Theories and frameworks for online education (resenha)

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MATTAR, João. Theories and frameworks for online education (resenha). De Mattar, 23. abr. 2020. Disponível em: http://joaomattar.com/blog/2020/04/22/the-name-of-the-game-resenha/. Acesso em: 22 abr. 2020 (substituir pela data do seu acesso).

Esta é a resenha do artigo:

PICCIANO, Anthony G. Theories and frameworks for online education: seeking an integrated model. Online Learning, v. 21, n. 3, p. 166-190, 2017. DOI: 10.24059/olj.v21i3.1225.

O artigo modelos teóricos que se concentram nos aspectos pedagógicos da educação online.

Picciano menciona inicialmente o capítulo:
ANDERSON, Terry. Towards a theory of online learning. In: ANDERSON, Terry (ed.). The theory and practice of online learning. 2nd ed. Edmonton, AB: Athabasca University Press, 2008. p. 46-74.

O artigo discute então brevemente o significado de uma teoria, e então discute (também brevemente) três das teorias de aprendizagem populares – behaviorismo, cognitivismo e construtivismo social.

No caso do behaviorismo, ele destaca os trabalhos de: Ivan Pavlov, John B. Watson, B. F. Skinner e Edward Thorndike.

Sobre o cognitivsmo, lembra que Noam Chomsky (1959) escreveu uma revisão crítica do trabalho de Skinner, no qual levantou a importância de processos mentais criativos que não são observáveis ​​no mundo físico. Para Picciano, o futuro do cognitivismo poderia acompanhar o desenvolvimento de aplicativos de aprendizado adaptativos ​​e personalizados que procurem integrar inteligência artificial e analytics ao ensino.

O artigo ainda explora as taxonomias da aprendizagem, especialmente a taxonomia de Bloom, que, segundo Picciano, teria contribuído para conzudizr a teoria da aprendizagem para questões de cognição e psicologia do desenvolvimento. Robert Gagne, a partir de Bloom, teria desenvolvido outra taxonomia (eventos de instrução), que teria se tornado a base para o design instrucional cognitivista.

Em relação ao construtivismo social, são mencionados os trabalhos de Lev Vygotsky (zona de desenvolvimento proximal), John Dewey (aprender fazendo, colaboração e reflexão com os outros) e Jean Piaget (quatro estágios do desenvolvimento cognitivo). O foco desses autores no construcionismo social seria para descrever e explicar o ensino e a aprendizagem como fenômenos sociais interativos complexos entre professores e alunos. Seymour Papert, ao projetar a linguagem de programação Logo, teria se baseado em Piaget.

O artigo também explorar teorias derivadas dessas teorias de aprendizagem clássicas. Na última parte do século XX, segundo Picciano, as principais teorias da aprendizagem, especialmente a teoria cognitivista e o construtivismo social, teriam começado a se sobrepor. Por exemplo, Wenger e Lave (1991) e Wenger (1998) promoveram conceitos como “comunidades de prática” e aprendizgem situada. A teoria do aprendizado do processamento de informações, por exemplo, seria uma variação do cognitivismo. A teoria dos estilos de aprendizagem é mencionada recorrendo aos tipos de personalidades definidos por Carl Jung. A teoria das inteligências mútiplas, de Howard Gardner, as neurociências e a andragogia de Knowles são també mencionadas.

O artigo menciona então as principais teorias de aprendizagem voltadas especificamente para a educação online: comunidade de investigação (CoI), conectivismo e aprendizagem colaborativa online (OCL).

Retornando ao modelo proposto no capítulo de Anderson, Picciano então questiona se seria possível construir uma teoria integrada comum da educação online. O modelo de Anderson fora apenas na educação online, excluindo, portanto, a educação presencial e híbrida (ou blended).

Picciano propõe então um modelo blended com seis componentes, que englobaria, portanto, tanto a educação presencial quanto online.


Figure 7. Blending with Pedagogical Purpose Model

Incorporando vários componentes de outras teorias e modelos discutidos no artigo, Picciano apresenta então um modelo multimodal para a educação online.


