O Pesadelo da EaD

Já escrevi por aqui Meu Medo da EaD, que teve uma repercussão muito grande, mas agora registro um medo ainda maior. Decidi escrever este post para deixar mais clara minha posição exposta no post anterior, I Encontro Nacional de Tutores da EaD, e principalmente porque o assunto não saiu da minha cabeça de ontem para hoje.

Aqui vai uma historinha – qualquer semelhança com a realidade é proposital.

Uma disciplina presencial e semestral numa Instituição de Ensino Superior (IES) tem 6 professores, cada um com 3 turmas, total de 18 turmas. Cada turma tem uma média de 50 alunos e as aulas duram 4 horas por semana.

Com a possibilidade aberta pelo MEC de as IES oferecerem 20% de sua carga horária em Educação a Distância (EaD), essas disciplinas passam a ser oferecidas à distância, com os professores (agora tutores) mantendo seus 50 alunos por turma, realizando diversas atividades de interação durante o semestre e elaborando instrumentos de avaliação adequados à nova situação. Esse era o cenário interessante para onde a coisa caminhava, mas que logo esvaneceu.

Reestruturação: há agora 400 alunos por “turma”, as atividades e provas são de múltipla escolha e o tutor (agora não mais professor) não deve mais realizar atividades de interação (mesmo porque não daria tempo), apenas enviar avisos motivacionais para os alunos, informando que o conteúdo da aula x está disponível, que o prazo para realizar a atividade de múltipla escolha está vencendo etc. Ah, a remuneração não diminuiu (apenas porque a lei impedia), mas o professor passou a receber menos horas-aula por seu trabalho – agora apenas 2, não mais 4. Ou seja, ele recebe agora 2 horas-aula de remuneração por 400 alunos, quando antes recebia 4 horas-aula por 50 alunos.

A IES obviamente não precisa mais dos 6 tutores; 1 deles agora é suficiente para dar conta da nova função “docente”: o tutor oficial da disciplina. Os outros 5 são demitidos.

Numa próxima etapa, nem mais do tutor remanescente a IES precisa – ela pode agora contratar um recém-formado para dar conta da função que é muito mais de monitor do que de tutor ou professor. O último tutor é dispensado. Chega-se ao cúmulo de utilizar um mesmo “tutor” (agora monitor) para diversas disciplinas, muitas das quais ele não domina nem mesmo o conteúdo.

Esta é a história da adoção da EaD nas IES particulares em nosso país. São poucas as exceções e variações.

A questão então é: quem saiu ganhando?

Os professores obviamente não. Os 6 foram dispensados, e o pior é que esse processo ocorreu com mais intensidade nas disciplinas de humanas, que envolvem tradicionalmente alto grau de interação entre professores e alunos. Tenho vários colegas formados em Filosofia, Sociologia, História, Letras, Comunicação etc. que foram demitidos (por causa dessa EaD), não conseguiram se colocar rapidamente (porque o mercado encolheu, já que o processo ocorreu em diversas IES) e acabaram mudando de emprego: estão tentando hoje ganhar a vida como corretores de imóveis, vendedores, cabeleireiros etc., ou continuam simplesmente desempregados. Os professores perderam, mas atordoados com as mudanças geradas pelos progressos da tecnologia, e culpando-se por não conseguirem acompanhar as novidades, além de não terem mais remuneração para o próprio sustento e talvez até pela falta de mobilização da classe, não conseguem se organizar para reagir.

Eu tenho sofrido calado com a hipótese de que a sociedade sentirá os efeitos dessa “EaD” quando novas gerações estiverem formadas nesse modelo, sem a mínima formação em humanas. Inserimos Filosofia e Sociologia de volta nos nossos currículos de Ensino Médio mas tiramos as matérias de humanas do ensino superior. Estamos “formando” uma geração capenga no ensino superior com essa “EaD”.

Os alunos obviamente não ganharam. A justificativa das IES é que eles estão agora sendo preparados mais adequadamente para o mercado de trabalho, onde o e-learning impera, e estão também sendo formados no uso de tecnologia. Mas este modelo de EaD fordista, conteudista e instrucional não é o único modelo de EaD que existe; ao contrário, se é adequado para algum contexto, é para a autoinstrução rápida em algum tema específico, mas muito pouco para a formação em humanas ou em diversas outras áreas do ensino superior. Esses mesmos alunos poderiam estar fazendo EaD com professores, participando de atividades interativas, em turmas menores, sendo desafiados com avaliações adequadas etc. Mas estão fazendo provas de múltipla escolha de filosofia no computador! Os alunos perderam, mas não têm base de comparação para entender o que está ocorrendo em nosso país, sendo martelados com o discurso de que precisam se adequar a um modelo de educação moderno, que são passivos, que querem tudo mastigado. Ficam então mobilizados e não reagem – isso faz parte da estratégia.

Os tutores, por sua vez, tampouco têm base de comparação, pois entraram nisso tudo já com o bonde andando e são pintados (pelos empregadores) como mais modernos que os professores que não aceitam a EaD, que não sabem usar tecnologia etc. Se os tutores de EaD exigirem ser tratados como professores, em todos os sentidos (financeiramente, seguindo a legislação, pedagogicamente etc.), já que eles realizam a função de professores, essa situação não se perpetuará, a justiça do trabalho p.ex. interromperá esse absurdo. Professores e tutores têm que falar em uníssono, como uma só voz, já que são a mesma classe. Nem os professores podem aceitar que os tutores substituam seu trabalho com uma remuneração inferior a 10% do que eles recebem, nem os tutores podem aceitar realizar um trabalho que vale (que já é institucionalizado) mais de 10 vezes, que deles sejam exigidas tarefas incompatíveis com sua formação etc.

O MEC? Bom, o MEC é o pai da criança, porque no fundo adotou o modelo na UAB – Universidade Aberta do Brasil, pagando para um tutor menos de 10% do que o próprio governo paga para um professor, numa universidade estadual ou federal. Se o próprio governo faz isso, chancelado pelo seu Ministério da Educação, o que não farão as instituições de “ensino” particulares? Como o “tutor” é agora uma nova classe profissional, ratificada pelas ações do próprio MEC, todas as conquistas de décadas dos professores, como sindicatos, legislação, direitos trabalhistas etc., são jogados na lata de lixo e não precisam mais ser respeitadas com a manobra. E é sempre bom lembrar que esse modelo da UAB foi adotado pelo MEC justamente com o objetivo de formar professores presenciais para o ensino médio em nosso país, onde seríamos carentes e sensíveis quando fazemos uma previsão para as próximas décadas. É surrealista mesmo, caro leitor, e isso mostra a preocupação do MEC com a formação dos professores – na verdade, o MEC consegue assim números para suas planilhas, que demonstrariam seus resultados no desafio de formação de professores. E também é bom lembrar que a justificativa das IES para as provas de múltipla escolha é que elas preparam os alunos para o ENADE, também obra do MEC.

