Elaboração de Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem

Como parte da Semana Acadêmica da Anhembi Morumbi, dedicada a avaliação, participei hoje do curso Elaboração de Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem com o professor Carlos Honório.

Os objetivos do curso eram:

Apresentar e discutir algumas técnicas para elaboração de questões abertas, fechadas e estudos de caso em instrumentos de avaliação da aprendizagem.

Fiz uma experiência de compartilhar (e discutir) just-in-time no Facebook algumas ideias que eram apresentadas e discutidas durante o curso.

Questões Abertas

Questões abertas são aquelas em que não há alternativas prontas para o aluno escolher, ou seja, ele a liberdade (e obrigação) de construir sua resposta, um processo etc. Não são, portanto, de múltipla escolha.

Sugiram alguns questionamentos conceituais como: uma questão de cálculo, como por exemplo resolver uma integral, deveria ser considerada uma questão aberta? E uma questão “aberta” não poderia ser fechada quando busca uma resposta específica, pontual? Na verdade, uma questão aberta não precisa ser necessariamente subjetiva – uma questão de cálculo, p.ex., não é.

Uma questão aberta precisa estar bem contextualizada. Tipos de questões abertas: uma citação para o aluno comentar em função de uma pergunta, uma posição para o aluno avaliar, uma breve introdução seguida de uma questão para o aluno responder etc. Outro tipo: qual a sua opinião ou seu ponto de vista, ou qual opção você acha mais adequada, e essa pergunta vem seguida de “quais as implicações que sua opinião ou opção geram” etc.

Exemplos de questões abertas inadequadas, porque, dentre outros problemas, não ocorre a contextualização:

“Quem eram os helenos?”

“Fale sobre os filósofos gregos.”

Um dos desafios é como definir critérios para avaliação de questões abertas. No Facebook, o João Marques sugeriu o link do Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação de Portugal, que apresenta critérios de correcção para questões abertas no exames do ensino secundário, além dos próprios exames. Uma observação interessante feita durante o curso: o professor tem que estar preparado para se surpreender com respostas que não esperava para questões abertas, respostas que sejam criativas, coerentes etc.

Questões Fechadas

As questões fechadas, em que há alternativas para o alunos escolher, devem também ser contextualizadas.

No caso das questões de múltipla escolha, deve haver uma única alternativa correta. Elas não devem contar as opções “todas as alternativas anteriores” ou “nenhuma das alternativas anteriores”. As alternativas devem ter mais ou menos a mesma extensão. Uma opção para fugir um pouco dessas regras: são propostas diversas afirmações, e então – são verdadeiras: a) I, II e IV b) I e II etc. Outra opção: as duas opções são verdadeiras; a primeira justifica a segunda; tanto a primeira quanto a segunda são falsas etc. Ou: A porque B – 1) as 2 afirmações são verdadeiras e a primeira justifica a segunda; etc.

Foi também sugerido que se deve evitar a proposição de assinalar a alternativa incorreta, mas alguns professores disseram que usam esse tipo de questão, mesmo porque elas fazem parte de exames como Enem e Enade, mas destacam (com negrito, letras maiúsculas etc.) a indicação de que se trata de alternativa incorreta, caso contrário o aluno acaba rapidamente passando para as respostas e fazendo o mesmo que no resto da prova: procura a alternativa correta.

Outro tipo de questões fechadas são as questões dicotômicas: sim/não, verdadeiro/falso, certo/errado etc. Uma questão dicotômica (p.ex. concordo/não concordo) pode por exemplo ser completada com uma questão aberta – por que concorda ou não concorda? etc.

Questões dicotômicas devem ser utilizadas com cuidado, sempre justificadas etc.

Estudos de Caso

Estratégia de investigação que busca esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: por que elas foram tomadas? como elas foram implementadas? quais os resultados alcançados? etc. A situação pode ser real ou não. Um estudo de caso pode: descrever o contexto da vida real, estabelecer relações com a vida real, avaliar uma intervenção em curso, explorar determinada intervenção etc.

