidade etc. A diferença é que Tão Forte e Tão Perto é uma visão micro, foca na cabeça de uma pessoa, de uma criança, que no fundo acaba representando várias outras crianças que perderam pais no atentado. Nesse sentido, é muito mais um drama psicológico das consequências do atentado, do que um retrato político ou operacional.

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Além disso, a viagem de Oskar (e de sua mãe) por New York acaba mostrando tanto a diversidade cultural da cidade, quanto que ela continua viva, pulsando, que o atentado não acabou com sua riqueza. O filme acaba funcionando assim como uma homenagem a New York e seu rico caleidoscópio. A cena em que Linda e Oskar conversam sobre as pessoas que visitaram é antológica, assim como a que Oskar conta sua história (em alta velocidade e imagens instantâneas) para seu avô, além de várias outras.

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Achei a interpretação de Horn primorosa. Cf. uma entrevista com ele sobre o filme:

Max von Sydow, que não fala nenhuma palavra no filme e, a partir de certo momento, passa a acompanhar Oskar em sua jornada, concorre ao Oscar como ator coadjuvante. O sueco trabalhou em filmes de Ingmar Bergman como Morangos Silvestres e A Fonte da Donzela, antes de embarcar em carreira em Hollywood. Em o Sétimo Selo, é o cavaleiro que joga xadrez com a morte, numa cena antológica:
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Cf. uma entrevista com ele sobre o filme:

Esta entrevista inclui Horn, Bullock e Sydow, com várias cenas do filme:

Cf. tb o trailer legendado:

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2 respostas a Tão Forte e Tão Perto

  1. Prof. VALENTE disse:

    Eheheh !! Que legal JOÃO … Acabei de ver ontem a noite mesmo esse interessante filme. Filosoficamente aprendi, mais uma vez, a lição de que mais vale o caminho do que a chegada. Mesmo tendo uma meta que não lhe pertencia, o pequeno OSKAR amplia sua visão de mundo. Mesmo que não possamos alcançar todas as nossas metas, o mais importante é o impulso que elas nos dão em nossas vidas !!

    E somente depois que relaxa, quanto ao seu desafio maior, é que descobre finalmente o mistério apresentado pelo seu pai. Essa foi mais uma mensagem que tirei do filme: somente em momentos de puro relaxamento é que podemos pensar melhor e resolver alguns dos nossos problemas maiores …

    Realmente o Max von Sydow, sem falar uma palavra com o OSKAR, mereceu o OSCAR !! Bem, e deixo aproveitar a deixar a minha crítica: NÃO ganhamos a música do RIO, pois acho que a academia é tão manipuladora que seria capaz de dar o OSCAR de melhor atriz coadjuvante para a mulher do cara dos DESCENDENTES … eheheheheh !!! Tenho dito (no TWITTER !!) …

  2. João Mattar disse:

    Valente, prazer imenso revê-lo por aqui, principalmente com um post tão legal!

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