Quem ganhou com isso, portanto, foram em última instância apenas as IES particulares, que adotaram a EaD como uma estratégia de lucratividade, sem preocupações propriamente pedagógicas. Ganharam alguns coordenadores de EaD, que recebem bônus pelo lucro que conseguiram gerar para os sócios ou acionistas das IES. Planilhas são o produto “pedagógico” que esses coordenadores apresentam para ter direito à sua remuneração adicional, baseada na lucratividade gerada.

Alguns meses depois de ter escrito este post li essa passagem na CFESS Manifesta especial Educação não é fast-food, que cai como uma luva aqui (depois da inserção, continua o post original):

Trata-se de denunciar quem se beneficia com a educação à distância: de um lado os “tubarões” do ensino, que ficam cada vez mais ricos e que têm um único objetivo – vender uma mercadoria. E de outro lado, o governo, que se desobriga da execução da política pública de educação e acena com a mão do mercado o EaD como única saída. Desse modo, o ensino de graduação à distância assume a condição de um novo fetiche social, pois, em nível da aparência do fenômeno, apresenta-se como democratização do acesso, o que esconde sua essência mercantil.

Não é à toa que muita gente não gosta da EaD. Uma EaD envolta em tantas manobras, em tanto desrespeito a alunos e professores, e à própria educação, não pode agradar a quem encara a educação com seriedade. Foi realmente um golpe de mestre, mas ainda temos pessoas sérias que fazem educação no país, que reagem, resistem e criticam o que está acontecendo.

A discussão sobre EaD e tutoria no Brasil não pode simplesmente passar uma borracha nessas questões, ignorando-as como se elas não existissem ou fossem coisa do passado. Elas precisam ser discutidas por professores, tutores, alunos etc., pois nem o MEC nem as IES acenam com qualquer intenção de mudança na situação atual, já que ela é lucrativa e confortável para os dois lados.

Então você pega a programação de palestrantes de um evento que se intitula I Encontro Nacional de Tutores da EaD, organizado por uma entidade que se intitula Associação Nacional dos Tutores da Educação a Distância, e vê que dela praticamente só participam Coordenadores e Diretores de IES e outras instituições, além de convidados do MEC. Não há um só professor entre os palestrantes e só há um tutor – o presidente da entidade! Quem patrocina o evento? O COC. Cadê a voz dos tutores e dos professores? Ficará restrita a mesas-redondas. Cadê a voz dos professores que são críticos do modelo? Não será ouvida.

O problema não é apenas que o modelo “está mais voltado para a entrega de material ‘físico’, deixando de lado o material ‘humano’ que está à frente deste processo educacional” (como diz o Luis Gomes, Presidente da Anated, no seu comentário ao meu post anterior), o problema não é só de valorização de conteúdo e desvalorização de material humano: é ainda anterior a isso, é trabalhista, de exploração, ideológico. Uma associação e um evento de tutores que não entende isso (ou finge que não entende), que se estrutura dando voz a quem perpetua esse modelo perverso de EaD, não tem representatividade para a classe. Nenhum tutor nem nenhum professor pode considerar-se representado pela associação. Ela não está a serviço dos tutores e professores, mas sim daqueles que desejam perpetuar até onde der essa grande farsa que os está explorando ao limite, gerando assim lucros e dividendos.

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I Encontro Nacional de Tutores da EaD

Quem me acompanha sabe que tenho uma posição muito crítica em relação às condições de trabalho dos tutores em EaD no Brasil. O salário é indecente e o tutor é quase sempre convidado a atuar passivamente, como um monitor, não como professor. Isso reforça um modelo de EaD conteudista, fordista, industrial e instrucional, que acaba afastando muita gente da EaD, mas que não é o único modelo possível de se fazer educação a distância. Ao contrário, há um modelo oposto, que dá mais importância à interação do que à produção de conteúdo, mas que, por sua vez, exige processos de formação de professores, profissionais pagos decentemente etc.

Fiquei muito interessado quando ouvir falar do I Encontro Nacional de Tutores da Educação a Distância. Mas aí, quando fui olhar os convidados, fiquei literalmente de queixo caído:

Fredric Litto (Presidente da Abed)

Ligia Futterleib (Diretora do Grupo e-Educa)

Denise Martins de Abreu-e-Lima (Coordenadora UAB-UFSCar e Presidente do Fórum dos Coordenadores da UAB)

Sergio Amaral (Coordenador do Lantec – Unicamp Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas na Educação)

Ricardo Holz (presidente da Associação Brasileira de Estudantes de EaD)

Stavros Panagiotis Xanthopoylos (diretor da FGV Online)

Celso Costa (diretor de educação a distância da CAPES e responsável pela UAB, também convidado)

Todos é claro profissionais de muito respeito e que certamente terão muitas contribuições a oferecer durante o evento. Ué, mas não é um Encontro Nacional de Tutores de EaD? E cadê os tutores? Onde estão aqueles que atuam como professores?

Do jeito que a coisa está organizada, quem terá voz no encontro dos tutores são os empregadores, os coordenadores, os políticos, aqueles que justamente perpetuam esse modelo que explora os tutores no Brasil. Quem patrocina o evento? COC!

Não seria importante, para equilibrar um pouco os discursos, haver no mínimo 50% de voz dos tutores, daqueles que realmente trabalham como tutores e sentem na pele as exigências que lhes são feitas, da perspectiva daqueles que são críticos do modelo de tutoria perpetuado no Brasil? Ou é um encontro para sacramentar que o tutor é uma marionete controlada de cima, que deve se separar cada vez mais da figura do professor?

Parece tudo meio invertido. Vou entrar em contato com a ANATED para bater um papo e tentar entender o que está acontecendo. Porque está me parecendo mais um evento para domar e domesticar tutores do que um encontro de tutores. Se a ANATED decidir manter o Davos, proponho um Fórum Social Nacional online e gratuito sobre tutoria no mesmo dia, com um programa bem legal e interativo. Há a opção de assistir ao Encontro Nacional de Tutores de EaD à distância, mas é paga!