Um estudo de caso deve estar dividido em pelo menos 3 partes: contextualização, atividade e avaliação.

Como sugestão geral, Carlos Honório propôs trabalhar com uma variedade de tipos de instrumentos de avaliação (questões abertas, fechadas, estudos de caso etc.)

Apresentou também algumas referências bibliográficas (que depois atualizo por aqui), dentre as quais:

MASETTO, Marcos. O Professor na hora da verdade: a prática docente no ensino superior. Avercamp, 2010.

FERNANDES, Domingos. Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas. Ed. Unesp, 2009.

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Multimedia

Começo um novo curso na Boise State University, Edtech 513 – Multimedia.

Bibliografia Básica:

CLARK, Ruth Colvin; MAYER, Richard E. e-Learning and the Science of Instruction: Proven Guidelines for Consumers and Designers of Multimedia Learning. 2nd Edition, Pfeiffer. (3 edition, 2011)

Logo muito mais coisas por aqui!

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Avaliação

Um post em construção nas próximas semanas, abordando a teoria, criação e administração da avaliação da aprendizagem, incluindo avaliação formativa e somativa, provas, estratégias para dar nota, rubricas e como alinhar avaliações com objetivos de aprendizagem.

Uma sugestão inicial de bibliografia:

Andrade, H., and Du, Y. (2007). Student responses to criteria-referenced self-assessment. Assessment & Evaluation in Higher Education, 32 (2), 159–181.

Smith, L. J. (2008). Grading written projects: What approaches do students find most helpful? Journal of Education for Business, July/August 2008, 325-330.

Weaver, M. R. (2006). Do students value feedback? Student perceptions of tutors’ written responses. Assessment & Evaluation in Higher Education, 31 (3), 379-394.

Os próprios alunos podem ser convidados a contribuir na elaboração de rubricas, p.ex. através da análise de atividades propostas em cursos anteriores. Rubricas devem ter: itens a serem analisados (coluna esquerda), níveis de avaliação (linha superior) e descrição de cada célula (em que cruzam os itens analisados com os níveis de avaliação).

Um recurso interessante sobre avaliação autêntica: Authentic Assessment Toolbox. Interessante que avaliação autêntica tem o sentido de avaliar habilidades que o aluno terá que utilizar no mundo real, assim como avaliar habilidades complexas, como senso crítico. Mas penso que é importante também considerar que a avaliação em si seja autêntica, ou seja, que o aluno seja avaliado por métodos pelos quais ele será avaliado na vida real.

E uma ref. sobre rubricas, que aliás andei discutindo por aqui recentemente em outro post:

Stevens, D. D, & Levi, A. J. (2005). Introduction to rubrics: An assessment tool to save grading time, convey effective feedback and promote student learning. Sterling, VA: Stylus Publishing. Cf. o site Introduction to Rubrics.

Artigo sobre autoavaliação:

Andrade, H., and Du, Y. (2007). Student responses to criteria-referenced self-assessment. Assessment & Evaluation in Higher Education, 32 (2), 159–181

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Facebook em Educação

Enquanto o uso de email tem caído entre os alunos, a comunicação por redes sociais tem aumentado. Nesse sentido, como plataforma para comunicação, o Facebook já ocupa um espaço importante na educação.

A pesquisa de Mazer, Murphy e Simonds, por exemplo, conclui que perfis de professores no Facebook ricos em informações pessoais geraram motivação prévia dos alunos, aprendizado afetivo e maior credibilidade para o professor. Outra pesquisa, de Sturgeon e Walker, concluiu que os alunos têm mais vontade de se comunicar com seus professores se eles já os conhecem no Facebook. Para os autores, haveria evidências suficientes de que as relações entre alunos e professores construídas no Facebook podem gerar um canal de comunicação mais aberto, resultando em ambientes de aprendizagem mais ricos e maior envolvimento dos alunos.

