Rock the Academy

De 04 a 06 de Novembro, no Conference Center do NMC – New Media Consortium no Second Life, ocorrerá o Rock the Academy: Radical Teaching, Unbounded Learning, o vigésimo dos NMC Series of Virtual Symposia. O objetivo é explorar as idéias e atividades que estão mudando o panorama da educação.

Repare no título do livro – Teaching as a Subversive Activity:

Novas práticas estão destruindo antigos modelos de ensinar e aprender; os alunos estão utilizando novas ferramentas para construir significado e contribuir para o design da sua própria educação; professores estão compartilhando o poder que tradicionalmente foi deles, mas apenas individualmente; etc. Exemplos de métodos de ensino e aprendizagem não-convencionais, embora altamente efetivos, podem ser encontrados em vários lugares do mundo, e em todos os níveis de educação. Quando esses exemplos são agrupados, começamos a sentir uma profunda mudança que vai alterar nosso próprio conceito de educação.

O Simpósio vai abordar temas como: educação e recursos abertos; redes sociais e conexões globais; aprendizado de guerrilha, games e aprendizado ativista; os próximos aplicativos revolucionários para a educação; alternativas para ambientes de aprendizagem; dados em tempo-real, mapas e mobiles; backchannels e ferramentas de comunicação alternativas; alunos que pesquisam nos seus campos; e qualquer tecnologia ou prática que apresenta uma promessa para envolver os alunos e suportar o ensino e a aprendizagem subversivos. Como ocorrerá no Second Life, o Simpósio pretende também explorar as fronteiras da conectividade em 3D. Mas quem não quiser entrar no Second Life, stream de vídeo ao vivo será transmitido também para uma página na web.

Assista a um vídeo promocional do evento:

e leia uma explicação de como ele foi montado: Rock the Academy The Video.

Enfim, temas, e um evento, que calham exatamente com o que este blog tem discutido, desde o seu nascimento.

A professora Vani Kenski disse, na sua apresentação na ANPEd, que no Brasil damos importância demais ao Second Life, que não passaria de um representante do capitalismo (não foram exatamente essas as palavras, mas esse o sentido), enquanto pelo mundo existem dezenas de mundos virtuais.

Ainda vou falar disso com muito mais calma, no resumo que fizer do evento da ANPEd, mas, em primeiro lugar, se propomos tanto o Situated Learning, o aprendizado contextualizado, por que tanto receio em brincar em um mundo que imita parte da realidade, em que há dinheiro envolvido? Por que temos que educar nossos alunos em ambientes tão distantes da realidade?

Agora, além da Unisinos, no Brasil quem tem estudado e pesquisado o uso do Second Life em educação? Ou mesmo de outros mundos virtuais? Na SLED – lista que reúne centenas de educadores do mundo todo, que exploram o Second Life e outros mundos virtuais em educação, nunca vi um professor ou pesquisador brasileiro aparecer por lá.

Este evento é uma prova, também, de como o Second Life tem sido utilizado em educação, pelo mundo. O NMC decidiu, há alguns anos, que precisava explorar com intensidade o potencial pedagógico dos mundos virtuais. Depois de uma criteriosa avaliação, escolheu o Second Life, e eles são um dos grupos que mais agita com educação no Second Life. Do NMC, fazem parte instituições distribuídas pelos Estados Unidos, Canadá, Europa, Ásia e Austrália, incluindo universidades de peso (Harvard, MIT, Stanford, UC Berkeley, UCLA, Illinois at Urbana-Champaign, Yale etc.), museus, centros de pesquisa, fundações e empresas.

Quais são os outros mundos virtuais em que têm sido realizadas experiências tão ou mais interessantes que no Second Life, que têm reunido mais educadores pelo mundo? Para entender o que está acontecendo no Second Life, é preciso realmente perder tempo, aprender a usar o software, se conectar com as pessoas que estão fazendo experiências pelo mundo etc. Mas o esforço não é em vão: você sai transformado, pedagogicamente. Este evento é apenas um dos exemplos de para onde a coisa está indo. De fora, é difícil sentir para onde sopra o vento virtual em 3D!

