No domingo passado (04/03) assisti à peça O Estrangeiro no Teatro Cacilda Becker, com Guilherme Leme e direção de Vera Holtz, baseada no romance best-seller de Albert Camus (1942).
É possível assistir vídeos com/sobre o Camus aqui.
É possível ler online uma versão do romance em francês e outra em português, e várias outras obras do Camus em francês em Les Classiques de Sciences Sociales.
Meursault recebe a notícia da morte de sua mãe, que morava em um asilo, e vai ao seu enterro. Logo em seguida, conhece uma moça, desenvolve amizade com seu vizinho e acaba assassinando um árabe em um incidente em uma praia, tudo num fluxo com pouco sentido. Ele é preso e julgado, menos pelo assassinato e mais por supostamente não ter demonstrado sentimento no enterro da mãe. No final do romance (o clímax da peça, além do momento do assassinato), Meursault tem uma conversa com um padre e chega a agredi-lo, revoltado com sua insistência para que abandonasse seu ateísmo.
Senti menos absurdo e menos existencialismo do que quando li o romance, ainda jovem. Não sei se é porque o texto não faça hoje para mim mais tanto sentido (ou deixe de fazer), porque a peça não consiga captar a força do texto ou porque o romance realmente tenha perdido sua força, depois de tantos anos. Fique com vontade de reler o texto, para tirar essa cisma.
A interpretação de Guilherme Leme não parece falha e procura transpor o personagem para o palco, em um monólogo. Aqui é possível assisti-lo falando sobre a peça: