Como fiz com o curso do Second Life, vou resumir por aqui todas as leituras, disponibilizar os vídeos produzidos durante o semestre etc. Já criei inclusive uma categoria no blog, para facilitar a consulta: YouTube for Educators – todos os posts sobre o curso estarão agrupados nessa categoria.
Uma das primeiras atividades – criar um Channel no YouTube. Já criei o meu, passe por lá e subscribe o meu canal, assim você começa a acessar automaticamente os vídeos de que eu passar a fazer upload.
Enfim, vai ter muita coisa para a gente se divertir durante o semestre – fiquem ligados!
E estes serão meus 2 assistentes durante o semestre:
Fiz uma interessante visita à Bienal do Livro ontem.
Visitei alguns stands: ABEMUSICA, Editora Autores Associados, edições SescSP, McGraw-Hill, DVS editora (onde comprei Ética e Internet e que parece ser muito interessante para novos autores), Plugme (livros para ouvir), Autêntica editora (com uma biblioteca voltada para os professores e a educação), AudioLivro editora, a gráfica Pressur (que está chegando ao Brasil), editora Litteris (publique seu livro conosco), Ao Pé do Ouvido (áudio-livros – comprei um CD com contos e lendas dos Irmãos Grimm, e conheci a empreendedora Suzan Echem), EdiPro (livros jurídicos e filosóficos), editora Positivo, editora LivroPronto, SEEL-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros), editora Contexto e Logon editora multimídia.
A Paulus tem uma linha grande de DVDs, incluindo Paulo Freire, filósofos, psicólogos etc. (e já tem uma linha para Filosofia e Sociologia para o ensino médio).
A editora InHouse e a Gráfica MaxPrint, de Jundiaí, produzem o seu livro e têm uma linha interessante; acho que vou editar alguma coisa com eles! Bati um papão com o Márcio Martelli.
Passei no stand da MBooks, fundada pelo Milton, editor na Makron do meu Filosofia e Administração. Quem sabe produzamos algumas coisas juntos novamente!
A estratégia da Barsa é vendar a enciclopédia física junto com CDs e acesso a site fechado na Internet.
Uma das partes mais interessantes da feira é a de editoras novas, menores ou mais independentes.
A INDG Tecs- Tecnologia e Serviços, criada em 2003, é especializada em livros técnicos na área de Gestão.
A Livro Falante propõe-se a colocar em áudio o que há de melhor no mundo das letras.
A Universidade Falada produz livros e cursos em áudio, como de literatura (como contos do Poe) e filosofia (uma variedade incrível de títulos). Bati um papo muito legal com o Cláudio Wulkan.
A WL Wilivro, em conjunto com a Ensinar Editora, tem uma proposta muito interessante, de integrar o livro à Web 2.0, associando-o a uma comunidade específica na Internet. É possível fazer também online cursos associados ao livro, e inclusive sugerir, modificar e solicitar verbetes nos dicionários e nas enciclopédias. Há 3 modalidades: capacitação (livro associado a um curso on-line), interação (livro associado a um blog) e participação (livro associado a um wiki). Bati um papo muito legal com o editor Antonio de Paulo e pretendo fazer alguma coisa com eles.
A Andross editora e eventos educacionais publica e distribui livros para terceiros. Conheci o editor Edson Rossatto.
De 14 a 17 de Outubro ocorre o 14 Congraf – Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, no próprio Anhembi.
Ah, cuidado com a promoção de descontos na compra de livros: não são todos os expositores que estão cadastrados, então você pode morrer com os seus cupons sem uso!
Cheguei no sábado e almocei no Trapiche Adelaide – a alta gastronomia baiana, uma tendência, fica na cidade baixa, com linda vista para a Baía de Todos os Santos através de uma vidraça:
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A entrada foi magnífica, daquelas de deixar água na boca por dias: vatapá (cremoso, delicioso) coberto com frutos do mar (lula, camarão, polvo e mexilhões), acompanhada de um Terranoble Chardonnay chileno.
Experimentei a boa Codorna Troisgros, recheada com farofa de cebola, passas e acelga, ao molho agridoce de uva, acompanhada de um delicioso e forte tinto, Opalo Malbec argentino.
De sobremesa, o Bolo Jojo, um petit gateau bom mas com o sorvete muito duro, acompanhado do argentino Cosecha Tardia Bodegas Norton, leve e muito bom.