Publicado em EaD | 18 comentários

Flip-Pages

Na lista de discussão de EaD da Unicamp surgiu recentemente um tópico interessante sobre os softwares disponíveis para publicação de conteúdo em formato flip-pages, que permite virar as páginas de um documento digital como se fosse um documento físico, um jornal ou uma revista, além de possibilitar ao usuário pesquisar no documento.

Aqui vai uma lista inicial em ordem alfabética, que continuará a ser ampliada com o tempo. Qq contribuição é muito bem-vinda, inclusive de quem já usou algum deles.

Digital Pages

FlashPageFlip

FlippingBook

ISSU

NCESOFT

Yudu

Youpublisher

Publicado em Computação, EaD | 2 comentários

VWBPE2011 Chamada para Trabalhos

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Esta é a tradução para o português do CALL FOR PROPOSALS para o Virtual Worlds Best Practices in Education 2011, realizada pelo Luciano Miguel Barsotti. Ela serve de orientação para quem deseja enviar um trabalho em inglês, já que eu estou organizando as atividades em língua portuguesa – que não precisam passar por este processo.

O virtual Worlds Best Practice in Education (VWBPE) é uma conferência com base em comunidades que fornece oportunidades aos participantes em todos os mundos virtuais de compartilharem ensino, aprendizagem e práticas de pesquisa atuais em ambientes virtuais 3D. As apresentações das conferências enfocam ensino/aprendizagem, trabalhos acadêmicos, eventos, atividades e novas e inovadoras ferramentas para educação virtual. Conferencistas focarão na identificação de melhores práticas em educação designadas para tecnologia de mundo virtual em 3D.

O tema deste ano é Você Está Aqui

Se suas aventuras virtuais te levam ao Second Life, Open Sim, World of Warcraft, Eve Online ou Club Penguin – você é parte de uma rede interconectada. É sobre pessoas. É sobre comunidade. É sobre aprendizagem. É mais que uma plataforma – são as estórias que contamos e o jeito que as compartilhamos. A fronteira entre o que é real e virtual é um estado de espírito. Nós aprendemos em todo lugar e você já está aqui.
Aqui tudo está à sua volta:

• Aqui é onde encontramos grandes sucessos e mesmo fracassos.
• Aqui é onde expandimos nossas fronteiras.
• Aqui é onde tocamos o que é importante para aqueles a quem ensinamos.
• Aqui é onde aprendemos e vivemos e jogamos.

Então diga-nos como você aprende e ensina. Conte-nos suas estórias do que funciona bem e o que pode ser feito melhor. Onde o aprendizado ocorre para você? A quem você ensina? Como você mantém a atenção de aprendizes? Por quê aprender no mundo virtual é importante para você? Qual é o aprendizado-chave que você quer compartilhar com outros?

Inscrições se encerram até não mais tardar que 23:59 PM, Terça-Feira, 15 de Fevereiro, 2011. http://conf.wbpe.org

Correntes de Propostas

1. Apresentações Teóricas e de Pesquisa
2. Apresentações Informais e Baseadas em Conteúdo
3. Oficinas e Tutoriais
4. Exploração de Mundos Virtuais
5. Apresentações de Painéis e Mesas-redondas
6. Ferramentas e Produtos
7. Jogos e Simulações
8. Pôsteres
9. Machinima
10. Feira dos Adolescentes

O seguinte é uma descrição das Correntes de Propostas:

A. Apresentações Teóricas e de Pesquisa

O foco dessa corrente é em pesquisa formal que fornece evidências das melhores práticas para ensino/aprendizagem em mundos virtuais 3D. Nós estamos interessados numa ampla gama de assuntos. Tópicos podem incluir, mas não estão limitados à, uso de tecnologia de mundos virtuais, realidade virtual, realidade aumentada, ambientes distantes e dirigidos, fundidos e misturados, e/ou o uso da plataforma de jogos tais como World of Warcraft (WoW) e outros MMORPGs.

Tempo de Apresentação: 50 minutos incluindo Perguntas e Respostas

B. Apresentações Informais e Baseadas em Conteúdo

O foco dessa corrente é na distribuição de informações a respeito do uso da tecnologia do mundo virtual para ensino/aprendizagem. Nenhuma pesquisa formal é exigida. Esta corrente fornece evidências anedóticas de melhores práticas. Propostas podem focar o uso da tecnologia em mundos virtuais , realidade virtual, realidade aumentada, ambientes distantes e dirigidos, fundidos e misturados, e/ou o uso da plataforma de jogos tais como World of Warcraft (WoW) e outros MMORPGs.

Tempo de Apresentação: 50 minutos incluindo Perguntas e Respostas

C. Oficinas e Tutoriais

Um Tutorial é planejado para ampliar as habilidades e conhecimento dos participantes. Sessões devem ser concebidas de maneira à apresentar uma estrutura para se aprender uma nova área ou fornecer treinamento técnico avançado.

Propostas de tutoriais devem incluir o propósito do tutorial, clara descrição dos objetivos, público-alvo incluindo o nível de experiência e prerequisitos, bem como requisitos e necessidades do espaço virtual.

Tempo de Apresentação: 50 minutos incluindo Perguntas e Respostas

D. Exploração de Mundos Virtuais

Second Life é um das muitas tecnologias de mundo virtual. Essa corrente inclui passeios turísticos à espaços no Second Life outros mundos sociais virtuais ou MMORPGs. Propostas devem fornecer informação referente ao mundo virtual à ser visitado, descrição de atividades e quaisquer exigências para participação.

Tempo de Apresentação: 20 minutos de introdução + 90 minutos de visitação incluindo Perguntas e Respostas

E. Apresentações de painéis e Mesas-redondas

Um painel baseia-se em 2-4 pessoas apresentando suas visões acerca de um tema, questão ou problema em comum, para então discuti-los com os participantes. A apresentação deve fornecer aos participantes a oportunidade de ouvir argumentos embasados e razoáveis sobre tópicos pertinentes vistos a partir de uma variedade de pontos de vista. Apresentadores ou responsáveis pelos painéis devem levar não mais que 40, de um total de 80 minutos para apresentarem seus casos e então guiar os participantes por uma discussão e série de perguntas e respostas.