Eu tenho brincado há bastante tempo com o Facebook como ambiente virtual de aprendizagem. No semestre passado, por exemplo, em uma disciplina na Universidade Anhembi Morumbi, usei-o paralelamente ao Blackboard, nosso LMS oficial. Hoje lancei uma pergunta para os meus alunos no grupo privado que criamos no Face:

Qual plataforma você acha que foi mais útil para o seu aprendizado na disciplina Informática Aplicada?

Resultado parcial: 10 x 2 – adivinhe para quem?

Neste semestre pretendo fazer uma experiência ainda mais radical. O Facebook tem se tornado uma ferramenta cada vez mais fantástica, muito mais leve, flexível e prática que os AVAs tradicionais.

Mas não somos apenas eu e meus alunos que achamos isso. Chu e Meulemans, em The problems and potential of MySpace and Facebook usage in academic libraries (2008), concluem que os alunos preferem se comunicar pelo Facebook do que por LMSs. Salaway, Caruso e Kark, por sua vez, concluem que o uso do Facebook é maior do que o dos LMSs (isso também em 2008!). Schroeder e Greenbowe, em The Chemistry of Facebook: Using Social Networking to Create an Online Community for the Organic Chemistry Laboratory (2009), tiram conclusões ainda mais marcantes: o Facebook foi um método mais efetivo e eficiente para discussão dos temas da aula, em comparação ao fórum de discussão do WebCT; o número de posts dos alunos foi quase 400% superior no Facebook do que no WebCT; a qualidade dos posts também foi superior; e as discussões continuaram durante todo o semestre. Sem colher (ainda) estatísticas precisas, tenho percebido o mesmo em minhas experiências com o Facebook e outros LMSs.

De lá para cá, foram surgindo muitas outras publicações sobre o uso do Face em educação. O recente Back to the “wall”: How to use Facebook in the college classroom (12/2011), por exemplo, cobre as referências anteriores e várias outras. Lego e Towner notam que parece haver relutância, tanto por parte de professores quanto de alunos, em usar o Facebook para objetivos educacionais, embora exista uma porcentagem significativa de alunos usando ou querendo usá-lo em suas experiências educacionais. Como o artigo foi escrito há quase 1 ano, as coisas podem ter mudado de lá para cá. Mas os autores concluem:

Em nosso ponto de vista, softwares de redes sociais, como o Facebook, oferecem oportunidades únicas para a educação: facilitando a comunicação, facilitating communication, promovendo uma comunidade de aprendizagem e promovendo competências do século XXI.

Vejamos então alguns dos recursos do Facebook que podem ser usados em educação.

Só com um perfil e os recursos básicos, já dá para fazer muita coisa. O mural do Facebook no mural foi sendo aperfeiçoado, influenciado pelos microblogs, e hoje oferece um stream de textos, notas, imagens, vídeos, avaliações, comentários, eventos etc. dos seus amigos. Mostra também as atualizações de páginas que você curte e dos grupos a que você pertence. O mural pode servir, portanto, de espaço de comunicação e de discussão, e alunos e professores podem ser marcados, para incentivar sua participação. Mensagens internas (síncronas ou assíncronas) servem também como um importante canal de comunicação, e eventos podem ser utilizados para lembrar de prazos, encontros, palestras etc.

Mas há outros recursos. Grupos são espaços online em que as pessoas podem interagir e compartilhar recursos e comentários. É uma maneira de alunos e professores trabalharem em projetos colaborativos. É possível criar grupos abertos, privados e fechados, o que ajuda a preservar a privacidade de seus membros e dos temas discutidos. Quando um membro posta algo no grupo, como um link para um artigo, uma questão ou uma atividade, outros membros receberão uma mensagem do Facebook com a atualização. Veja um exemplo de criação de um grupo para um curso no Facebook (como o vídeo é de 2009, houve algumas mudanças):

Páginas permitem também interações entre membros do Facebook. Uma página é pública, ou seja, qualquer um pode curti-la, passando a receber atualizações de seu conteúdo em seu feed de notícias. Páginas são, portanto, uma maneira simples de professores e alunos compartilharem links, artigos, vídeos ou feeds de RSS. Nas páginas no Facebook, é possível também utilizar notas e comentários, além de vários outros recursos, como fóruns de discussão. Você pode, por exemplo, criar uma página para sua disciplina e seus alunos podem curtir páginas que outros criaram. Entretanto, ao contrário de grupos, as páginas não podem ser fechadas ou secretas, ou seja, tudo o que for postado em uma página torna-se automaticamente público.