O serviço foi em alguns momentos desatento – a água demorou para ser reposta e o vinho tinto demorou para chegar.
Ao lado, há um bar avançando na água:
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De lá, fui visitar a Igreja de São Francisco, representante do estilo barroco ou colonial – um impressionante templo de ouro, com um convento com azulejos portugueses:
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e em seguida curtir o Pelourinho:
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No domingo, primeiro caminhei um pouco no Rio Vermelho e experimentei o acarajé da Dinha – bolinho e camarão bem fresquinhos, com uma leve pitada de vatapá.
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Passei também pelo Tom do Sabor/Saber, Livraria / Cursos Livres & Resutante Musical:
Almocei no Amado, tocado pelo Edinho Engel (ex-Manacá, em Camburi). Os garços servem de tênis. Experimentei deliciosas lambretas (moluscos) temperadas em vinho branco, ervas e cebola, acompanhadas do Mirador Sauvignon Blanc 2007 Casablanca Chile; e uma moqueca de camarão com 2 fatias de caju (que dão um toque especial) e um purê de inhame bem leve, acompanhado do Mirador Cabernet Sauvignon 2005. Mas fora isso, nada mais no cardápio é regional! De sobremesa, abacaxi caramelizado com creme de tapioca quente (muito gostoso), sorvete de baunilha no ponto e raspas de côco (tipo um biscoito), acompanhado de um excelente Arquantum Passito de Malvasia 2004 Emilia Romana.
Conheci então o Solar do Unhão – um antigo entreposto de açúcar. O casarão do Museu de Arte Moderna estava fechado para reforma, mas no galpão havia uma mostra de fotos branco e pretas de Carlos Moreira e German Lorca, e coloridas de Lucia Guanaes:
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Na entrada do cinema, as pessoas pintavam a parede:
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Aproveitei e assisti Personal Che, de Douglas Duarte e Adriana Marino, sobre a vida do mito, para muitos um modelo de revolucionário, para outros um assassino impiedoso.
A segunda foi dia de evento, mas deu para almoçar no Paraíso Tropical, que tem um pomar lá mesmo. O serviço é um pouco desatento – mesmo com apenas duas meses ocupadas, eu tive que acenar várias vezes para o garçon aparecer e tirar o pedido!
Os sucos (como este de graviola) são sólidos:
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De entrada, siri mole ao alho e óleo, empanado na farinha com molho tártaro, molho de pimenta e limão.
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O camarão ao paraíso vem cozido com maturi, palmito, lâminas de côco, pitanga, biribi, amora, pimenta, folha e flor de vinagreira, temperos, fruto do dendê e azeite:
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É bem fresquinho, mas é tanta coisa misturada que no final não dá para sentir o gosto de quase nada! E tive que arregar a sobremesa (cortesia): um banquete de frutas!
De noite, deu para experimentar o acarajé da Cira.
Terça foi dia de evento, mas deu tempo de um almoço tardio no Yemanjá, com acarajé e bobó de camarão.
Fiquei devendo algumas coisas para a próxima visita: experimentar caruru, conhecer o Mistura (que parece estava fechado), tomar um sorvete na Ribeira, conhecer um boteco na Barra, fazer um passeio de barco pela Baía de Todos os Santos, assistir o espetáculo “Luz e Som” na Igreja de São Francisco, e alguma missa e visitar o Museu de Arte Sacra e a exposição no sobrado do Carlos Costa Pinto, além das inúmeras outras igrejas.
Na semana passada, eu e o AJ Kelton participamos do 7o Congresso Ibero-americano de Editores, na mesa-redonda: Educação e Tecnologia para o crescimento das nações.
Eu falei do uso crescente de tecnologias em educação, e de como a indústria do livro (principalmente o livro didático) pode se preparar para enfrentar essa nova concorrência. A preocupação constante dos editores é: o livro vai acabar?
Como tenho defendido, a Internet é uma tecnologia disruptiva, ou seja, que modificou o cenário da competição em vários campos, como jornais, educação etc. E a edição de livros é sem dúvida um deles. Provavelmente o livro não deixe de existir, mas sem dúvida as editoras precisam repensar drasticamente seus negócios.
Logo coloco mais comentários e fotos sobre o evento, então voltem aqui nos próximos dias.
