REM – Estratégia muito interessante

Caras e Caros:

Li um artigo muito legal hoje, no ReadWriteWeb (faz tempo que não falava dele por aqui), sobre o REM. Eu gosto deste grupo, apesar de não conhecer tudo.

O REM vai lançar um álbum (Accelerate) em Abril, e em vez de deixar o cliente pagar o que quiser pelo álbum (já andei falando por aqui desses diferentes e interessantes modelos para a indústria da música, como o Radiohead), disponibilizou na Internet vídeos da preparação e ensaio da primeira música, Supernatural Serious.

O site é muito legal, um design simples e interessante de Flash, você passa o mouse em cima do vídeo e já começa a assisti-lo.

Os vídeos são meio livres para mixagem (a licença parece que é meio confusa), mas já tem um lugar no YouTube para compartilhar as edições que você quiser fazer.

Este é um dos vídeos:

A idéia é genial por vários ângulos. Parte do álbum (que no fundo não é parte, é metalingüístico, vídeos que remetem a um álbum que ainda não saiu) é disponibilizada para todos sem custo, o que é a bola da vez. É sem dúvida também uma grande jogada de marketing, porque o consumidor potencial do álbum recebe um material sobre o álbum e pode ficar brincando com ele, e assistindo também os outros brincarem. Pelo próprio exercício de modelagem dos usuários (e potenciais compradores), um álbum que ainda não existe começa quase a se materializar – e quando ele sair, o seu potencial comprador já estará tão familiarizado com ele, que será muito natural ele comprá-lo. A estratégia aproveita também o potencial viral da Internet – muito pouco foi gasto para uma promoção monstruosa, porque os vídeos fazem praticamente parte do trabalho, e o resto é Web. As pessoas também já se acostumam com uma música do álbum. E assim por diante.

Vamos esperar o resultado, mas criativo e inovador certamente é muito. O artigo diz que este pode ter sido um passo de um grupo forte, que pode ser seguido por muita gente. Estas discussões interessam muitíssimo para a educação, pois estamos vivendo uma ruptura na nossa relação com o conteúdo em vários sentidos: financeiro, de posse, do ponto de vista do direito etc. Acho que temos muito o que refletir sobre o que está acontecendo na indústria da música.

É legal ler um post ouvindo rock (ou você não clicou no vídeo?)

Passeando pelo YouTube, assisti a este outro vídeo do REM, que é show:

E que tal assistir Man on the Moon ao vivo??

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Online Office

Foi publicado recentemente na InfoOnline um artigo , Escritório? Tá na Web, que discute o uso dos pacotes Office Online nas empresas e em educação.

São mencionados Aprex, Google Docs e Zoho, que vêm sendo utilizados nas empresas para diversas funções, como comunicação com representantes, emissão de lista de preços (que os distribuidores podem acessar sempre que quiserem, e de onde estiverem), armazenagem virtual de arquivos para empresas de softwares (de onde os instaladores os baixam para instalar softwares em seus clientes, sem a necessidade de CDs) etc.

A Faculdade Impacta de Tecnologia, por sua vez, tem testado o potencial do Aprex no ambiente educacional.

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Mães estressadas, filhos esquizofrênicos

Há alguns dias, li no Time um artigo muito interessante (e triste) da Dora Song: Stressed Moms, Schizophrenic Kids.

Segundo pesquisas recentes, o stress emocional agudo durante os primeiros meses delicados da gravidez de uma mulher pode prejudicar severamente o neurodesenvolvimento de seu filho, levando a um risco elevado de esquizofrenia mais tarde na sua vida.

E os cientistas acreditam que o stress agudo na gravidez deve ter o mesmo efeito na futura depressão ou outras desordens mentais, e conseqüências sociais como a criminalidade e mesmo o casamento.

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EDTECH 597: Teaching and Learning in Second Life – 3rd Class – 07 Feb. 2008

Na semana passada conheci o impressionante Jardim Botânico:

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Na terceira aula, tivemos que escolher dois lugares para visitar e avaliar se eles seriam ambientes de aprendizado mais ou menos formais .