Algumas páginas com conteúdo educacional interessantes de acompanhar: Discovery Channel Global Education, Encyclopaedia Britannica, NASA e National Geographic Education.

Veja dicas interessantes de como montar uma página para um curso (o vídeo é do final de 2010, então também pode haver algumas alterações no procedimento):

Além desses recursos básicos, há vários outros aplicativos que podem ser utilizados em perfis, no mural, em grupos e em páginas no Facebook.

O SlideShare, por exemplo, permite que você faça upload e compartilhe apresentações.

Perguntas é um recurso muito interessante, que possibilita a rápida elaboração de questões e pesquisas, como a que fiz sobre o Facebook e o Blackboard.

Outro recurso muito interessante é o Docs, que permite a criação colaborativa de documentos de texto. Entretanto, o documento tem que ser criado, editado e salvo no Facebook, ou seja, não são permitidos (no momento) nem upload nem download. Na verdade, esse é um dos pontos negativos do Facebook, a impossibilidade de upload e compartilhamento de documentos, como pdfs, documentos de texto e planilhas. No máximo é possível criar links para esses arquivos, fora do Facebook, já que os aplicativos existentes para compartilhamento de arquivos no Facebook, hoje, são ainda inadequados.

O Proyecto Facebook foi realizado na Universidad de Buenos Aires em 2009. Piscitelli, Adaime e Binder apresentam uma descrição de sua metodologia, seu funcionamento e alguns resultados, com inúmeras reflexões e sugestões não apenas do uso do Facebook em educação, mas de redes sociais em geral. O projeto procurou construir um ambiente colaborativo e aberto em educação. Na Introdução, Piscitelli e Adaime afirmam:

O Projeto Facebook demonstrou que o que importa não é tanto os conteúdos, nem os meios ou suportes, mas uma reengenharia dramática do espaço áulico, no verdadeiro sentido da palavra.

Eles afirmam ainda que o Facebook se transformou, durante o projeto, em um alfabetizador 2.0. No texto que avalia o processo, há vários artigos interessantes, dentre os quais merece destaque Compreender las Redes Sociales como Ambientes Mediaticos.

Na Jovaed 2011, usamos o Facebook intensamente, como por exemplo nas atividades do FGV Online coordenadas por Ananda Calves, que criou uma página com fóruns de discussão, dentre outros recursos.

No ano passado o Facebook lançou uma série de recursos e orientações para educadores, com a página Facebook for Educators. Lá, é possível baixar por exemplo o guia Facebook for Educators.

No ano passado, também, o grande Eri realizou uma experiência importante de uso do Facebook no TRT:

Mas nem tudo é maravilha! Já apontamos algumas limitações do Facebook para uso em educação. Os comentários soltos no mural tornam difícil a visualização e o acompanhamento da informação, mesmo porque não é fácil controlar o que foi lido e o que não foi. Falta ao Face um sistema de tags, filtro, busca, organização e classificação da informação, importantes para objetivos de aprendizagem definidos.

Essas limitações, entretanto, sejam talvez superadas com as atualizações constantes pelas quais vem passando a plataforma. Mas, mesmo hoje, não devem ser encaradas como limitações que nos afastem, como educadores e alunos, do Facebook. Ao contrário, dentre todas as ferramentas web 2.0 e redes sociais disponíveis hoje, talvez só estejam no mesmo nível do Facebook blogs, o Google Docs e o YouTube. Os LMSs não são mais páreo para o Face.

Cf. Facebook Groups as LMS: A Case Study

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Vídeos Online em Educação

O desenvolvimento da web, particularmente a web 2.0, contribuiu para que vídeos se tornassem um dos recursos mais ricos para uso em educação. Chareen Snelson, em Web-based video in education: possibilities and pitfalls, explora as possibilidades e ameaças do uso de vídeos baseados na web em educação.