Estes são os interessantes slides da apresentação do Kelton:
Os trabalhos já estão todos disponíveis online, então dá para vocês se divertirem bastante com o que vai ser apresentado no evento.
Vou resumir por aqui tudo a que assistir e também, é claro, postar as fotos e os vídeos que eu fizer em Salvador. Fiquem ligados!!
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Já estou por aqui. Pelourinho, Igrejas, Solar do Unhão, acarajé, restaurantes, muitas fotos e vídeos… e hoje começou o Simpósio, que está 10! Inclusive já apresentei meu trabalho. Vou resumir só quando voltar – fiquem ligados!
Tive várias conversas com o Kelton nestes dias, que preciso registrar por aqui, mas não queria deixar passar esta reflexão.
Temos em português duas palavras, aprendizado e aprendizagem, e em inglês uma, learning. Como fica então a correspondência dos significados? Learning é também o gerúndio do verbo to learn, e estaria talvez então mais associada à idéia de aprendizagem, entendida como um processo. Mas o que seria então aprendizado? Parece algo mais estático, acabado, quase um objeto.
Eu usei sempre essas palavras em português com um pingo de incômodo, sem entender muito bem o porquê, mas hoje no nosso bate-papo ele me disse: learning tem um sentido passivo. É realmente desse sentido passivo que eu tento desesperadamente fugir, na minha filosofia e prática da educação.
Eu encaro a educação muito mais, e cada vez mais, como um processo de construção por parte do aluno. Em inglês, há as palavras build e construct. Conversamos que building tem mais o sentido de construir (tipo um prédio – um building), de montar alguma coisa com peças com formatos já prontos, tipo um lego. Nesse caso, há um limite para a construção, e a criatividade fica bloqueada. Construct, por outro lado, passa uma idéia de maior liberdade, de começar do zero e usar qualquer tipo de material, estando portanto mais associada à filosofia do construtivismo.
É inclusive por isso que tenho muita dificuldade em lidar com a idéia de learning outcomes – resultados previstos da aprendizagem no design de um projeto de curso. Se o resultado já está previsto, estamos mais para building um objeto já pré-programado. Eu enxergo a educação mais como um exercício de construct, em que nem o resultado final nem as ferramentas estão totalmente definidos, de antemão. O design se constrói também durante o próprio processo; o caminho e o processo não estão definidos de antemão.
Por isso também me incomoda a idéia de que a educação tenha que vir antes da tecnologia. A educação se faz no processo de construção, junto com a escolha e o uso de ferramentas. Quanto mais damos prioridade, temporal ou conceitual, à idéia da educação, mais tendemos para os learning outcomes pré-projetados, para os Planos de Ensino engessadores, para o impostutor. Conceitos que venho há bastante tempo criticando, e que, pela minha experiência, não funcionam na prática.
E o problema é que toda essa discussão tem um impacto direto e profundo nos critérios que utilizamos para analisar o aprendizado ou a aprendizagem (na verdade, estou à procura de outras palavras… Constructo?). Se você não tem um objetivo pedagógico pré-definido, no início do curso, não pode avaliar o “resultado” com uma prova. Teria que avaliar o processo e o constructo, mas sem usar como parâmetro onde você gostaria que o aluno chegasse, o objeto que gostaria que ele construísse. Ou seja, os próprios critérios de avaliação precisam ser negociados no próprio processo de construção.
Educar é então isso: começar uma viagem de construção, sem uma direção rígida definida, em que tudo precisa ser construído – inclusive as maneiras pelas quais os alunos serão avaliados. Fica tudo mais complicado!
Pensando no aluno adulto, que em geral trabalha e tem pouco tempo para estudar, temos então que levar em consideração:
a) a educação deve ser encarada como um processo de construção de conhecimento;
b) o aluno deve participar de decisões referentes ao seu processo de construção de conhecimento e inclusive dos critérios pelos quais será avaliado;
c) devemos solicitar que ele realize atividades apenas quando importantes para esse processo de construção, ou seja, não devemos solicitar atividades desnecessárias, só para fingir que ele está estudando, para ocupá-lo; no fundo, o próprio aluno deve escolher quais atividades deseja realizar;
d) todas as atividades solicitadas, assim como o processo de construção do conhecimento, devem ter rapidamente feedback do professor, ou seja, são inadmissíveis atividades para as quais o aluno não recebe uma devolutiva, e rápida.
Deve ter mais coisas, vou acrescentando com calma.