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A Silver, para variar, estava muito bonita.

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Dei uma passadinha depois por todos.

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Black Swan

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Não explorei muito.

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IBM Codestation parcel 2

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Um local interessante, com auditório aberto etc.

Tem uma interessante Biblioteca de Scripts gratuita.

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Solarium – Virtual Reality Room

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Acabei explorando mais um espaço de xadrez, ao lado!

Aí, fui procurar outros lugares para jogar xadrez.

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Virtual Hallucinations

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Você faz um percurso sentindo o que um esquizofrênico sente (ouvindo vozes, vendo coisas etc.)

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Greenies Home

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Uma caverna subterrânea muito maluca que depois chega em uma casa, e depois vira uma terra de gigantes.

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Visit Mexico

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Informações arqueológicas

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Esperance – Thursday’s Fictions Grove

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Um lugar muito interessante, sobre reincarnação, com vídeo etc., você acaba passando pelo Purgatório, parece o caminho da Flauta Mágica. Tem que dizer algumas senhas para conseguir entrar em alguns lugares, é incrível a viagem!

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English Village, da qual falei no Second Life e Web 2.0 na Educação.

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NMC – New Media Consortium – campus

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Esperance Island – The Australian

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A interessante sala de som fala do Nicecast Broadcast, para usar streaming de áudio no Second Life.

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O que se falava da Net, que não havia mais um caminho único como nos livros, é potencializado no Second Life: você precisa explorar os ambientes, cada um explora do seu jeito, então, do ponto de vista pedagógico, cada um constrói seu próprio caminho do conhecimento. Isso nos ambientes mais criativos, pois ainda há prédios no SL iguaizinhos à RL (Real Life, ou Vida Real).

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Tem vários textos para ler nesta semana, que vou comentar em seguida.

Livros:

Games And Simulations in Online Learning: Research and Development Frameworks (está para chegar para mim) já chegou e estou resenhando em um post separado.

Digital Game-Based Learning (vai demorar um pouco mais)

e o Guia Oficial do Second Life, já traduzido para português, que é leitura para o curso todo (vem com um CD com coisas interessantes mas que ainda nem abri, mas estou lendo o livro em inglês e logo resenho).

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Online:

Brown, E., & Cairns, P.A. (2004). Grounded Investigation of Game Immersion, Conference on Human Factors in Computing Systems. Human factors in Computing Systems, 2004, Vienna, Austria.
Pequeno artigo sobre imersão em games. A partir da entrevista com 7 gamers e de referências teóricas, os autores procuram discutir o significado da palavra imersão e dividem a experiência da imersão em 3 estágios: engagement, engrossment e total immersion.

Johnson, L.F., & Levin, A.H. Virtual Worlds: Inherently Immersive, Highly Social Learning Spaces.
Um pdf não muito longo discutindo aspectos dos mundos virtuais. É preciso primeiro adquirir algumas habilidades para então conseguir explorar adequadamente os mundos virtuais e, do ponto de vista do aprendizado, enxergar mais o potencial pedagógico da ferramenta. O artigo então reflete sobre usos dos mundos virtuais como física atômica, representação de papéis históricos (e a experiência de tomar decisões no curso da história), role playing, estudos de casos, línguas estrangeiras, simulação, teatro, interação e relação social.
Uma passagem interessante: “[...] uma pessoa que coloca o seu avatar em um espaço virtual está se estendendo para aquele espaço.” Quando um avatar chega muito perto de você, incomoda. E outra passagem para registrar: “Virtual world platforms have evolved over the past several years into highly flexible, configurable blank canvases for teachers to design new sorts of learning. These experiences, if designed by someone who is truly understanding and appreciative of the form, can be compellingly immersive and very engaging.” Professores que dominem os ambientes virtuais têm a possibilidade de desenhar novas formas de aprendizado, poderosas e imersivas.