Tempo de Apresentação: 80 minutos incluindo Perguntas e Respostas

F. Ferramentas e Produtos

Divulga e promove ferramentas inovadoras que permitem que educadores criem ambientes de pesquisa e ensino/aprendizagem, aprendizado ampliado, e que possibilitam que participantes do mundo virtual funcionem com facilidade. Essa corrente foca o recém-ingresso e o praticante experiente a fazer escolhas informadas ao selecionar ferramentas e produtos.

Tempo de Apresentação: 80 minutos incluindo Perguntas e Respostas

G. Jogos Interativos e Simulações

O foco dessa corrente é desenvolvimente e implementação de atividades específicas, jogos e ambientes simulados que aumentam a interação do aprendiz com os outros e aumento do envolvimento. Participantes terão oportunidades de participar em atividades baseadas em projetos. Jogos interativos e apresentação de Simulações também podem incluir:

• Propósito da demonstração
• Descrição da atividade com a qual os participantes se envolverão
• Clara descrição dos objetivos
• Público-alvo
• Localização onde a atividade pode ser encontrada antes da conferência
• Considerações especiais para preparo/desmontagem.

Tempo de Apresentação: até 110 minutos incluindo Perguntas e Respostas

H. Pôsteres

Sessões de pôsteres fornecerão à educadores, pesquisadores e criadores um fórum onde eles poderão apresentar e discutir seus trabalhos e rede de contatos com outros trabalhando em projetos similares. O espaço será alocado para expositores educacionais demonstrarem seus serviços ou projetos-chave. Estes espaços serão limitados a 256 metros quadrados e 100 prims. Audiovisual estará disponível, mas é pedido que o uso de som seja mantido o mais baixo possível.

I. Machinima

Machinima é vídeo gravado em tempo real em mundos 3d interativos e jogos de vídeo tais como Second Life, World of Warcraft, e mesmo Club Penguin. O propósito dessa nova corrente é promover a produção e uso de Machinima e produção de filmes virtuais em Educação. Machinima é um método que permite que educadores, pesquisadores e estudantes criem um conteúdo num ambiente virtual. Esse conteúdo pode, então, ser usado em ambientes virtuais, tradicionais ou fundidos. A corrente de Machinima é consistida de dois componentes:

Parte 1: O primeiro componente é para apresentações tradicionais de conferências no uso de Machinima em Educação

Tempo de Apresentação: não deve exceder 110 minutos incluindo Perguntas e Respostas

Parte 2: Encorajar a produção de Machinima e o crescimento de uma comunidade de educadores, pesquisadores e estudantes que produzem machinima, VWBPE organizará um festival e exibição de Machinima durante a conferência de 2011.

Para especificações mais detalhadas a respeito das exigências para cada parte, favor visitar a página de Machinima em http://www.vwbpe.org/calls/machinima

J. Feira dos Adolescentes

Esta corrente da Conferência foca o adolescente no uso de mundos virtuais, criados por ambos adolescentes e seus professores/conselheiros, como métodos de aprendizagem. Participantes compartilharão suas melhores práticas, momentos de aprendizagem/sucesso, e como eles foram capazes de envolver seus adolescentes em oportunidades de aprendizagem. Adolescentes também são encorajados a enviarem seus projetos estudantis como parte dessa corrente. Exemplos devem incluir:

• Juventude e Tecnologia (discussão de painéis pra adolescentes e por adolescentes)
• Desafio de Criação de Conteúdo (Construções, ferramentas, machinima etc.)
• Tecnologias Combinadas (Blending Web e 3D)
• Feira Virtual (Demonstraçções – sessões de pôsteres de feira de ciências)

Tempo de Apresentação: Conforme exigido

Enviando uma Proposta de Conferência

Se você ainda não sse cadastrou para enviar uma proposta, por favor visite http://conf.vwbpe.org/index.php/VWBPE/11/user/account e cadastre uma conta de conferência. Se você já tem uma conta, você pode acessar http://conf.vwbpe.org/index.php/index/index/login.

Certifique-se, como parte de seu envio, de que você:
• Claramente estabelece um título
• Claramente estabelece a Corrente
• Fornece um resumo de 50-100 palavras que (a) Indica como seu trabalho ilustrará belhores práticas em educação; (b) Indica as conclusões/objetivos de aprendizado que os participantes devem esperar de suas sessões; (c) Descreve como seu trabalho pode ser aplicado a um setor em particular, ou a muitos setores da educação i.e. K-12, grandes universidades, faculdades comunitárias, aducação para adultos etc.
• Inclui links para websites relevantes ou material digital que vocÊ compartilhará
• Quaisquer informações adicionais requeridas para revisão, calendário ou logística
• Considerações especiais (idioma de escolha, preparação extendida, tempo de desmontagem

Apresentações que devem ser submetidas para outras conferências (tais como SLOC) são aceitáveis desde que o(s) autor(es) possam claramente mostrar como seus materiais tem sido significantemente atualizados e ampliados desde que foram apresentados pela última vez

Se um grupo de apresentadores quer estabelecer um caminho de mini-idioma específico, favor contatar os organizadores da conferência antecipadamente para tanto. A Conferência VWBPE encoraja participação ao redor do mundo independentemente do Idioma.

Recebimento de Notificação

Você receberá uma mensagem indicand o recebimento de sua proposta quando ela for enviada

Recebimento de Aceite

Sua proposta irá para um processo de revisão pareada. Você receberá notícia após revisão pareada que sua proposta foi ou a) aceita sem mudanças b) aceita com mudanças c)rejeitada como não sendo adequada para a conferência. A notificação de rejeição não significa que você não pode enviar outras propostas uma vez mantidos as metas e alvos da confernência.

Envio de papers para publicação somente e não apresentados durante a conferência não serão aceitos

Envio para Publicação de Papers

Se você gostaria de enviar sua proposta como Paper para o Journal of Virtual Studies, favor visitar a fonte aberta da página de Periódicos da Rockliffe University em http://ejournal.urockcliffe.com/. Seu Paper, se aceito, será publicado na edição imediatamente eguinte à Conferência. Por favor note que o aceite na VWBPE não garante aceite no Periódico bem como o envio do Periódico não garante o aceite na Conferência.

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Visita a Campo Grande

Acabo de chegar de Campo Grande. Na segunda e terça-feira iniciei um curso para os tutores do Portal Educação, que continuará à distância por 1 mês no inovador AVA 2.0 desenvolvido por eles. Cf. Portal Educação recebe a visita de João Mattar.

Na quarta pela manhã, comecei outro curso para os designers do Portal Educação, que também continuará virtualmente por 1 mês no AVA 2.0.