Há hoje uma série de plataformas e ferramentas online que podem ajudar alunos e professores a buscar, acessar, compartilhar e mesmo editar vídeos na Internet.

Um dos exemplos é o TED (Technology, Entertainent, Design), que inclui recursos como os TED Talks, que ficaram em 30 lugar na votação das melhores ferramentas para aprendizagem na pesquisa do Centre for Learning and Performance, aparecendo pela primeira vez na lista. Cf. p.ex. Salman Khan refletindo sobre o uso de vídeo para reinventar a educação:

A Khan Academy aparece também pela primeira vez na lista, em 74 lugar. Inclui uma biblioteca de quase 3.000 curtos vídeos direcionados a diversas disciplinas de ensino médio e fundamental, acompanhados de um conjunto estruturado de exercícios – você pode começar por onde quiser, pulando diretos para os exercícios, por exemplo, assistindo aos vídeos quando precisar. O sistema oferece estatísticas do progresso do aluno e um mapa, que podem ser acessadas por professores ou pais, além de um nível elementar de gamificação, com a oferta de prêmios em função dos seus resultados. Você pode também se voluntariar para ser um coach. E tudo é aberto e gratuito!

Além do YouTube (acabei de escrever YouTube em Educação), há vários outros serviços para acessar e compartilhar vídeos na web que podem ser usados em educação, como iTunesU (que tem uma seção específica para ensino fundamental e médio), TeacherTube (comunidade para compartilhamento de vídeos instrucionais), SchoolTube (vídeos de diversas escolas), Academic Earth (aulas com destacados pesquisadores), Edutopia (mantido pela George Lucas Educational Foundation, oferece vídeos e artigos para professores do ensino fundamental e médio), MIT TechTV (serviço de compartilhamento de vídeos do MIT), Big Think (entrevistas com especialistas de diversas áreas) e Vimeo.

Há ainda sistemas que permitem metabuscas simultâneas de vídeos em diferentes plataformas.

Caso você queira montar listas de reprodução de diversos serviços, existem ferramentas como Embedr.

Alguns links para produção de vídeos e machinima.

A web oferece potentes ferramentas para edição e compartilhamento de vídeos online. O Jaycut, por exemplo, permite editar vídeos no próprio browser (portanto, a edição pode ser colaborativa) e em seguida compartilhá-los em uma rede social. Já o dotSUB oferece um serviço que facilita legendar vídeos em diferentes línguas. O Ustream, por sua vez, possibilita a criação de um canal de televisão e a transmissão ao vivo.

Tudo isso serve de suporte para sua criatividade guiar o uso de vídeos online em educação.

Um exemplo interessante é o site The Periodic Table of Videos, em que você estuda a tabela periódica por vídeos.

O IRRODL, p.ex. apresentou um editorial em 2008 sobre vídeo em vídeo:

Uma das principais barreiras, entretanto, são os limites impostos pelo atual sistema de direitos autorais. Hoje, muitos vídeos (ou apenas o áudio) são costumeiramente retirados do YouTube (e outros serviços) por violação de direitos autorais. O YouTomb é um interessante projeto do MIT que reúne vídeos removidos do YouTube (e algumas outras plataformas) por esse motivo. O Center for Social Media, p.ex., desenvolveu um código de boas práticas para a produção de vídeos online, o que deveria ser seguido por toda instituição de ensino:

cf. Pedagogical roles for video in online learning

cf. 5 Free Tools for Curating Educational Videos from Across the Web

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YouTube em Educação

Ando brincando há algum tempo com o YouTube em educação. Já abordei o tema por aqui em vários posts, como YouTube, Vídeos & Educação 1 e YouTube, Vídeos & Educação 2, além da página YouTube na Educação. No CIAED de 2009, em Fortaleza, apresentei o trabalho YouTube na Educação: o uso de vídeos em EaD. Cf. tb a descrição detalhada de um curso em que meus alunos da Anhembi Morumbi produziram vídeos (é possível assistir todos) com leituras semióticas da cidade de São Paulo, e uma playlist com os vídeos produzidos pelos meus professores/alunos no Colégio Progresso:

Tudo isso inspirado pelo curso YouTube for Educators, que fiz na Boise em 2008, cujos trabalhos finais podem ser conferidos aqui.