HIEMSTRA, Roger (Ed.). Creating Environments for Effective Adult Learning. San Francisco: Jossey-Bass, 1991. É Número 50 do New Directions for Adult and Continuing Education, Summer, todo online.

Cap. 1 – Aspects of Effective Learning Environments
Há uma definição de ambientes de aprendizagem, focada no aprendiz adulto: “A learning environment is all of the physical surroundings, psychological or emotional conditions, and social or cultural influences affecting the growth and development of an adult engaged in an educational enterprise.”
Ou seja, ambiente inclui elementos físicos, psicológicos, emocionais, sociais e culturais.

Cap. 2 – A Conceptual Model for Understanding the Physical Attributes of Learning Environments
Discute aspectos físicos dos ambientes de aprendizagem.

Cap. 3 – Where We Learn Shapes Our Learning
Também discute aspectos físicos dos ambientes de aprendizagem.

Cap. 10 – Toward Building More Effective Learning Environments
O capítulo final faz algumas recomendações em relação aos espaços de aprendizado, como que os alunos controlem o espaço de aprendizado, e sugestões para pesquisas futuras.

Virtual Worlds – What are They and Why do Educators Need to Pay Attention to Them?
Wiki sobre o uso de Mundos Virtuais em Educação, com inúmeros links.
Veja, p.ex., o vídeo sobre o Home, para PlayStation3:

O Virtual World Resources tem vários links para mundos virtuais, assim como o próprio wiki.

No wiki há uma pergunta: “Por que os educadores precisam prestar atenção nos mundos virtuais 3D online?” e várias respostas.

Clark Aldrich’s Style Guide for Serious Games and Simulations.
O blog se define como: “A Free, Online Reference to the Subversive New Media and Language of Learning to Do, not just Learning to Know”.
Os posts com o label Examples mostram e discutem vários exemplos de utilização de games em educação, mas é um pouco difícil de ler (por causa da estrutura e dos diversos links) e no fundo não fala apenas de games.

Second Life is not a teaching tool.
Pequeno post em blog criticando o uso do SL em educação, que além de estar muito datado (11/2006), no fundo não diz nada. Há um interessante link para um podcast da Business Week.

Clarke, M.A., (2005). Creativity in Modern Foreign Languages Teaching and Learning, Subject Perspectives on Creativity, Higher Education Academy.
Arquivo de Word sobre o uso de criatividade no ensino de línguas.

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Second Inventory

O Second Inventory é uma ferramenta para backup e gerenciamento de seu inventário no Second Life.

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Entretanto, já li dois comentários de que o produto ainda está numa fase de adaptações e tem problemas a serem resolvidos.

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Investimentos & EaD

Um artigo recente na Folha Online, Grupos apostam em aquisições e cursos a distância, analisa brevemente a situação do mercado de educação no Brasil.

Os grandes grupos preparam-se para um forte crescimento da EaD. Grupos estrangeiros têm investido na educação brasileira e temos assistido a vários casos de abertura de capital.

São mencionados no artigo a UNIP, a Estácio, o Grupo Anhangüera (que recentemente comprou a UNIDERP), a COC e a Faculdade Pitágoras.

Aí tem uma passagem muito interessante no artigo, que reproduzo a seguir (três parágrafos):

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“O ensino a distância permite, após forte investimento inicial, oferta de muitas vagas com baixo custo, pois não é preciso manter muitas salas, por exemplo. De acordo com o consultor Carlos Monteiro, algumas instituições poderão oferecer cursos a R$ 50.

Mas, para isso, terão de massificar o ensino, oferecendo o mesmo ‘pacote’ para diversas regiões do país. ‘Isso pode desagradar os alunos’, diz.

‘De fato, será possível oferecer cursos a R$ 50. Mas qual será a qualidade?’, questiona o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, Fredric Litto. Ele diz que, para baixar tanto, provavelmente as instituições não contarão com materiais didáticos e professores (tutores) de boa qualidade.”