Na quarta à tarde, tive o prazer de ministrar uma rápida palestra no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, para onde devo retornar brevemente para ministrar um curso de tecnologia educacional. Houve várias perguntas e muito interessantes.

Campo Grande vai se tornando assim uma cidade que devo visitar várias vezes neste ano.

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Creating Graphics for Learning and Performance

Lohr, L. (2008). Creating graphics for learning and performance: lessons in visual literacy (2nd ed.). Upper Saddle River, NJ: Pearson Education. Resenha de João Mattar.

Este é o livro-texto para a disciplina Instructional Message Design que estou cursando neste semestre na Boise. Resenharei o livro na ordem em que for lendo.

O Preface faz uma apresentação do livro e indica seu Companion Website.

Part 1: Foundations

Chapter 1) Visual Literacy for Educators and Performance Specialists define alfabetização visual (visual literacy) como a habilidade para compreender, usar e criar eficientemente com imagens. Lohr diferencia o design de mensagens visuais para a performance (tarefas imediatas) do design de mensagen visuais para a educação (memória de longa duração). No contexto de instrução e desempenho, a alfabetização visual é descrita como a habilidade para trabalhar com ferramentas (tipos, forma, cor, profundidade e espaço) e ações (contraste, alinhamento, repetição e proximidade) para influenciar a aprendizagem e a performance. Mais especificamente, a alfabetização visual pode ser descrita como ferramentas e ações necessárias para facilitar processos cognitivos de seleção, organização e integração, que serão explorados no livro.

O capítulo apresenta também as críticas de Edward Tufte ao uso de powerpoint, em PowerPoint Is Evil e na interessante análise de um slide utilizado pela NASA durante o acidente com o Columbia em 2003.

O livro utiliza o recurso de 4 personagens: Antonio, um professor da 6 série; Sylvia, o designer instrucional e treinador; Zack, o programador de computador e artista gráfico; e Latisha, o instrutor de faculdade e escritor técnico.

É também apresentada a taxonomia de Levin para as funções instrucionais de imagens: (a) decoração, (b) representação, (c) organização (da informação), (d) interpretação (que ajudam a compreender conteúdos complexos) e (e) transformativa (que ajudam na memorização e facilitam o processo de pensamento – ajudam mais na compreensão do que na apresentação do conteúdo).

Chapter 2) Getting Started define edu-junk como o lixo educacional que envolve o uso exagerado de clip art, bordas, sombreamento, textos em letras maiúsculas, textos centralizados e Word Art. Na p. 30 é apresentado 1 slide de powerpoint que supostamente informaria sobre um problema potencial com o Challenger, mas o texto é confuso e a informação principal fica escondida. Ao lado, é proposto um gráfico em que a informação é transmitida com muito mais clareza. O desafio do DI estaria então em trabalhar o design da mensagem, não simplesmente usar um software. Durante o capítulo são apresentados vários exemplos de comunicação visual inadequada de mensagens acompanhados de seu redesign. No design da mensagem instrucional pode-se tornar um produto ou visual mais fácil de entender e mais atrativo. São também apresentados os 3 princípios que guiarão o livro: seleção, organização e integração, e 4 regras, levando em consideração que muitos têm dificuldade na elaboração de mensagens visuais: não seja tão duro com você quando cometer erros; brinque um pouco; inspire-se; e revise bastante.

Chapter 3) Visuals and Learning começa com uma série de definições de conceitos que serão utilizados durante o capítulo, o que ocorre em todo o livro. Segundo o texto, pesquisas demonstram que os indivíduos possuem um memória melhor para imagens do que para palavras. O efeito de superioridade da figura refere-se à recordação mais desenvolvida que as pessoas têm para imagens do que para palavras, após 30 segundos de exposição. A combinação de palavras e visuais parece ajudar no aprendizado, especialmente quando as figuras são relacionadas à informação textual.

A teoria da carga cognitiva descreve a energia mental necessária para pensar ou processar informação, procurando adequar a apresentação do conteúdo à maneira como o aprendiz compreende aquele conteúdo. Muita informação, informação irrelevante, informação complexa etc. podem resultar numa elevada carga cognitiva, o que torna o aprendizado não eficaz. De outro lado, se a carga cognitiva é muito baixa, o aprendizado não é eficiente: muito pouco é coberto para fazer diferença, ou a mente não se envolve com a informação de uma maneira que o aprendiz se lembre e utilize a informação mais tarde, quando precisar.

A pesquisa em carga cognitiva descreve 3 categorias de peso para a memória: (a) intrínsica (intrinsic), a natureza do conteúdo e seu grau de complexidade, ou o grau necessário de interatividade com outros conteúdos para sua compreensão; (b) estranha (extraneous), barulho ou elementos de comunicação supérfluos que atuam como barreiras para a aprendizagem (p.ex. utilizar um grande número de fontes numa seção de texto); (c) relevante (germane), aquilo que o designer pode fazer para facilitar a carga ideal para o aprendizado.

A teoria do processamento da informação propõe a divisão da memória em 3 partes: sensorial (sensory), de trabalho (working) e de longo prazo (long-term). A memória sensorial e de trabalho são de curto prazo, limitadas a segundos, enquanto a memória de longo prazo seria ilimitada. A memória sensorial envolve a seleção e filtragem da informação, que nos permitem descartar o que não é necessário e focar na informação que é mais relevante, satisfatória e interessante. A memória de trabalho, que tem uma limitação de tempo e de espaço, administra e manipula informações. Um dos desafios da aprendizagem é como o aprendiz transfere informações da memória de curto prazo para a de longo prazo, e como as armazena para conseguir recuperá-las de maneira eficiente. O designer deveria trabalhar com os 3 tipos de memória em mente, procurando chamar a atenção para a informação importante (memória sensorial), refletir e trabalhar com a informação que foi selecionada (memória de trabalho) e associar novas informações com conhecimento prévio para tornar o aprendizado significativo (memória de longo prazo).

Nesta parte, o texto tem vários exemplos e figuras que, principalmente num livro que trata do aprendizado por imagens, deveriam ilustrar bem o conteúdo, mas chegam a ser um pouco confusos ou mesmo muito simplificados. Além de que, numa sociedade em rede, em que boa parte de nossa memória está fora de nós, em objetos e mesmo outras pessoas, essa detalhada teoria de processamento de informações que insiste na memória soa um pouco inadequada e ultrapassada para o design educacional.