Michael Wesch realiza uma interessantíssima (e longa) reflexão cultural sobre o YouTube e a Web 2.0:

Na votação para a escolha das melhores ferramentas para aprendizagem, realizada pelo Centre for Learning & Performance Technologies, o YouTube obteve os impressionantes 3º lugar (2009), 2º lugar (2010) e 2º lugar (2011).

Há inúmeros canais no YouTube com conteúdo educacional ou que podem ser utilizados em educação, como: Discovery Channel, National Geographic, Nasa, Animal Planet, Revista Science e History Channel. Cf. p.ex. 7 Useful YouTube Channels for History Teachers.

Muitas IES de destaque disponibilizam no YouTube suas aulas, como Yale, UC Berkeley, Stanford, The Open University, UCLA, University of California, MIT, Berkelee (música) e Princeton. O YouTube Edu agrega vídeos e canais de faculdades e universidades presentes no YouTube, cuja lista pode ser conferida neste diretório.

2 exemplos de canais com vídeos com conteúdo educacional em português para o ensino fundamental e médio: CHONPSBIO e Vestibulandia.

O YouTube Teachers, por sua vez, procura ajudar professores no uso educacional dos vídeos do YouTube. Recentemente, foi lançado o YouTube for Schools, com playlists para diversas disciplinas em um ambiente seguro:

Chareen Snelson, professora da Boise State University, mantém uma página com links para recursos do YouTube e produção de vídeos, além do Tube Teaching, blog voltado ao ensino usando YouTube e vídeos online.

Estes 2 vídeos, apesar de muito pouco visitados, discutem várias formas de utilizar o YouTube em educação:

Utilizando comentários, respostas por vídeos e diversos recursos de comunicação disponíveis no YouTube, é possível transformá-lo em um AVA e utilizá-lo como uma rede social.

Na Jovaed (07/2011), Joelma de Riz coordenou a atividade ‘Aspectos psicossociais em atividades em grupo na EaD’, toda realizada no YouTube. O participante pôde integrar o debate enviando seu vídeo ou comentário em texto para o canal em foram postados alguns vídeos. Cf. p.ex.:

Cf. Some Handy Tools For YouTube

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Wikis em Educação

Eu já tinha escrito 2 posts por aqui com o mesmo título: 07/10/2008 & 14/06/2010, além da resenha de Blogs, Wikis, Podcasts e outros momentos em que abordei o tema.

Os wikis são plataformas privilegiadas para a construção colaborativa do conhecimento, incorporando um dos princípios fundamentais da web 2.0: a inteligência coletiva.

TeachersFirst traz uma séria de dicas interessantes para o uso de wikis em educação.

Os Cadernos Colaborativos da FGV Direito Rio são um case interesssante de uso de wiki no ensino superior no Brasil.

Há centenas de ferramentas para a criação de wikis. A WikiMatrix possibilita comparar diversas características de dezenas. Dentre as mais utilizadas em educação, podem ser mencionadas Wikispaces, PBWorks (ex-PBwiki), Wikia e WetPaint. Cf. p.ex. Wikispaces for Educators, PBWorks Education e WetPaint Wikis in Education.

WikiEducators e Wikiversity (com a versão em português Wikiversidade) são wikis que procuram oferecer materiais de acesso livre para a educação. Open Wet Ware, p.ex., é voltado especificamente para biologia.

Mas o wiki dos wikis é a Wikipedia, de que acabei de escrever um post por aqui.

Cf. 5 Ways You Can Use Wikis With Students

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Wikipedia

A Wikipedia ficou em 11º lugar em 2011 dentre as melhores ferramentas para aprendizagem na votação realizada pelo Centre for Learning & Performance Technologies. Cf. Wikipedia:School and university projects.