*

Essa passagem merece uma boa reflexão. O modelo do ‘após forte investimento inicial’ nós já conhecemos bem: é o modelo da EaD focada no conteúdo, que acredita que a função da EaD é simplesmente produzir alguma coisa e e então distribuir essa coisa – depositar (da maneira mais barata possível) na cabeça dos alunos. Não é o único, nem o mais adequado.

Mas aí alguém pode dizer: bom João, você com seu idealismo! Temos um sério problema de educação no país, muita gente precisa (e quer) ser educada mas não tem dinheiro para pagar, então a EaD pode ser a salvação, porque oferece a mesma coisa a custo mais baixo. Mas que mesma coisa? Dependendo do modelo adotado, talvez não ofereça muita coisa. Mas nem do ponto de vista financeiro, administrativo (deixando de lado qualquer preocupação pedagógica), esse modelo do ‘após forte investimento inicial’ me parece o mais adequado – ou seja, é possível, com outros modelos, alcançar até mais lucro, agradar a todos os stakeholders da educação etc. Discuti bastante isso nos meus 2 últimos livros.

Além disso, ‘após forte investimento inicial’ não tem relação direta com ‘não é preciso manter muitas salas’. Em alguns modelos de EaD, não é preciso manter salas mesmo (mas isso não vale para todos), mas o fato de manter ou não manter salas não depende do investimento inicial: alguns modelos de EaD exigem mais investimento inicial (os modelos que poderíamos chamar de conteudistas), outros não (como o do aututor), mas a relação com as salas é outra coisa.

Massificar o ensino é o que muita gente tem feito, não apenas em EaD. E o Carlos Monteiro toca em um ponto interessante: “mesmo ‘pacote’ para diversas regiões do país” – este é exatamente o modelo de EaD de massa, o fordismo, de que tanto fala o Otto Peters – produzir um produto (supostamente o conteúdo da educação) e distribuí-lo para o máximo de gente possível. E a questão aqui não é desagradar o aluno: é que a coisa não funciona, nem conceitualmente. Esses modelos estão condenados não por insucesso financeiro (pois podem até ter sucesso no início), mas porque teoricamente, como planejamento de negócios, estão completamente furados. Eles estão baseados numa lógica da administração da época de Ford, do início do século passado (e este blog praticamente começou com o post Ford e a EaD, um dos mais lidos até hoje). Estão tentando aplicar à educação uma teoria e uma prática de 100 anos atrás, que já não funciona mais na administração porque hoje se pensa em flexibilidade, em cooperação, em serviços voltados para o cliente etc. São modelos que querem implantar o carrinho revolucionário do Ford na educação, mas 100 anos depois. E educação não é a mesma coisa que construir carros. Contra esses modelos, não apenas os alunos, mas os professores, o governo e toda a sociedade têm que brigar tremendamente, porque não são do interesse de ninguém, apenas de um pequeno grupo de investidores privados.

Por isso me parece que a questão da EaD não é uma questão qualquer, marginal, na educação: ela deve ser encarada politicamente, não pode ser apenas dinheiro, mais um negócio qualquer na roda vida.

Por fim, o professor Litto afirma que o custo baixo dessa EaD provavelmente estará associado à baixa qualidade de materiais didáticos e professores (tutores). Aqui me parece também que é necessária uma boa distinção.

Um modelo conteudista-capitalista de EaD pensa a maximização do lucro em função da utilização de um material fixo por um máximo de usuários. Mas o custo para produzir material não é tão elevado, mesmo material multimídia, vídeos etc. podem ser produzidos hoje por um custo bastante razoável. A questão principal não é essa, mas que o ‘material’ (com mais ou menos qualidade) fica ultrapassado muitas vezes antes de nascer, de que qualidade em educação não se obtém pela simples exposição do aluno a um material, de que não é obrigatório com a EaD que o material esteja pronto e enlatado, antes do curso começar, de que mesmo a noção de material em EaD pode ser questionada (modelos construtivistas trabalham mais com a noção de atividades, projetos dos próprios alunos) etc. Ou seja, o problema principal da EaD não está na qualidade do material didático, mesmo porque há material didático de muito boa qualidade de graça pela Net, para muitos cursos.