É também explorada a teoria da codificação dual (dual coding) de Allan Paivio, que propõe que possuímos 2 sistemas separados de memória, que servem a diferentes tipos de informação: verbal (relacionada a sistemas de linguagem, auditivos e falas) e imaginal (incluindo informações relacionadas à memória visual, como figuras, e sons, gostos e pensamentos não-verbais). Processadores de informações verbais e visuais seriam bastante distintos, mas as informações em um processador poderiam ativar as informações no outro processador. Assim, a associação de um conteúdo nos 2 sistemas geraria maior capacidade de recordação.

O texto explora ainda a teoria do buffer episódico de Alan Baddeley, que sugere que a memória de trabalho é composta por um executivo central envolvido em focar, mudar a dividir a atenção. Essa função executiva monitora um visual sketchpad (onde imagens e relações espaciais são armazenadas por pouco tempo), um phonological loop (onde são armazenados linguagem e sons por pouco tempo) e um episodic buffer (interface entre as memórias visual/espacial e auditiva, ligando e integrando a informação). Os designers poderiam trabalhar para que a integração ocorresse em menos tempo.

Por fim, o capítulo menciona bastante o trabalho do psicólogo Richard Mayer, que desenvolveu a teoria da aprendizagem multimídia. Cf. p.ex. A Cognitive Theory of Multimedia Learning: Implications for Design Principles. Ele é o editor do The Cambridge Handbook of Multimedia Learning (2005) e do recente Handbook of Research on Learning and Instruction (2011), e autor de diversos livros, como Applying the Science of Learning (2010) e Multimedia Learning (2. ed. 2009), bastante citado no capítulo.

Interessado em como as memórias visual e verbal interagem (no buffer episódico), Mayer propõe diversos princípios para a aprendizagem multimídia, dentre os quais:

Princípio da contiguidade temporal: palavras e imagens devem ser apresentadas simultaneamente, e não distantes do texto a que se referem.

Princípio da redundância: animações devem ser acompanhadas de narração, mas não de narração e texto, já que utilizar a narração junto com um texto impresso que repete o que é dito na narração cria uma atenção dividida. É muito mais eficiente para o aprendiz ouvir palavras e ver uma animação correspondente, do que ler palavras, ouvir a narração e tentar também ‘ler’ a narração ao mesmo tempo.

Princípio multimídia: se possível, utilize figuras instrucionais, porque palavras e figuras são mais efetivas do que palavras sozinhas.

Princípio da coerência: reduza toda informação estranha porque mídias não-essenciais podem criar um efeito de atenção dividida.

Princípio das diferenças individuais: use imagens para ajudar aprendizes que têm um conhecimento prévio reduzido ou habilidade espacial elevada.

Mayer propõe que palavras e elementos visuais sejam utilizados para levar as pessoas a selecionar, organizar e integrar a informação de maneiras significativas. Há processos de seleção de informações conscientes e inconscientes (p.ex. as características e os limites das imagens são detectados primeiro – por isso podemos destacá-los do restante das informações visuais). A organização envolve a categorização e ordenação da informação na memória de trabalho, que pode ser estruturada sequencialmente, hierarquicamente ou de acordo com experiências passadas. A integração ocorre quando informações visuais e verbais relacionadas são mantidas na memória de trabalho ao mesmo tempo, o que facilita a transferência para a memória de longo prazo. O designer deveria trabalhar com todos esses níveis de memória.

Como todos os outros, o capítulo termina com a proposta de várias atividades.

Chapter 4) Process: ACE it with PAT apresenta o processo ACE – Analyze, Create e Evaluate utilizando o PAT (Principles, – seleção, organização e integração; Actios – contrate, alinhamento, repetição e proximidade; e Tools – tipo, forma e cor/profundidade) na fase de criação, que serão discutidos nos capítulos seguintes.

Part 2: Principles

Chapter 5) Selection apresenta o princípio da seleção baseado na combinação figura/fundo, com inúmeros exemplos interessantes. Nossa mente teria uma tendência em procurar diferenças entre a figura (a informação visual principal) e o fundo (que suporta a figura). A figura é aquilo em que estamos prestando atenção, e o fundo aquilo em que não estamos prestando atenção. Assim, como designers devemos fazer com que a informação mais importante se destaque. Mayer (2001) identificou 7 c’s de visuais instrucionais efetivos: concentrado (ênfase dos pontos essenciais tanto nas imagens quanto no texto), conciso (redução da informação visual para seu nível mais básico, essencial, para um aprendizado significativo), correspondente, concreto (elementos no visual que o tornam fácil de visualizar), coerente, compreensível e codificável. As características que têm a descrição entre parênteses relacionam-se com a tarefa cognitiva da seleção. Segundo Tufte (1983), devemos conversar a tinta dos dados, o essencial não apagável do gráfico, para informação importante, em vez de irrelevante ou insignificante.

O capítulo explora então 3 tipos de situações em que a relação figura/fundo interfere com a imagem instrucional, com vários exemplos: casos em que a figura compete com o fundo, em que a figura deveria ser o fundo e vice-versa (linhas muito fortes em tabelas, por exemplo), e em que a figura e o fundo geram uma ilusão de ótica.

O que você vê?

O fenômeno 1 + 1 = 3 ocorre quando duas figuras acabam se combinando para formar uma terceira, não prevista.

Novidades em excesso também acaba chamando a atenção do observador, o que pode levá-lo a ignorar as informações mais importantes.

Em alguns casos, pode ser interessante levar o aprendiz a organizar ele mesmo a informação em categorias de figura e fundo (estratégias generativas – como destacar conteúdo; criar mapas organizacionais, imagens mentais ou analogias; ou resumir em suas próprias palavras), o que poderia gerar um aprendizado mais profundo, mas para o autor em geral é mais adequado que o próprio designer já faça esse trabalho.

O destaque para a figura pode ser alcançado com tipografia, cor, espaço, forma e dimensão, que serão estudadas mais à frente.

Chapter 6) Organization é um capítulo bastante interessante, que explora a organização e hierarquia de mensagens visuais. Devemos chamar a atenção do nosso aprendiz para onde queremos que ele olhe primeiro, e depois guiá-lo na exploração da imagem. Sugere-se criar tabelas e gráficos simples para focar a atenção nos dados, não no container, evitar chartjunk, usar apenas em ocasiões especiais gráficos 3D e de torta, e utilizar imagens-fantasma (que dão a sensação de movimento), dentre outras orientações que, quando possível, incluo por aqui.