A maioria das suas páginas pode ser editada por qualquer usuário mesmo sem logar (ou seja, você também pode contribuir), mas algumas são vigiadas, por diversos motivos, exigindo que você esteja logado ou tenha autorização para editar aquele verbete específico. Existem normas de formatação e edição e um corpo editorial. Hoje a Wikipedia tem quase 100.000 editores regulares, que seguem o Livro de Estilo e acompanham a edição de páginas por editores casuais. Este é inclusive um dos pontos que gera críticas ao projeto – apesar de proclamar o contrário, a Wikipedia seria burocrática, com uma estrutura hierárquica e várias regras e normas.

De qualquer maneira, ela tem vantagens em relação a enciclopédias tradicionais. Como não há praticamente custo para inclusão ou ampliação de verbetes, inclusive porque não há necessidade de impressão, e o ciclo editorial é curto (ou praticamente inexistente), os artigos podem ser alterados com frequência, mantendo-se assim mais atualizados do que em outras enciclopédias, que em geral só são atualizadas em uma nova edição. Isso possibilita também que artigos cobrindo novos eventos e notícias sejam produzidos rapidamente, em dias, horas ou mesmo minutos, o que, além de mantê-la atualizada, garante uma maior amplitude de cobertura.

Mas são exatamente essas vantagens que geram problemas, como de qualidade. Os artigos da Wikipedia estão sendo continuamente editados e aperfeiçoados, e muitos não passam de rascunhos que podem levar um longo tempo de debates até se chegar a um consenso. Qualquer um pode também adicionar informações imprecisas aos artigos e um verbete pode ter sido recentemente vandalizado. Não há, portanto, garantia de um padrão de qualidade, como em outros tipos de publicação, tampouco garantia da qualidade da escrita: muitos artigos estão mal redigidos, com graves erros de ortografia e gramática.

Além de incompletos, os verbetes da Wikipedia pecam também por omissões e/ou falta de exatidão. Não há, aliás, um processo que assegure que os verbetes cubram tópicos importantes. Falta também balanço em muitos artigos: partes importantes de um tópico são cobertas muito rapidamente, ou mesmo ignoradas, enquanto outras, menos importantes, têm parágrafos e parágrafos escritos. O ideal de neutralidade e consenso da Wikipedia talvez seja utópico: os artigos sempre acabam representando a visão ideológica de uma pessoa ou grupo de pessoas, que, aliás, necessariamente não são especialistas no assunto.

Tudo isso traz à tona uma discussão importante: pode-se utilizar a Wikipedia como fonte de informação para pesquisas e trabalhos científicos e acadêmicos? Numa pesquisa no Google, em geral um aluno cairá numa página da Wikipédia, e a preguiça pode levá-lo a parar por ali.

Além de não passar por um processo de revisão de língua, a Wikipedia não está submetida ao sistema de revisão por pares, como é comum em periódicos científicos e mesmo muitos livros, o que diminui sua credibilidade como fonte. Além disso, em muito material da Wikipedia faltam referências, uma das características essenciais do discurso científico. Por isso, o uso da Wikipedia não é aceito em muitas instituições de ensino superior, restrição menos rígida em escolas de ensino fundamental e médio. Mas isso não é regra geral e tende a mudar: nos Mestrados em Educational Technology da Boise State University, por exemplo, é comum que sejam indicadas fontes da Wikipedia para artigos que tratam de temas tecnológicos (ou mesmo educacionais) atuais, ou que (provavelmente) foram editados ou auditados pelos professores. Mas repare bem: esses links são indicados, excepcionalmente, como fontes para dar uma olhadinha – isso não quer dizer que eles devam ser incluídos em referências e citados durante um texto.

Cabe ainda lembrar que mesmo enciclopédias tradicionais são fontes secundárias de informação. Fontes primárias formam a literatura na qual informações são produzidas diretamente por autores sobre determinados assuntos, podendo incluir papers, trabalhos acadêmicos, artigos científicos, livros etc. Fontes secundárias têm função de referência, pois procuram organizar o acesso às informações disponíveis nas fontes primárias. Como exemplos, podemos citar enciclopédias, bibliografias, índices, abstracts e diretórios, dentre outros. Cf. Alligators and Academia: The Importance of Primary and Secondary Sources para uma breve discussão sobre fontes primárias e secundárias.

