Ontem assisti Fahrenheit 451, dirigido por François Truffaut (1966), um dos expoentes da Nouvelle Vague francesa.
Atores: Oskar Werner (Montag), Julie Christie (Linda e Clarisse), Cyril Cusack, Anton Diffring, Jeremy Spencer, Bee Duffell, Gillian Lewis, Caroline Hunt, Anna Palk, Roma Milne
Idioma: Inglês (o único filme de Truffaut totalmente falado em inglês)
Países de produção: Inglaterra, França,
Duração: 111 min.
Colorido (o primeiro filme colorido de Truffaut)
Roteiro: François Truffaut, Jean-Louis Richard, David Rudkin, Helen Scott
Produção: Lewis M. Allen
Fotografia: Nicolas Roeg
Trilha Sonora: Bernard Herrmann
Edição: Thom Noble
Desenho de Produção: Syd Cain, Harry Horner
Desenho de Produção / Figurino: Tony Walton
Direção de Arte: Sidney Cain
Efeitos Especiais: Bowie Films, Charles Staffell
O filme é baseado no romance Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, publicado em 1953.
Montag (Oskar Werner) é um bombeiro cuja função é queimar livros, proibidos na sociedade do futuro.
Sua esposa, Linda, é fútil e superficial, e presta mais atenção na televisão “interativa” do que no marido.
Influenciado por sua vizinha Clarisse (o oposto de Linda, mas representada pela mesma atriz, Julie Christie), ele começa a guardar e ler alguns livros.
Uma cena marcante do filme: uma mulher recusa-se a sair de sua casa e é queimada junto com seus livros, sendo que ela mesma acende um fósforo e inicia a fogueira.
Ao se apaixonar pela leitura, Montag decide sair da corporação, mas seu último serviço é em sua própria casa, chamado de sua esposa Linda. Durante o serviço, ele queima seu chefe, Capitão Beatty, e foge.
Refugia-se no local onde outras pessoas que leem se refugiam, representando personanges e decorando os livros, antes de queimá-los. O livro que ele começa a memorizar: Contos de mistério e imaginação, de Edgar Alan Poe.
Terezinha Elisabeth da Silva faz uma interessante análise do filme (vale a pena ler o artigo todo):
O clima lúgubre e opressivo daquela sociedade é pintado com cores frias e pálidas, contrastadas com a única cor quente do filme: o vermelho do fogo e das viaturas dos bombeiros. Ritmo lento, cenários áridos e sem charme e diálogos escassos completam o panorama melancólico da obra. Com esses elementos, Truffaut impõe uma atmosfera pesada ao tempo de Fahrenheit, um tempo sem alternativas e, por isso mesmo, deprimente.
(Montag e a memória perdida: notas sobre Fahrenheit 451 de François Truffaut. Perspect. cienc. inf., Belo Horizonte, v. 8, n. 1, p.78-87, jan./jun. 2003)
Com a ausência da escrita, cores e números são utilizados para nomear as coisas na sociedade do futuro.
O título: na escala Fahrenheit, 451 graus (233 Celsius) é a temperatura a partir da qual o fogo queima o papel.
O filme (e o livro) podem ser vistos como uma crítica contra o controle do pensamento e uma defesa da importância da leitura, substituída na sociedade do futuro pela futilidade da televisão. O que dizer hoje, se pensamos na Internet e nos videogames?
Assista ao trailer:
JOAO: ja’ tinha visto ha’ algum tempo, e foi bom ter visto a sua analise …
Realmente vale a pena ver o filme, e aconselho a ser discutido em Sala de Aula juntamente com os alunos. Mostrando a importancia da leitura …
O legal e’ que cada vez mais, lemos mais, devido a INTERNET !! O proprio conceito de leitura atraves de livros, modifica-se atraves da WEB … para o bem, ou para o mal !!
Um VALENTE abraco,
Prof. Carlos VALENTE
Pingback: Seis filmes clássicos que completam 50 anos em 2016 « Sul21
Pingback: Seis filmes clássicos que completaram 50 anos em 2016 | Milton Ribeiro