Chapter 7) Integration trabalha com 5 princípios da Gestalt: closure (a mente procura completar as imagens), contiguidade (a mente procura uma direção e continuará a seguir dicas de direção), similaridade e proximidade (a mente agrupa elementos em função desses princípios) e e experiência passada (que possibilitam o uso de símbolos, ícones etc.). O capítulo explora diferentes modelos de interfaces instrucionais: outline, livro, desktop e syllabus. Há também um interessante questionário para avaliar o design do ponto de vista do aluno e do professor (o aprendiz se sente confortável e bem-vindo? o aprendiz sabe como se mover pelo ambiente? há suporte para o processo de aprendizagem? o aprendiz recebe feedback adequado?). São preciosas as orientações gerais para design de interfaces, como p.ex.: mantenha a navegação clara (garanta que os usuários saibam onde estão, de onde vieram, como voltar ou sair se necessário, e como voltar para a home page); leve o usuário à informação o mais rápido possível; design para simplicidade (utilizando as mesmas estruturas de grid e layouts); garanta que você forneça feedback visual para qualquer ação do usuário (se clicar em alguma coisa nova, garanta que pareça nova). E várias outras dicas interessantes.

Part 3: Actions and Tools

Chapter 8) CARP apresenta 4 princípios básicos do design: Contraste, Alinhamento, Repetição e Proximidade, com vários exemplos. Pensando no contraste e tipografia, o livro sugere que é bom sempre ter uma fonte com serifa e outra sem, em variedade de pesos (black, black italic etc.), além de pelo menos uma fonte bem gorda e outra magra.

Chapter 9) From Type to Typography é um interessante capítulo que explora a Tipografia Instrucional: arte e ciência de utilizar letras individuais, palavras e passagens de texto para transmitir uma mensagem instrucional. O texto distingue legibility (legibilidade de curtas passagens de texto) de readability (legibilidade de longas passagens de texto). Algumas fontes são mais adequadas para cada um dos casos. São explorados (com várias imagens) conceitos como os de kerning, sans serif e serif, tipos e x-height. Os tipos são classificados em: Black Letter, Roman (old são fáceis de ler), Square Seriff (excelente readability, sendo a Georgia desenhada para a web), San Seriff (mais legible na web, utilizada para títulos tanto no impresso quanto no online, com Trebuchet e Verdana otimizadas para display em telas), Script/Cursive (difíceis de ler, mas a Lucida Handwriting é uma fonte muito rica) e Decorativos. Brinquei bastante com as fontes e suas variações, são incríveis os efeitos que conseguimos. Vários fatores interagem com a tipografia – as características do conteúdo e dos aprendizes, o formato do curso, as cores dos outros elementos, o ambiente de aprendizagem etc. É interessante gerar contraste entre títulos e texto. São também propostas regras para preparação de material que será projetado, como slides de powerpoint, relacionando o tamanho do texto com a distância com que o material será projetado.

Chapter 10) Shape é um curto capítulo que mostra como formas simples (retângulos, quadrados, triângulos, linhas etc.), disponíveis em praticamente qualquer programa, podem se tornar poderosos recursos para transmitir mensagens visuais. Formas podem ser usadas para indicar unidade, processo, sistemas, implicar harmonia, focar a atenção, conter informação, facilitar comparações, mostrar hierarquia, separar e definir, traçar conexões, denotar emoções e volume, mostrar movimento e direção, tornar uma imagem atraente etc.

Chapter 11) Color, Depth, and Space explora o uso de cor, profundidade e espaço em mensagens instrucionais. O uso de cores é explorado do ponto de vista fisiológico, psicológico e de aprendizado, e o capítulo tem um encarte com várias ilustrações coloridas. A profundidade se refere a escala (peso e proporções relativas), dimensão (sombra) e textura (detalhes). O espaço é uma ferramenta de design que muitas vezes não é reconhecida dessa maneira. São explorados espaço em branco (que pode ser de outras cores), trapped space (espaço inadequado que acaba chamando a atenção), simetria e assimetria.

Resources

Chapter 12) Resources apresenta glossário e diversos recursos (hardware e software) para produção de imagens e gráficos. Há a menção, dentre várias outras referências, ao processador visual SmartDraw, à International Visual Literacy Association (IVLA), à AIGA the professional association for design e à Human Computer Interaction (HCI International). Há também uma discussão sobre direitos autorais, com ref. a Reproduction of Copyrighted Works by Educators and Librarians e Stanford Copyright and Fair Use Center.

O livro termina com um Index.

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Revistas Eletrônicas que aceitam trabalhos de Iniciação Científica

Recebi uma lista do Setor de Pesquisa da Pró-Reitoria Acadêmica da Universidade Anhembi Morumbi e resolvi ampliá-la. Você conhece mais alguma revista eletrônica que aceita trabalhos de alunos de iniciação científica?

ICCEEg (Revista Jr de Iniciação Científica em Ciências Exatas e Engenharia – destinada à publicação de artigos escritos por acadêmicos de cursos ligados as ciências exatas e engenharia, de acesso livre.

Revista de Iniciação Científica da FFC – Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP. Só aceita trabalhos de alunos de graduação, com orientador.

Iniciação Científica Cesumar – Centro Universitário de Maringá. Multidisciplinar, destina-se, prioritariamente, à publicação de artigos originais produzidos por discentes e orientadores vinculados aos programas de iniciação científica do Cesumar e de outras Instituições de Ensino Superior localizadas no país e no exterior.

Revista de Iniciação Científica da UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense. Pelo que entendi, só aceita trabalhos de alunos da própria instituição.

PublICa – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Parece ser restrita a trabalhos de pesquisas de graduandos bolsistas do CNPq, PROPESQ/UFRN, agências de pesquisas nacionais e internacionais e alunos voluntários cadastrados em Grupos de Pesquisa.

Iniciacom – Revista Brasileira de Iniciação Cientí­fica em Comunicação – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Trabalhos vinculados ao universo da comunicação social.

Revista Iniciação Científica – Centro Universitário Newton Paiva. Pareceu-me que está parada.

Revista Multidisciplinar de Iniciação Científica – Instituto de Ensino Superior COC – Ribeirão Preto. Pareceu-me que está parada.

Revista Eletrônica e Iniciação Científica – Sociedade Brasileira de Computação. Trabalhos de graduação ligados a computação.