Figure 8. Multimodal Model for Online Education

O artigo termina com propostas de aplicação do modelo integrado, utilizando diferentes componentes do modelo em diferentes situações, e uma brevíssima discussão sobre os atributos e limitações do modelo. Segundo Picciano, talvez o elemento mais significativo do modelo seja sua flexibilidade e capacidade de expansão, à medida que surjam novas abordagens de aprendizagem, inclusive estimuladas pelos avanços da tecnologia.

E aí, o que achou do modelo? Você conhece outros modelos pedagógicos para a educação online que gostaria de mencionar?

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4 respostas a Theories and frameworks for online education (resenha)

  1. Reinaldo Afonso Mayer disse:

    O modelo oferece oportunidade de uma ideia ser expandida com a colaboração e o questionamento de outros. Em uma das palestras feitas na UEPG-PR tive a oportunidade de presenciar a apresentação das ideias presentes no documento denominado DESIGN THINKING PARA EDUCADORES, ainda disponível para consulta na Rede. O modelo apresentava as fases: Descoberta, Interpretação, Ideação, Experimentação e Evolução, como passo inicial para a pessoa se envolver em projetos de aprendizagem e recursos iam aos poucos sendo definidos nas próximas páginas para alcançar este objetivo. O texto iniciava com uma excelente apresentação, mais simples, é claro, mas garantia que tudo é possível, quando assumimos a postura de aprendiz, entendemos que problemas são oportunidades disfarçadas que nos tiram da zona de conforto!

  2. Neuza Maria de Oliveira Marsicano disse:

    Retomar a rotina será maravilhoso.Porém,exercer um novo olhar sobre tudo ao meu redor: se antes a intenside de viver cada momento e a fé eram combustíveis para minha felicidade, quero incorporar a ressefignificação da fragilidade de tudo e do quanto tudo pode mudar de repente, através da gratidão em forma de gestos, pensamentos e orações. Quero ter gratidão mediante até mesmo uma dificuldade ou improvisto como possibilidade de me satisfazer com a dádiva de estar viva,com saúde física e mental e vivendo a vida que escolhi. Haverá um novo significado nos encontros, nos abraços, nos eventos e em cada retorno algo que faz o coração bater forte..
    Da introdução, gostaria de destacar que os autores percorrem, sucintamente, a gênese da EaD, destacando que, no período pós Segunda Guerra Mundial, a visão da representação da educação como elemento de desenvolvimento socioeconômico, e a Ead, como mais acessível financeiramente e contemplado milhões de pessoas no mundo todo. Fechando a breve introdução do artigo, destacando a aspiração da EaD não como de uma instituição, mas coletiva, mais complexas, de uma nação, de indivíduos e de determinados lugares, e que seu planejamento e oferta estão circunscritos a determinados contextos e circunstâncias, e os modelos ou projetos para a EaD, surgiram considerando essas variáveis, fornecendo também um quadro teórico para pesquisadores, como meio de reflexão. Paradoxalmente, os modelos procuram resolver questões que, às vezes, os próprios modelos criam.

    Na sequência, abordam a transição de ênfase nas reflexões sobre a EaD: se antes a preocupação era superar a distância geográfica, depois, houve a mudança de foco para a preocupação com o processo de ensino-aprendizagem (para tanto, citam Garisson, 2000). Não que se suprimisse a primeira preocupação, mas, é que a questão central passou a ser os modelos de aprendizagem e sua aplicação na EaD. Para os autores: “Deixamos para trás os modelos de educação a distância em favor de modelos para a educação a distância.”(grifos meus). Nota-se, então, que a mudança das preposições mudou também os propósitos.Como podemos interpretar o contraste entre modelos de educação a distância x modelos para a educação a distância?

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    Muito bacana também mencionar as teorias derivadas das teorias de aprendizagem clássicas, e como a cognitivista e o construtivismo social se sobrepuseram. O que me fez lembrar das teorias de aprendizagem de linguagem sociocognitivista, por exemplo.Interessante citar essas derivações em Wenger e Lave, Carl Jung, dentre outros, mas Howard Gardner trouxe uma contribuição bastante cara aos profissionais da educação em especial, com sua Teoria das Múltiplas Inteligências, trouxe um alento para a diversidade de experiências e aptidões que os alunos trazem de bagagem.
    Sobre as teorias de aprendizagem on line mencionadas na resenha do artigo, a do modelo blended, ou modelo integrado, tenho duas observações: a primeira é investigar essa integração com a leitura do artigo, que foi despertada com a leitura da resenha, especialmente essa parte de se propor um modelo multimodal de aprendizagem on line; a segunda: como a discussão é descrita como breve, buscar outros caminhos de reflexão com leituras adicionais sobre o mesmo tema.
    Para opinar sobre o modelo, farei a leitura minuciosa a respeito, e, posteriormente, dar minha contribuição. Aí ficarei mais confortável para fazer uma breve comparação com outros modelos para a educação online com os quais trabalhei.