Agora, do outro lado, esses modelos não terão mesmo professores (tutores) de qualidade, não porque utilizarão professores menos qualificados, não os treinarão adequadamente, colocarão um número abusivo de alunos por turma, pagarão um salário abusivo (porque a questão salarial em EaD ainda é um tema não-resolvido, não-negociado) etc., mas simplesmente porque, no limite, o ideal desses modelos é que não haja professor (porque aí sim fica barato), que o próprio conteúdo seja o curso, que o aluno estude sozinho, quando e onde quiser, como se esse fosse o ideal de nobreza da EaD!

Mas o artigo ainda procura ser didático e, no final, em 5 curtíssimos parágrafos, consegue explicar “como funciona” a EaD. Vamos ver, por partes:

“A educação a distância é uma opção para quem não tem horário fixo para assistir às aulas ou não mora onde o curso é oferecido.”

Esse pode ser um público da EaD, mas não é o único. A EaD pode ser utilizada com muitíssimo sucesso como complemento de aulas presenciais, mesmo para alunos que possam assistir aulas em um horário fixo e morem no local em que estudem. A EaD permite também que alguém que possa estudar em horário fixo, e que more onde possa estudar (ou inclusive onde estude efetivamente), possa fazer um curso de seu interesse em outro lugar – como estou fazendo na Boise State University – a figura do “aluno universal”, da qual já falo desde o final da década de 90, no meu Metodologia Científica na Era da Informática. A EaD tem sido também cada vez mais utilizada no ambiente corporativo. E assim por diante. Ou seja, não tem sentido identificar a EaD apenas com quem supostamente não pode estudar num lugar fixo ou horário específico – o potencial da EaD para revolucionar a educação é muito maior.

O artigo continua:

“Ao professor (chamado de tutor) cabe o papel de orientar e tirar dúvidas.”

Ora, quem está seriamente envolvido com EaD sabe que o papel do tutor não é apenas de orientar e tirar dúvidas. Em alguns modelos o tutor atua menos (até sua morte no limite ideal para os modelos que só pensam em ganhar dinheiro), mas em outros atua intensamente, não apenas orientando e tirando dúvidas, mas produzindo e reciclando material, organizando atividades em função das turmas, animando a inteligência coletiva etc. etc. Não se pode pretender explicar o que é EaD falando apenas de um modelo, que (volto a repetir) não é o único, nem o mais adequado pedagogicamente, nem o melhor financeiramente etc.

Ufa!

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Sprout

Tá aqui uma ferramenta, ainda em fase beta, que promete contribuir muito para a caixa de ferramentas do aututor: Sprout.

O Sprout produz rapidamente widgets, mas no fundo é uma ferramenta de autoria de conteúdo em Flash com uma série de recursos, conteúdo que eles mesmos hospedam para você, que você pode facilmente adicionar a uma página e cujo código seus leitores podem também copiar para onde quiserem – ou seja, uma maneira de difundir seu vírus!

Neste endereço você pode abrir uma conta beta.

Eu fiz a brincadeira abaixo em 1 minuto, ainda sem animação. Se clicarem em Share, poderão copiar o código e reproduzir o mesmo objeto onde quiserem!


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O comportamento informacional do pesquisador do futuro

O interessantíssimo relatório Information behaviour of the researcher of the future do Joint Information Systems Committee, um instituto britânico de pesquisa em educação superior, afirma que a geração Google (nascida depois de 1993) pode dominar o computador, o que, entretanto, não significa que seus membros dominem a busca pela informação na Internet.