Revista Anagrama – Universidade São Paulo – USP. Temas relacionados à mídia, imprensa e comunicação social a partir de uma ótica interdisciplinar. A principal meta é divulgar a produção acadêmica dos graduandos de qualquer área do conhecimento.

Revista Ciências Administrativas – Universidade de Fortaleza. Pareceu-me parada.

Revista da FAE – Centro Universitário Franciscano do Paraná. Temas que se refiram a ferramentas, técnicas e teorias relacionadas à gestão de negócios (incluindo produção) e à função das organizações no processo de desenvolvimento local (incluindo sustentabilidade). Aceita trabalhos teóricos e estudos de caso.

Revista Fronteira – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Relações Internacionais

Revista DAPesquisa – Revista do Centro de Artes da UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. Temas: artes cênicas, artes visuais, música, moda e design.

Revista de Pesquisa em Artes “O Mosaico” – Faculdade de Artes do Paraná

Revista Interdisciplinar Científica Aplicada (RICA) – IBES/SOCIESC. Ciências Sociais Aplicadas com visão interdisciplinar.

REDIGE – Revista Design, Inovação e Gestão Estratégica. Artigos que abordem questões de interesse estratégico para o desenvolvimento da cadeia têxtil, de confecção e de suas interseções com outras atividades econômicas e industriais.

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Guia de Educação a Distância

Já está disponível o meu novo livro Guia de Educação a Distância, publicado pela Cengage Learning.

É um livro de bolso com 116 páginas, dedicado aos meus queridos amigos Marco Silva, Eliane Schlemmer, Susane Garrido e Fernando Gianinni.

PREFÁCIO

Atuar, viver, respirar a Educação a Distância é algo viciante e contagiante. Os anseios, sonhos e expectativas de quem atua nesse meio se repetem e se encontram de forma constante sem prévio aviso, ponto de encontro ou hora marcada.

Foi assim que conheci João Mattar, o meio uniu nossos trabalhos, ideias e expectativas. Nosso primeiro encontro presencial foi em um restaurante onde o prato principal foi a Educação a Distância (EaD).

Bastou uma rápida conversa com o João para perceber o visionário que é. Um pensador prático, ousado e fiel às suas crenças. Seus livros são leitura obrigatória para aqueles que desejam navegar no universo da educação tendo suas naves de inovação e tecnologia como aliadas, e sendo o professor o capitão primordial dessa grande aventura.

Este guia, no qual tenho a honra de escrever o prefácio, é um grande diário de bordo para quem deseja se aventurar nesse universo de possibilidades, em que a imaginação e a criatividade não têm limites para a Educação.

Sem limites e sem distância. É isso que os avanços tecnológicos e a inovação constante proporcionam à Educação a Distância. Os avanços vieram, mas o grande maestro, o grande capitão dessa nave, continua sendo o professor. Ter professores com competências, atitudes e habilidades para conhecer e aplicar essa mudança de paradigma é essencial para a evolução do ensino-aprendizagem.

Atualmente, os estudantes não leem manual de instruções, aprendem jogando, são inquietos, críticos, fazem comentários, geram conteúdos, interagem, questionam, concordam, discordam, protestam, denunciam, expõem seu ponto de vista. A centralização do poder foi derrubada pela democratização da informação, e, também, o professor que ainda não refez seus conceitos.

Em poucas páginas o leitor entenderá rapidamente a história da EaD, o conceito de ambientes virtuais de aprendizagem, mídias, formas de avaliação em EaD, antipirataria, professor e produção de conteúdo, currículos flexíveis, mundos virtuais, games, mobile learning, work-based learning, livros eletrônicos, entre diversos assuntos abordados por Mattar. Assim, passo a questionar se realmente é um simples guia, por tão completa abordagem das imensas possibilidades da Educação a Distância.

Parabéns João, sempre um prazer viajarmos na mesma nave!

Ricardo F. Nantes
Presidente do Portal Educação
Mestre em Saúde Coletiva
Pós-graduado em Educação a Distância (EAD)
Pós-graduando em MBA Executivo em Gestão Empresarial
Comendador da República Brasileira

Onde Comprar?

relativa.com.br

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Softwares para Videoconferência

Uma lista (em ordem alfabética) de softwares que podem ser utilizados para vídeo e webconferência (espero aumentá-la e comentá-los daqui por diante):

Adobe Connect

Avistar

BigBlueButton – cf. demos

Blue Train

Calliflower

camfrog

Digital Samba

Dimdim – em extinção

Elluminate

FlashMeeting

Fresh Voice

Fuze Meeting

Glance

Google Voice

GotoMeeting

iLinc

InstantPresenter

Koowy

Lotus Sametime

Lotus Sametime Unyte

Meebo

MegaMeeting.com

Microsoft Office Online

Nefsis

OmNovia

Oovoo – cf. Demos

paltalk

Persony

Spreed

skype – cf. Video calling on skype & Group video calling

SlideLive

TokBox

Vidyo

Vivu – cf. Demo &:

Voxwire

vyew

Vmukti

webex

Wimba

Wizik

Yugma

Zoho Meeting

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Instructional Message Design

Começo amanhã no Edtech (Departamento de Tecnologia Educacional) da Boise State University a disciplina Instructional Message Design, cujo professor é o Dr. Yu-Chang Hsu. Já criei uma categoria aqui no blog, Edtech506, para compartilhar mais uma vez a experiência com vocês.

Exploraremos a aplicação de teorias da aprendizagem, percepção e comunicação, de princípios da alfabetização visual e de técnicas de design de imagens/gráficos no desenvolvimento de material educacional que utilize tecnologia. Exploraremos também como escolher e combinar representações textuais e visuais para comunicar efetivamente informações educacionais.

O texto básico é:

Lohr, L. (2008). Creating graphics for learning and performance (2nd ed.). Upper Saddle River, NJ: Pearson Education, que resenharei por aqui para discutir com vocês.

Leitura opcional:

Clark, R.C. and Lyons, C. (2010). Graphics for learning: Proven guidelines for planning, designing, and evaluating visuals in training materials (2nd ed.). November 2010, Pfeiffer. Infelizmente, já tinha comprado no ano passado a 1.ed. (2004), que também resenharei por aqui.

Usaremos o Moodle, blogs, Twitter (acompanhe a hashtag #edtech506 para exemplos de design tirados da vida real por parte dos alunos do curso) e programas como o Fireworks para edição de imagens. É também sugerida a assinatura do lynda.com para treinamento de softwares, que farei a partir de amanhã.

Será um prazer ter sua companhia nesta viagem!

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