  3. Daniel Ventura disse:

    Picciano é audacioso ao propor um modelo pedagógico tendo em vista as limitações e possibilidades de cada teoria sobre modos de ensinar e aprender. A partir da leitura dessa resenha, percebi que ele organiza esses modelos visando abranger as constribuições históricas e ainda presentes na educação presencial e online. Considero válido por ser também uma leitura pedagógica para os nossos tempos, que supera conceitos mágicos e biologizantes do processo educativo. Contudo, vejo que seria interessante analisar como os componentes apresentados nos modelos pedagógicos organizados por ele poderiam ser aplicados integrados com intencionalidade.

  4. Neuza Maria de Oliveira Marsicano disse:

    Gostaria de comentar duas pontuações pendentes: primeiramente, trabalhei ao longo da trajetória em EaD no Centro de Educação a Distância da UFJF (Cead) com a Teoria da Aprendizagem Social, algo que tive a oportunidade de refletir no Curso de Capacitação de Tutores de Formação Inicial. Sendo assim, as premissas desse tipo de abordagem, na perspectiva de Merriam e Cafarella. Para essas autoras (1991, p. 1212-139), o processo de aprendizagem de adultos – grifos meus – (sendo esses adultos, clientela dos Módulos de Acolhimento para os cursos de Graduação e Especialização a Distância da UFJF e cursos de capacitação ofertados pelo Cead) pode ser definido como parte de um quebra-cabeça, com premissas de que a maioria das definições de aprendizagem englobam de mudança de comportamento e experiência.
    E, sendo as principais bases teóricas norteadoras dessa aprendizagem: a behaviorista, a cognitiva, a humanista, a social e a tranformadora. Porém, dentro dos Módulos de Acolhimento nos quais trabalhei como Tutora a Distância, a ênfase dada nos cursos de formação era na combinação entre a behaviorista e a social, pois, de um lado havia vários comandos desse módulo eram preestabelecidos para que os alunos se alinhassem a propostas de desenvolvimento de atividades dentro de uma base de gêneros textuais acadêmicos, dentro de um espectro comportamental já esperado; e por outro lado, através da dinamização das discussões nos fóruns, com pesquisa adicional estimulada para que os alunos enriquecessem um conteúdo base, e também com construções coletivas do conhecimento através da experiência da ferramenta Wiki, por exemplo, foi possível constatar experiência de aprendizagem social, com contexto significativo de protagonismo dos alunos.
    Por essas razões, e, também por perceber momentos de fortalecimento da perspectiva humanista (pela motivação de cada aluno nesse tipo de módulo, em que muitos expressaram as razões pelas quais a EaD era a realização de um sonho para muitos deles, e, que envolvia a responsabilidade de leituras, gestão do tempo e participação ativa e autoral nos fóruns e chats), e momentos em que era notável a perspectiva transformadora, vigorosamente trabalhada por Freire (1970), pois, em vários momentos, foi bastante valorizada o contexto cultural, a criticidade e a necessidade de entendimento mais profundo dos fenômenos sociais subjacentes a cada realidade e problemas vividos pelos alunos, e, assim, no Módulo de Acolhimento era possível abraçar e, conforme o próprio nome do módulo já indica, ‘acolher” cada aluno, junto com os desafios de suas respectivas realidades e a realização de uma primeira ou segunda graduação, ou ainda, uma especialização em sua vida acadêmica e profissional, através da experiência de um módulo que os introduzisse ou reintroduzisse (um número considerável passava pela experiência de retomar a EaD) a estratégias de estudos que contemplasse a realidade de alunos adultos e com necessidades de propostas dinâmicas, leituras significativas e estimulantes, propostas claras de atividades e compreensão de, com motivação e organização é possível o elo entre o sonho e a realidade. E por isso o prazer em trabalhar na EaD é estimular para que esse elo se viabilize logo na entrada dos adultos nessa modalidade.