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O estudo discute em detalhes a Geração Google, as maneiras pelas quais procuramos e lemos informação na Internet, como a transição digital está afetando as bibliotecas, como as pessoas se comportam hoje em bibliotecas e o que sabemos sobre o comportamento dos jovens em relação à informação, e ainda faz previsões para o futuro.

Segundo o estudo, os jovens não desenvolvem boas estratégias para encontrar informação de qualidade; eles podem encontrar informação rapidamente na Internet, mas não sabem como avaliar a qualidade do que encontram; e não possuem um mapa mental do que a Internet realmente é: uma vasta rede com diferentes provedores de conteúdo.

O relatório destaca também a importância da integração dos recursos das bibliotecas com ferramentas como o Google, o que tende a transformá-las de um espaço físico em um espaço virtual. Bibliotecários devem também se tornar especialistas em ensinar habilidades de busca de informações para os usuários.

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Fomos maus alunos

DIMENSTEIN, Gilberto; ALVES, Rubem. Fomos maus alunos. 8. ed. Campinas, SP: Papirus, 2007. Resenha por João Mattar.

Depois de A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse exisitir e Escola sem sala de aula, resolvi completar uma trilogia de leituras com este livro, que é uma conversa informal entre os dois autores sobre os métodos ultrapassados das escolas.

O livro discute bastante a questão do descompasso entre os programas pelos quais os dois autores passaram, em seus estudos, e os seus interesses. Alumni, segundo os autores, vem de “sem luz”. As escolas são re-vistas, por eles, como exercício de sadismo por parte dos que detinham o poder, e em vários momentos da leitura senti um ódio exagerado dos dois (uma vingança por terem sido maus alunos, como os autores mesmo admitem). Histórias muito simples muitas vezes justificam generalizações apressadas, como a de que o bom aluno é um mau profissional, e vice-versa (é citado o livro Na vida dez, na escola zero como suporte à tese, apesar de não ser exatamente isso o que o livro conclui). Às vezes, parece que os autores têm a fórmula mágica para resolver todos os problemas da educação, justamente por alguns excessos de simplificação.

Rubem Alves sugere a extinção dos vestibulares: hoje, provavelmente nenhum de nós seria aprovado num vestibular, e os currículos das escolas acabam muitas vezes sendo programados simplesmente para a aprovação no vestibular.

Dimenstein reflete sobre a velocidade da atualização do conhecimento: antigamente havia apenas alguns antibióticos, hoje existem milhares. Surgem a todo momento teorias que mudam as nossas explicações para as coisas que pareciam explicadas (vivemos recentemente um caso interessante, com a alteração da lista dos planetas do sistema solar, conhecimento que parecia sólido e imutável). Um Prêmio Nobel de física dizia: “A chance de você se manter empregado com o que você aprendeu na faculdade é matematicamente igual a zero.” (p. 104). Segundo Dimenstein, um chefe de patentes dos Estados Unidos, no final do século XIX, escreveu: “Podemos encerrar esse departamento porque não há nada mais para ser inventado.” (p. 110). Na verdade, hoje cada vez se descobre mais e é cada vez menor o tempo entre a descoberta e a sua aplicação, ou seja, a velocidade da produção e transferência do conhecimento para a prática é hoje muito maior do que no passado.

Há uma reflexão interessante sobre currículos: eles têm sentido para os burocratas que os preparam, não para os alunos, e valem apenas para o futuro (o que você vai ser quando crescer?), nunca para o presente.

Outro ponto interessante levantado na discussão é o fato de os alunos não verem o professor aprendendo. O professor ensina, mas nunca se mostra aprendendo. Para Dimenstein, “o aluno tem de ver o professor aprendendo em tempo presente. É preciso haver dentro da escola espaços em que o professor esteja aprendendo coisas e que o aluno possa compartilhar isso.” (p. 103). O professor precisa também dizer: eu não sei, assumir quando necessário sua ignorância.