E, é claro, a questão não é o Second Life, mesmo que ele seja hoje talvez o mundo virtual mais adequado e utilizado para fazermos experiências com educação – apesar de não ter sido produzido com esse propósito – a questão é experimentar, de dentro, o que é possível fazer em educação nos mundos virtuais online 3D. E também perceber como essas experiências estão alinhadas com outras experiências subversivas.

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9 respostas a Rock the Academy

  1. Pingback: De Mattar » Blog Archive » Home Schooling e Unschooling

  2. Breno disse:

    Ola Mattar,
    Dificil, pelo menso para mim, imaginar que a prof. Vani desse uma patada destas. Quatro anos (ou sera que foi cinco anos, …..) atrás, ouvi uma palestra da prof. Vani na cidade do conhecimento onde ela falava das dificuldades de mudar a cultura (paradigma) da educação e da EaD (chamada de tradicional) e da necessidade de incorporar tecnologias cada vez mais interativas abrindo horizontes para docentes mudarem suas práticas e possibilitando uma aproximação maior à realidade de uma nova geração de alunos. Mas enfim, tudo depende do contexto.
    E o unschooling é mais um tema polemico e de necessário debate.
    []s

  3. João Mattar disse:

    Breno, o comentário não foi sobre os mundos virtuais, mas especificamente sobre o Second Life. Penso que a maioria de nós que tem trabalhado com educação no Second Life não está defendendo exatamente o Second Life, mas a realização de experiências em mundos virtuais 3D online, então a questão meio que se desfaz automaticamente. Que possamos usar cada vez mais mundos virtuais, mas no momento é importante acompanhar o que está rolando no SL, como este evento incrível, o Rock the Academy. De alguma maneira, o Second Life serviu como aglutinador de educadores procurando justamente novas maneiras de interagir, mas nós, brasileiros, estamos um pouco por fora desse movimento mundial – e não o contrário. Andamos falando de você no Moodle que criei para esta terceira versão do curso, que que eu te coloque por lá?

  4. Breno disse:

    Ola Mattar,
    Gostaria de participar no moodle. Se precisar de suporte (tutoria) via moodle, conte comigo. To meio fora do SL por problemas de conexão, mas tenho usado o moodle direto.
    []s

  5. João Mattar disse:

    Breno, na verdade não seria para tutoria, mas para discutir aquele assunto que já ficou para trás mais de uma vez: a dialética entre autonomia e interação. A discussão está sendo muito interessante por lá, e eu disse que você já me cutucava faz tempo para essa discussão.

  6. Breno disse:

    como faço para participar? Qual o endereço do moodle? etc ec, se ainda der tempo…

  7. Pingback: De Mattar » Blog Archive » Retrospectiva 2008

  8. carla damiani disse:

    Mattar, boa tarde.
    Meu nome é Carla. Em abril de 2016 vou viajar pelo mundo com meu marido e meus dois filhos (Leo – 14 anos e Raphael – 7 anos) e estou matriculando eles na CALVERT SCHOOL. O Rapha ja foi matriculado no 3 degrau e o Leo esta aguardando a aprovacao do ensaio que escreveu para ir para o 9 degrau (high school).
    Tenho grande admiração por seu trabalho, por isto sua opiniao é tao importante. Gostaria de saber se conhece a Calvert School e como utilizar o diploma deles para conseguir o diploma dos meninos depois. Como ensinar meus filhos a serem auto didatas? Poderia me indicar sites/livros para ler? Sou jornalista e meu marido advogado, ambos pos-graduados. Porem nossa experiencia com ensino domiciliar comeca agora…
    Pretendemos ficar 2 anos fora do Brasil.
    Te agradeco muito,

    • João Mattar disse:

      Carla, tenho boas referências da Calvert, mas não sei como funciona o processo de validação do diploma. O Pueri Domus trabalhou com eles, talvez pudesse tentar dar uma ligada lá. Quanto a ensiná-los a ser autodidatas, há muitos recursos na Web, mas eu trabalho mais com adultos então não acompanho esses materiais. Mas você deve achar orientações valiosas.

      Boa sorte!

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