    Já com relação ao Modelo Integrado apresentado na resenha, primeiro, entendi que um curso é concebido como uma comunidade de aprendizagem, estendendo-se até a um programa acadêmico maior, e, dentro dessa comunidade, a interação é a base do modelo, lembrando que um dos autores, Anderson, enfatiza que um módulo de auto-estudo ou aprendizado independente é incompatível com o modelo que seja dentro da base de comunidade. Embora sirva como algo que se agregue como um módulo a tantos outros, conforme a necessidade e como também “o principal modo de entrega instrucional” (PICCIANO, 2017), porém, conforme é salientado no texto, usado mais comumente no Ensino Médio, através de programas de softwares adaptativos, sendo os professores atuantes como tutores apenas quando necessário.
    Como o modelo multimodal de educação on-line que Picciano (2017) menciona com base em vários autores, mas, principalmente Terry Anderson, faz um levantamento de elementos que podem ser necessários para uma teoria ou modelo integrado ou unificado para a educação on-line, e, ainda que seja salientado que ainda não está claro que esse modelo encontra aceitação ou não,
    acredito que a base de Anderson, “pedagogicamente orientada”, propicia que o conhecimento-base de muitos professores (tanto da área da Pegagogia quanto das Licenciaturas, ou ainda com Especializações que contemplem teorias de ensino-aprendizagem e promovam discussões críticas sobre as bases pedagógicas e estruturais do ensino) possa ser ressignificado quando se tornam profissionais em EaD porque irão encaixar um conjunto viável de estratégias de ensino-aprendizado em cada forma de organizar um curso (caso ele participe da montagem dos módulos de curso), dinamizá-lo e avaliar tanto os alunos quanto o próprio módulo.
    Por fim, a aplicação do Modelo Integrado é cara à EaD por parecer ser bem flexível, propiciando a individualização de cada curso. A integração conteúdo fornecido, com módulo de estudo/avaliação e os blogs e fóruns de discussão, na realidade brasileira, parecem serem mais necessários que em outras realidades, pois, ainda existe uma questão de admissão contínua e a programação semestral ainda é a mais usada nos cursos superiores do país. É perceptível que a Teoria da Aprendizagem Social, apontada por mim, no início deste comentário, seja uma maneira de promover determinados tipos originais e adaptáveis à realidade de cada perfil de ingressantes de cursos superiores ofertados em EaD, lembrando também da heterogeneidade do acesso e do acesso de qualidade a TIDCs (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação) no Brasil. A despeito disso, um modelo integrado, com base na aprendizagem em comunidade, pode ter determinadas escolhas de componentes bem característicos a bases consideradas pela Teoria da Aprendizagem Social, combinando, por exemplo, módulo de conteúdos, módulo de avaliações (promovendo diferentes tipos de avaliação, inclusive), módulo de aprendizagem social (na forma de condução da tutoria a distância e/ou presencial), módulo de trabalho colaborativo (que promove, através da ferramenta Wiki, por exemplo, aprendizagem comportamental e social, como base de construção coletiva do conhecimento), e, ainda, além de tantas outros módulos possíveis para expandir um determinado tipo modelo integrado, o módulo de reflexão (através da criação de um Blog, por exemplo), quando os estudantes têm maior liberdade de criar as pautas e desenvolver o conteúdo são fortalecidos em sua aprendizagem por esse módulo, desde que trabalhado de forma estratégica e sensível, promover a aprendizagem humanista de Freire.

    REFERÊNCIAS:
    FREIRE, P. (1970). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
    MATTAR, João. Theories and frameworks for online education (resenha). De Mattar, 23. abr. 2020. Disponível em: http://joaomattar.com/blog/2020/04/22/the-name-of-the-game-resenha/. Acesso em: 10 maio 2020.
    FREIRE, P. (1970). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
    MERRIAN, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adulthood: a comprehensive guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991.
    PICCIANO, Anthony G. Theories and frameworks for online education: seeking an integrated model. Online Learning, v. 21, n. 3, p. 166-190, 2017. DOI: 10.24059/olj.v21i3.1225. Acesso em: 10 maio 2020.

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