De qualquer maneira, inclusive pelas vantagens já apontadas, a Wikipedia pode funcionar como um bom ponto de partida para a pesquisa sobre determinados assuntos (mas não como o ponto final!). Explorar os links e as referências indicadas em um verbete da Wikipédia pode ser um exercício interessante, assim como checar a página de discussão, que explica o caminho que o artigo seguiu até chegar àquela versão. Mas pela falta de credibilidade, confiabilidade e mesmo estabilidade de seus artigos, não é adequado que suas páginas sejam utilizadas para citações nem indicadas nas referências de trabalhos científicos e acadêmicos, a não ser em alguns casos específicos e excepcionais, que espero em breve discutir por aqui.

Ok, mas mesmo com todos esses problemas, eu decidi citar um verbete da Wikipedia no meu texto: como devo proceder?

Cf. How to Cite Wikipedia in APA Style para citações de acordo com as normas da APA

A norma da ABNT para elaboração de referências em vigor foi publicada em 2002 (NBR 6.023), enquanto a Wikipedia nasceu em 2001, então não há orientações específicas na norma para elaborar referências a verbetes da Wikipedia. Mas há orientações para elaboração de referências a textos sem autores, a enciclopédias e a documentos online, então é possível tirar de lá o seguinte modelo:

OBSERVAÇÃO: Nada deve aparecer em itálico, apenas o destaque para o título pode utilizar itálico, negrito ou sublinhado. Não deve ser usado espaço entre os sinais < e >.

NOME do verbete. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: < Endereço >. Acesso em: data.

Exemplo:

REDE social. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social >. Acesso em: 22 dez. 2011.

No caso de citações durante o texto, a referência utilizada seria: (REDE social, 2011).

A Wikipedia utiliza o MediaWiki, um software aberto que pode ser baixado e utilizado para a criação de wikis com a mesma cara da Wikipédia. O programa do 7º SENAED – Seminário Nacional ABED de Educação a Distância, por exemplo, foi desenvolvido colaborativamente por vários educadores e palestrantes utilizando o MediaWiki.

A Wikipedia é coordenada pela Wikimedia Foundation, responsável também por vários projetos-irmãos, como:

Wikcionário, dicionário e thesaurus para todas as línguas;
Wikibooks, livros-texto e manuais sobre diversos assuntos, de acesso livre;
Wikimedia Commons: repositório de mídias com licença livre, que podem ser utilizados nos demais projetos;
Wikinews: centra de notícias colaborativas e de conteúdo livre;
Wikiquote, coletânea de citações;
Wikisource, biblioteca de transcrições e traduções de livros em domínio público ou com licenças livres;
Wikispecies, diretório de espécies biológicas;
Wikiversidade, tentativa de criar material educacional de acesso livre.

Artigo muito interessante – The Romantic Collective Author

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YouTuga

Aproveitando o pique da minha playlist de reveillon, o grande Paulo Simões criou uma lista muito legal:

Em resposta ao meu amigo Joao Mattar aqui fica uma lista, numa sequência completamente aleatória, do trabalho de alguns músicos portugueses. Uns mais conhecidos…outros menos…
Do fado ao hip-hop, uma seleção especialmente dedicada aos meus brasileiros. Portugal é muito mais que fado… apesar de também ser.
Espero que vos agrade.

E a sua playlist?

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Práticas Pegagócias Online

Práticas Pedagógicas Online é um espaço desenvolvido pelas alunas Filomena Barbosa e Maria Filomena Pestana, do MPEL – Mestrado em Pedagogia do eLearning da UAb – Universidade Aberta de Portugal, sob a coordenação do professor José Motta.

Há entrevistas com Ana Silva Dias, comigo e com Sofia Malheiro, além de vários outros materiais interessantes.

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