Discute-se também o fato de que as dissertações e teses de pós-graduação sempre têm suas hipóteses confirmadas. Eu costumo dizer para os meus orientandos que não é essa a idéia – o estudo serve para provar ou não as hipóteses iniciais, e se elas forem negadas isso não denigre em nada o trabalho realizado. Um trabalho acadêmico é um exercício para testar hipóteses, não uma obrigação de mostrar que elas estão corretas.

A escola teria sido moldada em função da cultura do livro (por isso as provas sem consulta – minhas provas são sempre com consulta), mas hoje temos outra cultura em jogo. E Dimenstein conta uma história engraçada, em que o dono de uma livraria recebeu ligações de escolas, que estavam passando por fiscalização, solicitando a compra de livros… qualquer livro, só para encher a biblioteca!

Há também uma interessante reflexão sobre hiperatividade: o aluno está explodindo de energia, o mundo é maravilhoso e muito interessante, mas ele é obrigado a seguir um programa atrasado e descontextualizado. Hoje, parece que temos encarado a questão da hiperatividade de uma maneira menos rígida.

Mais ou menos na metade do livro, o tom muda um pouco quando os dois reconhecem que o professor também é uma vítima do sistema, principalmente por sua obrigação de repetir sempre o mesmo programa, e por ele não ser normalmente remunerado para desenvolver pesquisa. Mais à frente, eles reconhecem que há vários professores que têm se esforçado para tentar romper com o padrão, trabalhando com projetos, temas transversais, interdisciplinares, multidisciplinares, de comunicação, voluntariado, de contato com a comunidade etc. E também com projetos que os alunos desenvolvem e podem depois publicar e ensinar aos outros o que aprenderam. Como Rubem Alves afirma: “A coisa que mais me dá esperança é andar pelo Brasil e ver a quantidade de coisas incríveis que as pessoas estão fazendo.” (p 96). Eu tenho dito isso bastante neste blog: nos grandes centros, como São Paulo, temos a sensação de que não há escapatória (pensando na EaD), que o que conta é o dinheiro, que temos de nos conformar em seguir as orientações dos burocratas etc., que tem que ter muito aluno por turma mesmo, que não dá para ter muita interação, que o tutor tem que ser um impostutor etc. Mas viajar pelo Brasil nos mostra várias saídas, nos mostra que estamos cegos – e errados, e que tem gente resistindo, pensando, experimentando, criando caminhos alternativos…

Há uma passagem interessante sobre inovação:

“Por causa da burocracia e do excesso de bom senso e de senso comum, as corporações vão perdendo o ambiente inovador que as projetou. A maioria das pessoas bem bom senso. E a inovação tem de, necessariamente, ir contra o bom senso. É por isso que nós somos condenados a nunca reformar, de fato, as instituições e sempre ficar como bufões. Eu acho que o nosso trabalho deve ser meio palhaço, no sentido lúdico, de sempre ir contra o bom senso estabelecido.” (p. 77).

Há também críticas em vários momentos ao toque da campainha que obriga os alunos, num clique, a ter que mudar o interruptor do aprendizado da química para a literatura, por exemplo.

Mas os autores reconhecem também a importância da convivência com os amigos, na escola.

Há também reflexões interessantes sobre a indisciplina: se é preciso chamar a atenção, é porque alguma coisa está errada na relação professor/alunos; e a pior indisciplina é a do aluno catatônico, que não presta atenção em nada, que não se sente estimulado por nada.

Para as mudanças necessárias, entretanto, “não há faculdades de educação criativas, que sejam faróis, modelos.” (p. 99). Quem estaria cumprindo esse papel hoje seriam as ONGs.

No final do texto, há uma reflexão interessante também sobre a importância do erro no aprendizado.

No final do livro há um glossário principalmente para os nomes citados durante o texto.

Enfim, uma leitura que complementa bem as duas anteriores, e que traz alguns insights e algumas reflexões que nos ajudam a pensar também a educação superior e mesmo a EaD.

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Feira

Que tal um post mais light (rs)?

Tirei algumas fotos na feira!

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